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Ter esta música a tocar no telemóvel não é a melhor ideia. Principalmente se, contra tudo o que é regra, o dito se põe a tocar no elevador, quando o estamos a partilhar com 4 vizinhos.

Alguém me mandou um mail a pedir que me pronunciasse sobre as tatoos do Raul Meireles. Ora não o vou fazer. Por várias razões que passo aqui a explicar:
- Isto não é uma democracia. Muito menos um programa de discos (posts) pedidos.
- Leitores lêem. É a sua função. Não sugerem temas. Para isso criam o seu próprio blog e escrevem lá sobre o que quiserem.
- Eu sei que produzo muitos posts (a genialidade a isso me obriga). Também sei que vocês sabem que eu ando a fazer uma birra lá pelo burgo e que tenho os finais de tarde livres. Mas desiludam-se aqueles que acham que não tenho mais nada que fazer. Hoje, por exemplo, estive a lavar o carro. Com as minhas próprias mãos. E sim, molhei a roupinha toda, que se colou ao corpo não deixando nada à imaginação, e sim, estava o filho dos vizinhos dos meus pais cá fora a brincar com o cão. E brincar é a palavra certa, já que (e por muito que ele peça) eu não lhe dou mais de 25 anos...
- A J. não me deu quaisquer informações made in imprensa cor de rosa sobre as tatoos do Meireles.
- Por último, mas não menos importante, estive a olhar para a minha agenda com muita atenção e não consegui arranjar maneira de encontrar duas semanas livres em que pudesse estar em frente ao computador a escrever sobre o tema.

Parabéns, Nelson Mandela

por Bad Girl, em 17.06.08
Ia colocar aqui dados biográficos. Mas os grandes homens não precisam de muitas palavras. Também podia colocar uma fotografia. Mas os grandes homens não vivem da imagem.
Eu já desejei os parabéns a Nelson Mandela. Quem quiser também o pode fazer aqui.

Saudades d'Os Maias

por Bad Girl, em 17.06.08

Depois Carlos, outra vez sério, deu a sua teoria da vida, (...). Tudo aceitar, o que vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves. (...) Sobretudo não ter apetites. E, mais que tudo, não ter contrariedades.
Ega, em suma, concordava. Do que ele principalmente se convencera, nesses estreitos anos de vida, era da inutilidade do todo o esforço. Não valia a pena dar um passo para alcançar coisa alguma na terra - porque tudo se resolve, como já ensinara o sábio do Eclesiastes, em desilusão e poeira.
- Se me dissessem que ali em baixo estava uma fortuna como a dos Rotschilds ou a coroa imperial de Carlos V, à minha espera, para serem minhas se eu para lá corresse, eu não apressava o passo... Não! Não saia deste passinho lento, prudente, correcto, seguro, que é o único que se deve ter na vida.
- Nem eu! acudiu Carlos com uma convicção decisiva.
E ambos retardaram o passo, descendo para a rampa de Santos, como se aquele fosse em verdade o caminho da vida, onde eles, certos de só encontrar ao fim desilusão e poeira, não devessem jamais avançar senão com lentidão e desdém.
[...]
Eram seis e um quarto!
- Oh, diabo!... E eu que disse ao Vilaça e aos rapazes para estarem no Braganza pontualmente às seis! Não aparecer por aí uma tipóia!...
- Espera! exclamou Ega. Lá vem um «Americano», ainda o apanhamos.
- Ainda o apanhamos!
Os dois amigos lançaram o passo, largamente. E Carlos, que arrojara o charuto, ia dizendo na aragem fina e fria que lhes cortava a face:
- Que raiva ter esquecido o paiosinho! Enfim, acabou-se. Ao menos assentamos a teoria definitiva da existência. Com efeito, não vale a pena fazer um esforço, correr com ânsia para coisa alguma...
Ega, ao lado, ajuntava, ofegante, atirando as pernas magras:
- Nem para o amor, nem para a gloria, nem para o dinheiro, nem para o poder...
A lanterna vermelha do «Americano», ao longe, no escuro, parara. E foi em Carlos e em João da Ega uma esperança, outro esforço:
- Ainda o apanhamos!
- Ainda o apanhamos!
De novo a lanterna deslizou, e fugiu. Então, para apanhar o «Americano», os dois amigos romperam a correr desesperadamente pela rampa de Santos e pelo Aterro
, sob a primeira claridade do luar que subia.


Eça de Queiroz

"Os Maias"- Parte final

A minha melhor lição de vida


Faz-me lembrar de diversas formas do filme Atracção Fatal. Se não, vejamos: SLB (Glenn Close) sente-se fodido à grande. Foi ele quem jogou mal e porcamente durante um campeonato inteiro? Foi sim senhora, mas isso agora não importa, porque não combina com o resto da analogia. O FCP (Anne Archer) distrai-se do casamento durante um fim-de-semana e o que é que lhe acontece? Entra-lhe uma maluca casa adentro, fode-lhe o marido e, só por isso, acha-se no direito de passar ela a ocupar o lugar de digníssima esposa. Ora bem, com todos os buracos que esta analogia possa ter, eu só tenho para dizer que coelhinhos mortos na panela não nos fazem medo. É que o fim da Glenn Close teve tanto de feliz como de digno. E, não sei porquê, soa-me a augúrio...

Mama's Boy

por Bad Girl, em 16.06.08
Olha... espaço livre!


Numa altura em que o País vive uma montanha russa de sentimentos, que atingem o pico do entusiasmo quando se discute o Europeu e baixam aos mais profundos sentimentos de tristeza quando se aborda o preço dos combustíveis, é das revistas cor-de-rosa que chegam as minhas preocupações. Raramente pego numa revista desse tipo. Não é por total desinteresse nem por excesso de intelectualidade. É mesmo porque não gasto dinheiro nessas merdas e tenho pouca oportunidade de ver alguma de borla. Mas acreditem, quando posso passar os olhinhos por uma dessas, nem que seja para ver as imagens, não perco a oportunidade. Mas desta vez não foi isso que aconteceu. Para falar sobre este assunto que tanto me agasta tenho mesmo de confiar na J., que me contou algo que me deixou num estado de transtorno tal, que ontem demorei imenso tempo a adormecer. Esperem lá… eu ando com insónias vai para mais de seis meses. O.K., não me perturbou o sono, mas que já me pôs aqui a fertilizar a imaginação, ah isso já. Estamos nós espraiadas à beira do rio (onde é que já se viu maior contra-senso?), a falar de banalidades perfeitamente desnecessárias quando a J. me faz a revelação do século:
- Então não é que o Quaresma tem uma tatuagem, com a cara da mãe, no antebraço?
Eu juro que me ia dando uma coisinha ali mesmo. A cara da mãe? Que o gajo parece um caderno de apontamentos eu já percebi, agora uma tatuagem com a cara da mãe? E ficou-se por aqui? Não. Tem também a cara do irmão, dois anjos com a cara das irmãs e, caso ele se vá esquecer, os nomes de todos rabiscados pelo corpinho. Ai a minha vida, já eu segurava a barriga com as mãos de tanto rir quando me pus a divagar:
Partindo de um pressuposto em que o universo estava completamente ao contrário e uma gaja (até me podemos imaginar a mim, que o amor tem destas coisas, é cego como uma toupeira e com o reflexo dos brilhantes dele, a ofuscação pode confundir-se com cegueira) está com o individuo na cama, ai que bom, ai que bom, e, de repente, nanossegundos antes de atingir o êxtase, desvia o olhar para o antebraço do companheiro, e dá de caras com a mãezinha do dito, de certeza que com sinais evidentes de reprovação daquilo estamos a “obrigar” o seu rico filhinho a fazer. Desvia o olhar na expectativa de ainda conseguir esquecer o sucedido e eis que lhe aparecem os dois anjinhos, a tentar perceber que raio de pecado está o mano a cometer. E não venham com possibilidades várias: qualquer que seja a posição adoptada dá para dar de caras com, pelo menos, um elemento da família.
Pois bem, namorada do Quaresma, onde quer que andes, cá vai uma sugestão: manda fazer fronhas de almofadas e capas de edredão com a melhor foto de família que tenhas. Pelo menos, enquanto és obrigada a levar com o olhar reprovador da D. Fernanda, ele estará a dar de caras com o olhar avaliador do teu pai.

Chut!

por Bad Girl, em 16.06.08
Pronto, está bem, eu admito, já li "O Segredo".
Também li o "Código Da Vinci", todos os livros de Pedro Paixão, Shakespeare na sua língua original, todo o Ian McEwan que há para ler, gosto de Eça de Queiroz e, embora me custe horrores assumir isto, já li dois livros da Margarida Rebelo Pinto. Lá diz o povo, à primeira cai quem quer, à segunda... pois, no comments. Gosto de acreditar que sofro de leiturite crónica, e que sou muito ecléctica. A mãe gosta (com o distanciamento devido) das coisas do oculto e, de quando em vez, lá me impinge uma destas coisas. Podia ter parado a meio. Claro que podia. Mas há coisas que me agradam de sobremaneira. Uma delas é acreditar que eu digo, da maneira certa, ao universo, que quero uma coisa, e o universo lá manda a coisa que eu quero. Depois alguém me descansou. Afinal, a resposta reside na física quântica. Como eu nunca fui muito boa nessas coisas da física, química, ciências naturais, álgebra e coisas desse género, relaxei os nervos perante a possibilidade de isto até ser uma coisa séria. E era ver a Bad, feita doida, a dar ordens ao universo:
- Quero aquele lugar de estacionamento!
- Quero chegar a horas!
- Quero isto, quero aquilo...
E tudo me caía aos pés como se de ordens (mesmo) a súbditos obedientes se tratassem.
Galvanizada com semelhantes poderes, foi ver-me partir para coisas mais importantes:
Euromilhões, aumento, promoção, Adrian Grenier... o livro era claro: não se questione como o universo lhe vai dar estas coisas. Apenas mande instruções ao universo para lhe dar as coisas.
Ora que eu vos vou dizer que este universo é um senhor que se ofende com pouco. A minha Conceição é deixar-lhe um recadinho para me passar as calças X, ou tratar do exaustor, e chego a casa com tudo pronto. O Universo? Pois não sei se é gajo para ficar ofendido com a maneira rude com que falo com ele, mas a verdade é que não tem feito népia do que eu lhe peço. E eu não o censuro. Porque eu sou daqueles co-pilotos que estão a ler o mapa ao contrário e diz:
- Próxima duna à direita. Espera, é à esquerda. Não, calma, segue em frente, tens de dar a volta ali no camelo e voltar tudo para trás. Pera, pera, não é preciso, afinal é à direita...
E de quem é a culpa? Minha? Claro que não. É da put@ da bússola que tem a agulha magnética estragada!

E depois, temos aquele amigo da J.

por Bad Girl, em 15.06.08

... que diz coisas tão profundas como:
- Eu adoro pegar na mota, à noite, e andar a alta velocidade. Abro os braços, fecho os olhos e sinto que voo...

É de mim ou ele reúne todas as condições necessárias para ser mais um palerma morto? É que o último que eu vi a abrir os braços e fechar os olhos num meio de transporte, achava que era o "King of the World" e acabou um bocadinho hipotérmico ...

Void

por Bad Girl, em 15.06.08
Quando decido parar para seguir em frente, há danos colaterais com os quais não conto. Sim, já não vivo pendurada na expectativa de uma chamada, de um convite para jantar, de uma conversa mais acesa ao telefone. Também não sorrio quando é aquele nome que aparece no telefone, não demoro horas a arranjar-me para sair para o tal jantar especial, e já não coro ao telefone com a tal conversa. Não sofro por antecipação, não fico delirante por merdas tão pequeninas que depois me vão deixar furiosa por me terem posto tão histérica. Finalmente, e conforme queria, deixei de sentir o que quer que seja. Esvaziei-me de sentimentos. E lembrei-me que, afinal, não é sofrer por uma chamada que não chega nem por um convite que não vem que me faz mal. É nesta altura que me lembro que, apesar de já não passar noites às voltas a pensar em alguém, não viver ansiosa e sem paz, vivo um vazio emocional. Estou esvaziada de sentimentos. E lembro-me agora que, pior que uma paixão não correspondida é não ter, de todo, uma paixão...

Também tenho!

por Bad Girl, em 13.06.08
Assuntos relacionados com a PDI e coisas afins fizeram-me hoje ter de ir fazer um electrocardiograma. Ora esta treta causou-me transtorno. Muito. Primeiro foi o médico, que na 4ª Feira me deu instruções no sentido de proceder com o exame. Eu lá lhe tentei provar, por A+B que não podemos examinar uma coisa que não existe. Ninguém o manda a ele fazer um exame aos ovários, e a mim não me mandariam fazer um exame à próstata. Então, porque raio é que ele me estava a mandar fazer um exame ao... blac!... coração?!?!?! Com muitas dúvidas sobre as habilidades profissionais deste primeiro médico lá fui eu, a contragosto, fazer os tais exames. E o que é que eu descobri? Que havia um complot contra mim naquele Hospital. Se não, vejamos: primeiro garantem-me que eu tenho coração. Tentam minimizar, dizem que é um órgão que toda a gente tem, e parece que é essencial à sobrevivência humana. Como faço com qualquer assunto que me é desconhecido, lá fui eu investigar mais sobre o assunto. Entre prosa, poesia e aulas de anatomia humana, eu percebi que sim, que também tinha um músculo desses. Percebi finalmente onde tenho guardadas algumas pessoas que teimam em não me sair da cabeça. Depois de encaixada esta verdade, vem o aspirante a senhor que faz os electrocardiogramas e diz-me o quê?
- Parece que está tudo bem.Parece que está tudo bem? Parece que está tudo bem? Mas o gajo está parvinho de todo ou quê? Não é a ele que dói, pois não? Não é no músculo dele que estão a morar personas non gratas, pois não? Ah, pois não... o senhor sai dali e vai à sua vidinha de examinador de corações alheios. E eu? Ele arrancou o mal do meu peito como era suposto? Tirou o maldito inquilino que se alojou sem pagar renda e se recusa a sair? Não... para ele, parece que está tudo bem... ele sabe lá o que diz!



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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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