por Bad Girl, em 19.02.07
Olhei para ele, ali, sem máscara, finalmente. Irónica a data que escolheu para me contemplar com a verdade, para deixar cair a máscara, para se revelar. A pena era tanta, que nem sequer consegui sentir raiva. A raiva que eu queria sentir. Que eu devia sentir. Mas que eu, acima de tudo, tinha o direito de sentir. Mas sentimentos foi coisa que eu deixei de ter por esse mascarado há muito tempo. Mesmo antes de se revelar, o valor que tinha na minha vida era nulo. Depois de se revelar, tudo se tornou claro, mas ao mesmo tempo feio, opaco, ébrio, doentio, triste. O que podia ter sido mágico, belo, uma fábula, não passou de uma história mal contada, uma
mise en scène miserável e desenquadrada. Acabaram-se os fingimentos, o faz-de-conta, os anonimatos. O frente-a-frente não passou de uma desilusão para quem já não se ilude com nada... Au revoir!