
Os homens lá de casa estão doidos! O Natal deve baralhar-lhes os circuitos, tanto e com tal intensidade, que chegam a levar-me à loucura (
ah, então a culpa é deles).
O facto de a minha mãe fazer anos no dia 21 de Dezembro não ajuda ninguém. A verdade é que toda a originalidade no que a presentes diz respeito fica esgotada numa das datas: aniversário ou Natal. E há também o pequeno pormenor de a minha mãe ser apenas a pessoa mais complicada do Mundo no que a presentes diz respeito. O ritual é isso mesmo, um ritual. Por volta do dia 18, lá vem o meu pai, sempre com o mesmo desbloqueador de conversa:
- O que é que achas que devo dar à tua mãe no aniversário?
Ao que eu respondo:
- Não sei, pai.
Resposta que ele decide ignorar.
- Eu podia dar-te dinheiro e tu compravas qualquer coisa.
Proposta que eu decido ignorar. Ou negociar:
- Sim. Tu dás-me o cartão, eu compro uma para ela, outra para mim.
- Não me parece.
- Então vai para o shopping.
- Pega lá o cartão.
(OK, os eventos descritos acima estão ligeiramente ficcionados. Eu nunca compro nada para mim!!!! –
hei-de arrepender-me para sempre do dia em que dei conhecimento aos meus pais da existência deste blog...)
[...]
Quanto ao meu irmão: liga-me nos dias 17 e 18 a pedir sugestões, e também nos dias 19 e 20 a consultar-me sobre as ideias que teve. No dia 21, quando a minha mãe abre o presente dele, nunca é nada parecido sequer com o que foi falado.
Este ano, decidiram apanhar-me de surpresa. Era dia DEZ de Dezembro e o meu pai partilhou comigo:
- Já sei o que vou dar à tua mãe no aniversário!
Entre a estupefacção e o choque, lá consegui dizer:
- Quem és tu e o que fizeste ao meu pai???
(Na verdade, o que me saiu da boca foi um suave “O quê?”)
E pronto, as coisas voltaram ao normal quando a resposta chegou:
- Um papagaio!
- Ah?
?????????????????????????????????????????????????????????????????
OK, pronto, está louco.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
- Um papagaio?
- Sim, um papagaio.
- Porquê?
- Então, ela não nos deixa ter um cão, mas nunca falou de papagaios. Ensino o papagaio a ladrar, e para o ano ela já aceita o cão. Dois problemas resolvidos.
Breve informação de extrema importância sobre este assunto: ele não estava a brincar. O meu pai não é de brincadeiras, nem de manobras de diversão. Esta era, definitivamente a ideia dele. Da qual eu o demovi sem ser preciso dizer nada (até porque não conseguia fazê-lo, no meio de tantas gargalhadas).
Já o meu irmão, liga-me no Sábado passado, ainda de madrugada (11 horas), com a pergunta dos dois milhões:
- O que achas de eu dar um voo de balão de ar quente à mãe, no aniversário?
Eu juro que achei que estava a sonhar. Belisquei-me. Doeu-me. Era mau de mais para ser verdade. Respondi-lhe:
- Ela toma calmantes para entrar num avião... achas que ela vai querer andar de balão?
[...]É que nem posso esperar pelas surpresas de sexta-feira!!!!