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As más notícias chegam assim, sem avisar e com o dom de nos moer o juízo.
Soube hoje que Nuno Markl trocou a Antena 3 pela Comercial. Por mim, tudo bem, interessa-me pouco o que cada pessoa faz com a sua vida. Transtorna-me que a Média Capital Rádios, que há menos de um mês avançou com um despedimento colectivo no RCP, agora tenha dinheiro para uma mega contratação na Comercial. Eu não mudo de estação. Porque não vai ser o Nuno Markl que vai conseguir dar alguma qualidade àquilo que é uma colagem à RFM. Adoro o Edward Norton. Mas não sento o meu rabo numa sala de cinema para ver um filme de merda só porque o Ed lá está. E se já sei o guião e acho o realizador uma lamentável nódoa, não vou ver o filme. Obrigadinha.
Andava eu a passear-me pelas belas ruas da internet, quando tropeço no inaudível vídeo ali de cima. E não me venham dizer que eu tenho é inveja, que eu gostava de ser como ela, que eu tenho uma palavra para vocês: not. Está bem que meio mundo acha que ela é gira. Está bem que ela é boa, e tem uma boca de quem faz broches daqui até ao céu. O que me deixa com uma dúvida: porquê tanto medo do microfone? Quem lhe disse que ela tinha jeito para cantar devia cair neste exacto momento no meio da estrada e ser atropelado por um camião de cimento. Mas o que é aquilo? Vejam tudo até ao fim (tirem o som, se acharem que não aguentam). Ela está vestida de parola. Já vi candidatas ao "Ídolos" serem insultadas por menos. Não se mexe. Quer dizer, eu vejo um joelho que está a tentar ir ter com o ritmo da música, mas tendo em conta o resto do corpo, acho que aquilo é apenas e só um espasmo. Não duvido que a rapariga esteja em festa por dentro, mas aquilo é o antónimo de "animal de palco". E quem é que vai ter com quem, para um bocadinho de roço, tão pedido pela música? O Pete Yorn, que a Scarlett prostrou-se ali e dali só sai quando puder tirar os sapatinhos. Fosses feia e já te tinham mandado encher de moscas.
O mail que recebo no endereço associado a este blogue dava para contar uma série de histórias. Recebo-o de todos os tipos: fan mail, hate mail, spam, interessante, e os outros. Não sei que raio de entrelinhas andam algumas pessoas a ler, para achar que me mandam um mail e eu lhes caio aos pés. Dava para rir, se não fosse tão triste. A receita é basicamente a mesma: o mail deve ser curto. Duas frases é o limite. E tem de me despertar a curiosidade. Uns deixam convites no ar. Como se eu estivesse aqui a escrever, fechada na torre do meu castelo, ansiosamente à espera do dia em que alguém chegava, empunhando as palavras certas. E elas seriam: "Queres fazer alguma coisa engraçada?" (isto era o subject do mail) e "É como diz o subject deste mail..." (isto era o corpo do mesmo mail). E, perante tamanha capacidade de sedução, o que é que eu faço? Apresso-me a responder (leia-se spamizar), ansiosa por saber que programa o autor deste mail tem para me propor. Trinta e um anos à espera de uma proposta destas. Obrigada, cromo. Mas depois há o outro truque. Aquele do: "vou mandar-lhe um mail que lhe deixe a pulga atrás da orelha. Ela vai ter de responder, nem que seja para me perguntar o que é que eu quero dizer com aquilo.". Estes chegam, obviamente, sem assunto. No corpo do mail, um enigmático: "O que você tem para min???? (sim, min)". Reparem, aqui o bico do prego é virado. Aqui o leitor é um desinteressado, que está à espera da melhor oferta. Aqui é ele que está na torre do seu castelo, impávido e sereno à espera de quem o surpreenda. Pois para estes dois exemplos e os outros da mesma laia, cá estão as respostas. Ao "queres fazer uma coisa engraçada", respondo com este post. Não sei se tem grande graça para ele, mas eu acho-lhe alguma piada. E ao "o que você tem para min???", é isto. Espero que gostes.
Com mais de uma centena de currículos em mãos, dou por mim a pensar que há maneiras muito subtis de muita gente se manter no mercado de trabalho, alegadamente à procura de emprego, sem nunca o encontrar. Por exemplo:
Receber a tal candidatura com conhecimento de todos os outros locais para onde a jovem enviou o currículo. É apenas natural que alguém que está à procura de emprego envie o seu currículo para vários sítios. Mas todos ao mesmo tempo e em cópia? Sim, mandar um de cada vez exige mais tempo, e era só o que faltava, tenho mais o que fazer.
Mas essas não são as piores. Vão cair como tordos na mesma, mas não são as piores. Pior é verificar que há gente que acredita que uma pessoa séria a vai entrevistar para um emprego sério quando o seu e-mail é: coelhinhamarota69@hotmail.com. Ou fcpforever@msn.com. Hoje em dia uma pessoa tenta contratar uma telefonista e aparecem mais de duzentas candidaturas. Pessoas que nunca trabalharam, pessoas que já foram telefonistas, pessoas formadas nas mais diversas áreas... Os critérios para ir eliminando gente concentram-se cada vez mais nos detalhes. E há muitos que são muito importantes. Eu não quero contratar a coelhinhamarota69@hotmail.com para atender os telefones da minha empresa. Lamento, mas não quero. Porque para ela pode ter sido apenas a conta que ela criou aos dezasseis anos e que nunca se deu ao trabalho de mudar. Mas o facto de ela achar que não vale a pena dar-se ao trabalho de alterar um cabrão de um endereço de e-mail, que ainda por cima é uma coisa grátis, diz-me muito sobre essa pessoa. Uma dessas coisas é que ela não está à procura de emprego. Só de brincadeira.
Diz que a Manuela Moura Guedes armou uma peixeirada com um fotógrafo.
Parece que ela gosta muito da liberdade de imprensa, e tal, mas só quando é ela a apresentar telejornais e a colocar as pessoas em situações confrangedoras.
Se me perguntarem, o que MMG está a tentar preservar está longe de ser a sua vida privada. Parece-me que, estando de baixa, MMG não pode estar às 02h30 da manhã fora de casa. A menos que esteja internada, ou isso. E isto, ou muito me engano, ou é uma causa justa para demiti-la. Até acho que tem um nome. Tipo... baixa fraudulenta?
Eu cá fui convocada para uma junta médica com pouco mais de um mês de baixa. Será que a Manela também já foi chamada a uma?
E de repente durante uma semana mal se pode jantar fora. Diz que é o Porto Restaurant Week. Assim uma espécie de democratização do luxo, ou o c@r@lho. E os outros que fiquem à porta, que os pobrezinhos/ forretas/ apanha-tudo-que-é-promoção agora diz que vão jantar fora por € 20,00. Qualquer dia ainda põe uma colecção Jimmy Choo à venda na H&M.
As palavras são de Mário David, deputado europeu pelo PSD. E é tamanha a minha estupefacção perante tais escritos que não sei se choro ou se procuro a câmara dos apanhados. Para ver se eu entendo: Mário David tem vergonha de ser compatriota de Saramago. Por isso acha que o mesmo deve levar avante a sua ameaça de deixar de ser cidadão português. E acha ainda que a liberdade de expressão deve ser delimitada. Imbecilidades e impropérios não. E se eu achar que o que Mário David escreve é uma imbecilidade? Ele tem também de renunciar à cidadania portuguesa? E depois vem a parte do impropério, onde o tal deputado escreve: “(...) confissões religiosas, valores que certamente desconhece mas que definem as pessoas de bom carácter.”. O senhor Mário David deve estar a comer comida estragada lá pelo estrangeiro. O pior é que aquilo lhe deve estarb a causar um desarranjo tão grande que agora lhe chegou ao cérebro sob a forma de uma ideia de merda. É possível que alguém no seu perfeito juízo e que viva no presente acredite mesmo que o que define uma pessoa de bom carácter é o facto de ter religião? Que nós, os hereges, este bando de gente que não reza em coro, somos maus? Que o facto de ir a um templo de fé me põe do lado das boas pessoas? Então e quem professa uma fé? Devem ser pessoas de um carácter extraordinário, não? Como o padre Francis de Luca ou o bispo de Wilmington. Isso é que é boa gente. É a liberdade de expressão que permite que o senhor deputado escreva aquilo que, a meus olhos, não passam de imbecilidades e impropérios sobre o que o senhor deputado considera serem imbecilidades e impropérios de Saramago. A ser a gosto do senhor deputado, talvez fosse melhor fazermos uma coisa assim do género de “fechar” a democracia por uns seis meses.
Antes de começar o texto quero pedir desculpas às pessoas que se vão sentir extremamente desiludidas com o mesmo. Às que vão pensar “fod@-se, eu achava que a gaja era mais intelectual” e às que vão pensar “é que nem pseudo-intelectualóide a gaja é”. E aos outros. Os que não pensam, os que pensam outra coisa, e os que não pensavam que era suposto pensar alguma coisa quando cá chegaram. Desculpas pedidas e certamente aceites, vou então explanar o que me traz a este teclado: não percebo o porquê de toda a celeuma em volta das declarações de Saramago sobre a Bíblia. E eu sei que até posso nem ser a melhor pessoa para opinar sobre tal assunto. Primeiro porque nunca li a Bíblia. Nem quero. Segundo porque até li um livro e meio de Saramago, mas não gostei.
Ah, ela teve a ousadia de dizer que não gosta do Nobel!
Ah, ela se calhar tem um intelecto do tamanho de uma semente e não entende o que o Nobel grandioso e superior escreve!
Pois que não é nada disso. Só não gosto e assumo tal. Também não gosto de bacalhau, por exemplo. Dêem-me Possidónio Cachapa, José Luís Peixoto ou Hugo Gonçalves, entre muitos. Mas José Saramago, dispenso. Voltando então ao magnífico Nobel e à sua guerra com o livro mais vendido do Mundo, sou a dizer que mais uma vez não entendo. Há mais de mil anos que Saramago se pôs do lado dos “maus”. Agora faz nova afronta às religiões e diz que a Bíblia está cheia de coisas más, e não sei o quê e fica tudo muito pasmado e muito aborrecido? So what? Talvez a Bíblia seja assim uma espécie de Teste de Rorschach. Talvez a interpretação esteja nos olhos (e na cabeça) de quem lê. Só sei que as tais declarações são uma coisa do género do anúncio do Pingo Doce: ninguém gosta, todos fazem reparo, mas a verdade é que toda a gente fala disso.
Ah, ela comparou o exímio Nobel ao criativo (ou não) do anúncio Pingo Doce.
E para verem que esta coisa dos presentes que põe as crianças em delírio e os pais a baterem com a cabeça na parede não vem de hoje, quando a filha do pai do meu afilhado (ah, gente mais complicada!) fez seis anos eu dei-lhe um kit de maquilhagem. Foi um festival de cores naquela casa. A minha política no que diz respeito a presentes de crianças é simples: são elas que têm de gostar dos presentes, não os pais. Claro que ajuda o facto de não ter filhos. E de sair porta fora no fim da festa.
PS - Não, não é nada contra este casal especificamente...
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!