por Bad Girl, em 03.01.07

No próximo dia 11 de Fevereiro, quando eu fôr votar SIM, não será apenas por mim que o vou fazer. Não é pela minha liberdade, mas sim pela liberdade de todos, homens e mulheres, de poderem escolher.
Não vou votar SIM por afiliações políticas, ou descrenças religiosas. Vou votar SIM porque é preciso que este País deixe, de uma vez por todas, de ser um antro de vícios privados e de virtudes públicas. Depois de votar SIM, e independentemente do resultado final, eu continuarei a tomar a pilula. Continuarei a usar preservativo. E continuarei com a certeza que as minhas condições financeiras me permitirão fazê-lo, aqui ou lá fora, em boas condições, se assim o quiser. E continuarei com a certeza que terei todo o apoio psicológico que preciso, pago ou não. Porém, continuo também com a certeza que continuarão a haver recém-nascidos abandonados em caixotes do lixo ou no frio da rua, e que continuarão a haver crianças maltratadas entregues pelo sistema aos pais que as maltratam. Gostava era de não ter a certeza que há mulheres que põe a sua vida em risco para levar adiante uma escolha que é delas. O meu SIM é um SIM no andar para a frente deste País. O meu SIM é um SIM pela qualidade de vida. Pela possibilidade de escolha. O meu SIM é pelo olhar para o futuro, e fechar os olhos ao passado. Deus? Aquele Deus em nome de quem já foram feitas guerras, queimadas pessoas? Aquele Deus que dizem que castiga se nos portarmos mal? Ou o Deus que cada um tem dentro de si, e ao qual eu chamo consciência? Será que aquele Deus que é representado em Terra por um ser humano que ajudou os Bispos pedófilos de Boston a safarem-se da justiça dos homens, prefere que se criem traumas em crianças que já existem, que já têm uma vida e que se destruam todos os seus sonhos e meninice?
A mim, parece-me que se do referendo fossem retirados os falsos moralistas, os hipócritas e os interesseiros, as coisas iriam ser mais justas... mas isso ia contra toda a liberdade que eu desejo que todos tenhamos.
Esta é apenas a minha opinião. Não é uma luta. Não é uma tentativa de mudar as mentalidades, de fazer jogos. Este é apenas o meu SIM.