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Borá lá a isto...

por Bad Girl, em 30.09.13

Num programa que eu não pretendo ver nunca (a pessoa tem limites e a Casa dos Segredos marca a minha fronteira), Manuela Mora Guedes meteu água. Mas não foi meter água assim um bocadinho, foi meter água em dimensão Oceano Atlântico. A produção inventou um provérbio e Manuela Moura Guedes explicou, em estado de sobre condescendência, à concorrente, o provérbio "Dezembro frio, calor no estilo" provérbio que, por muitas fontes que Manuela Moura Guedes insista em arranjar, não existe. Manuela vai mais longe. Manuela considera que “O que me parece de um ridículo é fazer considerações sobre gaffes e coisas afins partindo do princípio que "estio" não faz parte do vocabulário de qualquer português com uma formação académica normal. Valha-nos esta erudição!”. Ora a coisa da magreza extrema deve ter chegado ao cérebro da Manuela, e há aqui uma coisa que me parece importante de elucidar (alguém tem de o fazer, e eu estou de uma generosidade imensa): as considerações sobre a gafe (eu não fiz, só vi partilhado no Facebook e, como achei que não era grande surpresa vindo de quem vem, nem achei importante opinar sobre a dita, mas a persistência na mesma "aleija-me" a alma) eram sobre a gafe. Eram sobre o facto de a produção ter arranjado um provérbio e da Manuela o ter explicado até à exaustão, como se ele existisse de verdade. Fazer da defesa o ataque é só para quem sabe e a Manuela, claramente, não sabe. Deixa lá, Manuela, o Vítor Pereira também não sabe e safou-se. De volta à explicação, Manuela, as pessoas que falaram da gafe não descobriram a palavra "estio" graças a ti e à produção. Até porque graças a vocês só descobririam a palavra "estilo". A coisa do provérbio popular é isso mesmo: vem do povo. E disparar na direcção da pouca audiência que temos, em vez de assumir o erro e dizer que acontece, que é humano (mas, vai daí, serás tu?),e fechar o capítulo, alimentas a polémica, que, bem vistas as coisas, cada um faz o que gosta, sempre que pode. Aproveitando a onda, gostaria de informar os novos ditados que encontrei (tenho fontes que comprovam a sua existência, sendo um deles este blogue e outra o meu MQT) na minha cabeça, onde existem meses e coisas associadas ao estilo. Nuvens em Setembro: botas em Novembro e galochas em Dezembro. Em Setembro, ardem os montes, secam-se os cabelos. Agosto tem a culpa, e Setembro leva as sandálias. Maio pardo e ventoso faz os saldos virem mais cedo. O hábito não faz o monge estar na moda. Um olho no burro, outro no cigano para comprar pólos Hugo Loss. Quanto à Manuela, e já que parece que ela é erudita e até deve falar línguas, cá vai um em estrangeiro, que faz jus à situação: Denial is not a river in Egypt... A fonte aqui: http://www.noticiasaominuto.com/pais/111395/manuela-moura-guedes-desmente-gaffe-no-facebook#.UknjGee9KSM

A minha amiga grega - Intro

por Bad Girl, em 29.09.13
A minha amiga grega é um pratinho cheio.
Primeiro, talvez seja importante referir que a minha amiga grega não é propriamente minha amiga. É uma pessoa que eu encontro 3 ou 4 vezes por ano, em trabalho, e com quem criei alguma empatia. A bem da verdade, ela acha que somos mesmo amigas, eu sou pessoa para demorar mais tempo nesta coisa das coisa das amizades. São feitios. Mas isso são minudências que não importam saber. Importa saber que, sempre que encontro a minha (chamemos-lhe assim, para facilitar) amiga grega, que conheço há dois anos, ela está sempre apaixonada. Nada de bizarro, se formos a ver, nesses encontros, eu também estou sempre apaixonada. A diferença reside no alvo das nossas afeições. O meu é sempre o mesmo, o dela é sempre diferente. Desde que conheço a minha amiga grega, ela já esteve apaixonada:
- por um gay, evidente e assumido, mas cuja preferência sexual a deixou num estado de estupefacção e desapontamento. Eu não entendo a parte da estupefacção, na verdade é como alguém ficar admirado por saber que o Fernando Mendes é gordo.
- por um mexicano que vive em Praga
- por um espanhol que parece estar sempre em castings para o papel de Don Juan
- por um português que vive em Itália
- por outro gay, este menos evidente
- por um francês que - pasmemo-nos! - nunca lhe disse que era casado mas que eu sempre conheci com aliança
- por outro português
- isto sempre entremeado por gregos que vão surgindo em mensagens do Facebook
As paixões da minha amiga grega, que tem duas vezes a idade em que é suposto ter-se este tipo de comportamento, nascem das formas mais variadas: pode ser com um "olá" ou uma coisa mais complexa, como um email a perguntar "vais estar na reunião na próxima semana?". Desta vez a minha amiga grega vinha já apaixonada por um italiano que fez isso mesmo, mandou-lhe um mail a perguntar se ela ia estar e, ao afirmativo dela, disse: "Vai ser bom rever-te.". E pronto, toda ela era ele, gosto tanto dele, ai que tem um sorriso tão lindo, e agora era só italiano para aqui e para ali.
A vantagem destas paixões da minha amiga grega é que desvanecem com a mesma velocidade com que surgem, e bastou alguém dizer-lhe que ele era gay (eu insisti na minha teoria que não, que era apenas e só italiano), mas ela não quis saber disso para nada, ele passou a ser gay, enganou-a, isso está mal, ela não quer mais falar com ele, não quer mais falar sobre ele, vamos lá dançar, e fomos, e ela foi pedir uma música ao DJ, e regressou, dois minutos depois, enamorada deste.
True story.

Lilli Pili

por Bad Girl, em 26.09.13
Não sou pessoa de confiar nos amenities dos hotéis. Quando viajo levo em acessórios de higiene o equivalente a uma muda de roupa, quer em valor quer em espaço ocupado. Os amenities dos hotéis são, regra geral, uma porcaria. Ou porque não cheiram grande coisa, ou porque fluem tanto como um rio ou, pior de tudo, porque são de marcas testadas em animais. Vê-se perfeitamente que alguém no hotel sabe que é preciso pôr uns frasquinhos com cremes e champôs nos quartos mas se está nas tintas para o que lá coloca. Uma excepção a todas estas regras é a Molton Brown. A pessoa entra numa casa de banho de hotel com amenities Molton Brown e sabe que está num hotel em condições, não há hotéis foleiros com amenities Molton Brown, deve haver por aí uma lei que diz que é estritamente proibido um hotel ter amenities Molton Brown e não ser uma coisa em, pelo menos, bom. É uma das poucas marcas que me faz encostar as minhas coisas a um canto, para mudar, por uns dias, de aroma. E estão vocês a perguntar, "Bad querida, sucumbiste ao mundo dos patrocínios blogosféricos?", e respondo eu, misto de tristeza e ironia, "Claro que não, nem eu faço publicidade (de graça, pelo menos), nem a Molton Brown seria idiota de fazer publicidade num blogue com palavrões", mas eu queria partilhar os meus amenities para o cabelo convosco e não podia fazê-lo sem contextualizar, e agora meto a foto dos meus produtos "lilli pili" e digam-me lá se era de resistir a uma coisa que lembra logo uma cidade de bonecos pequeninos com cabelos cor de rosa e vestidinhos de pôr e tirar... A pessoa que se lembra destes nomes devia ser beijada com língua até à eternidade por uma outra pessoa do sexo oposto (ou não).

Se a vida fosse o Lost (não, não é...) tudo indica que eu me safava à grande.

(A menos que o vizinho me caísse em cima ao "aterrar" na ilha)

Querida pessoa gorda,

por Bad Girl, em 25.09.13
Talvez ainda não nos conheçamos, mas sei de fonte segura (a História), que certamente iremos fazer uma viagem juntos. Talvez não seja para tão breve, talvez seja já amanhã. Não sei. Só sei que o universo tratará de te colocar ao meu lado numa viagem de avião. É como a morte e os impostos: se há um gordo a bordo, o lugar dele é ao lado do meu. Quanto mais pequeno o avião, mais gordo o gordo. Às vezes o universo decide contemplar-me (isto deve ser só nos dias em que me porto mesmo muito bem) com DOIS gordos, um de cada lado. O que me leva para a minha grande questão, que no fundo é o que me preocupa: os gordos (estamos a falar de gordos daqueles que não precisam de cinto de segurança, pois ficam logo encaixados a partir do momento que se sentam e tirá-los de lá implica um "plop") não podem sentar-se de perninhas fechadas? E os cotovelos, têm mesmo de estar sempre a cotucar as minhas costelas (quem diz costelas diz mamas)? É que se é para ser assim tudo bem, eu espremo-me à mesma contra a janela, mas o vizinho tem de pagar metade do meu bilhete, em honra da metade do meu lugar que está a ocupar. Depois há aquela outra coisa: o gordo entra no avião, encaixa-se no lugar, aperta o cinto (what's the point?), guarda a pasta (a pasta do gordo fica sempre debaixo do banco da frente e nunca na bagageira) e põe-se a ler as revistas. Vai comprar alguma coisa? Não vai. Mas abrir as asinhas para folhear a revista, lá isso... O mesmo se passa com a comida, que aquilo os gordos que se sentam ao meu lado são pessoas para querer comer com talheres até uma sanduíche mista, que é mais uma desculpa para estender a asa. E eu que me lixe, espremida contra a janela, Deus me livre de me dar a incontinência, que fico meia hora a pensar como é que vou pedir ao gordo que saia dali, plop certamente, e a aflição a aumentar, e o gordo sai mas vai - sempre, vai sempre - para o lado do corredor para onde eu tenho de ir, e o xixi ali a dizer-me para dizer ao gordo que já não aguenta mais, e eu presa no banco, a tentar que o senhor entenda sozinho que para ali não é caminho, e ele a pensar que a maluca o mandou sair do lugar e agora não se mexe, e o xixi a querer carta de alforria naquele minuto, o gordo finalmente percebe e eu corro para a casa de banho que, se eu tiver sorte (nunca tenho) está livre. Para voltar, é só pedir ao gordo (que já se sentou e voltou a pôr o cinto) e esperar uma vida inteira. À falta de gordos para andar de avião, o universo também me manda velhas conversadoras e bebés chorões. Nunca em simultâneo, que o universo tem-me muito respeito...

A história remonta a Fevereiro do corrente, quando começamos com a história do:

 - Está grávida - Não está grávida - Gravidez ectópica - Está na trompa - Não viaja que pode ter uma hemorragia e ir desta para melhor – Se estiver na trompa, sai a trompa – Se a outra trompa estiver marada, tira-se a outra também.

E eu lixada, com aquela bata que deixa o rabo de fora, a reclamar que claro que sim, saem as duas, com a sorte com que eu estava (mal eu sabia) e bebés vai no Batalha (não sei dizer em lisbonês), e MQT a acalmar-me, a dizer que se adoptava, e eu a dizer que se quisesse brincar às Angelinas punha mas era uns lábios à pato, e eu a viajar na maionese e a dizer que se as trompas se fossem, queria um buldogue francês, que eu pudesse vestir e calçar, e andar com ele debaixo do braço, e depois disseram-me que era hora de ir na maca, e adormeci, e quando acordei era uma mulher com duas trompas, e sem um buldogue francês. Aparentemente, também sem um luteoma que ninguém sabia que lá estava, mas como estava no caminho, foi tirado, vá lá para casa engravidar, que você está como nova.

Chegou Maio.

Hemorragias intermináveis – Olha aqui uma lesão – Não me engravide agora – Vamos ver como evolui – Olha, evoluiu assim em grande – Olha, maior – Afinal foi uma gravidez molar – Picas nos braços – Valores a subir – Não operamos que é perigoso – Vamos tentar tudo o resto – Olha, está maior – Bad passa-se e diz que já não lhe enfiam mais nada, se há uma injecção que lhe dêem uma injecção – Olha, não adiantou nada.

Nisto já estamos em Julho

 Está maior – Chamemos o Professor (abençoada a hora) – o Professor afinal opera – Marés Vivas? Você não pode ir a lado nenhum onde leve uma pancada, com uma hemorragia interna vai desta para pior – Mas e os 30STM, queria tanto ver o Leto!!! – Você não está boa da cabeça! – Mais uma vez a bata com o rabo à mostra – Assinar consentimento informado – Podemos ter de fazer uma histerectomia – Aviso que se ficar sem útero quero um buldogue francês para vestir e calçar – Ora correu tudo bem, fica o útero sai a massa – Vá descansada para casa – Não se preocupe com a anatomia patológica – Olhe estou a ligar-lhe porque vou de férias e parece que a anatomia patológica afinal não é assim tão jeitosa, mas a minha colega fica com o bebé (que mal aplicadinho aqui) nas mãos – Nisto liga a colega a dizer “venha cá urgentemente” – E eu saco-lhe que sim, toma lá um tumor maligno – E deixam-nos à espera na sala a olhar um para o outro – E eu nunca vi MQT tão furioso com o mundo, o universo e a put@ da sorte – E eu viro-me para ele e digo:

 - Já estive mais longe de ter um buldogue francês, não já?

E desatamos os dois à gargalhada.

Sócrates lança livro sobre ciência política.

Apedeite

por Bad Girl, em 17.09.13
Resmas. Resmas de bichos a atacarem-me e eu a dar-lhes porradinha da boa. É verdade que não nos ficaremos pelos 3 tratamentos, afinal até fiz 4 antes da consulta, e já marcamos mais 4, mas os valores baixaram 89% nos primeiros 3 tratamentos. Bom, não é? Pois claro que é. Temos de chegar aos 100% da matança do bicho e, depois disso, ainda vamos ter de lhe dar na boca com mais 2 ou 3 tratamentos, mas já vamos adiantadinhos. Até a médica estava mais simpática, toda ela era sorrisos (bem, em comparação com a outra consulta) e ânimo. A alegria era tanta que até me deixou viajar. Uma vez, que é para eu não me habituar a andar para aí a fazer o meu trabalho. Uma coisa curiosa é que a senhora doutora insiste (foi aí a terceira coisa que me disse na primeira consulta e foi a segunda coisa que me disse nesta) em advertir-me que eu não posso engravidar. MQT acha que devemos ter um ar de fodilhões de todo o tamanho, ao ponto de a doutora achar que tem de nos pôr freio. Antes assim.

Todas as semanas, TODAS, chego a casa para dar de caras com a pobre andorinha falecida.
A mim a coisa parece simples: a andorinha está pousada de barriga para baixo, vê-se-lhe todo o esplendor, fica ali bem, era só limpar e voltar a pôr no sítio, na mesma posição. Mas não, o bicho acaba sempre de barriga para cima (tem um buraco na barriga, será difícil perceber que não é assim?), num estado de falecimento que só ele.
E talvez ela me queira dizer que não é por morrer uma andorinha que acaba a Primavera, mas eu de arte percebo pouco, talvez seja melhor ela deixar-me um recado e dar sossego ao bicho.

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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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