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... se, ao ver as fotografias do fim-de-semana, diz:
- Preciso mesmo de fazer um curso de photoshop.
Na foto? Eu, em primeiro plano. Até só estava a queixar-me das olheiras, mas não... é preciso um curso INTEIRO de photoshop!
... a meio de uma conversa totalmente senseless, ele diz:
- Uma centopeia fashionista deve gastar uma fortuna em Louboutins.
... mas que saberá, um dia mais tarde, que este dia é especial para ela.
Na vida, vais encontrar pessoas boas e pessoas más. Também vais encontrar pessoas assim assim. Decide se queres partir do princípio de que a maior parte das pessoas é má e fica de pé atrás. Poupas dissabores mas nunca terás muitos amigos. Também podes achar que a maior parte é boa, e arriscares-te a ter desilusões. Endurece a capa e tira lições. Se achares que as pessoas são todas assim assim, é provável que tenhas algumas desilusões. E que tenhas um número comedido de amigos. Todos assim assim.
Na vida haverá dias de Inverno e dias de Verão. Pensa se és uma pessoa do calor ou do frio. Agasalha-te quando estiver frio, usa roupas leves quando estiver calor. Queixa-te só de uma das estações. É prolixo dizer que no Inverno estás com frio, que no Verão o calor te sufoca e que as meias estações já não são o que eram. Vais apaixonar-te por pessoas que te ignoram. Vais apaixonar-te por pessoas que te maltratam sem dar por isso. Vais apaixonar-te por pessoas que te maltratam deliberadamente. Quando olhares para trás e pensares bem no assunto, também ignoraste e magoaste pessoas. Espero que tenha sido inadvertidamente. Vais achar que és uma pessoa boa. Vais encontrar, pelo menos uma vez na vida, quem ache que não. Vais perder tempo se quiseres provar o contrário. Aprende a aceitar, assimilar e avançar. Vai haver sempre quem não valha a pena. O mais provável é que aches que é por essas pessoas que vale a pena lutar. Isso passa. Quando andares na escola vais ansiar pelo dia em que tiveres um emprego. Quando tiveres um emprego vais recordar, com nostalgia, os tempos de estudante. Se tudo correr bem, vais ser um eterno insatisfeito. Vais acreditar que consegues mudar o mundo. Vais intervir. Se tudo correr mal, levarás essa insatisfação ao limite. A vida não traz livro de instruções. A vida é uma cabra. A vida nunca fará nada por ti. Mas é o bem mais precioso que alguma vez terás. Passa por ela com dignidade, defende a tua liberdade e respeita a dos outros. Sê feliz. Parece difícil. Não é que seja fácil, mas só tens de estar de olhos abertos.
Eu não conheço a "Deriva Editores". Até ao dia de hoje, lamentavelmente, nunca havia colidido com nenhum produto deles. Mas vi este apelo. E achei delicioso. Depois vi a página de fãs. E gostei. Porque no meio de tanta merd@ que tantas empresas andam a fazer no Facebook, é sempre reconfortante dar de caras com quem sabe o que faz. I Like.
Aqui.
Sempre me pareceu um bocadinho mal que as fashionistas portuguesas, giras, em geral, nos apresentassem um guarda-roupa recheado de Zara, H&M e Mango. Caramba, isso é qualquer alminha portuguesa, não uma fashionista. Mas pronto, milhares de moscas não devem estar enganadas, e nem sequer é disso que quero falar, porque descobri hoje o que se passa lá fora. As fashionistas saltaram dos blogues, deram movimento às fotos, e agora falam-nos em vídeo sobre as compras que fizeram, o que fica bem, quanto custou e porque é que optaram por aquela peça. A mais popular de todas, ao que parece, é "juicystar07", com centenas de vídeos publicados na internet e um sem número de seguidores. Se conseguirem ver o vídeo até ao fim sem morrerem de tédio, percebem porque é que eu retive a frase: "I don't have a sense of style".
No arguments from me...
Voltem as fashionistas
Fogueira com a Eva, já!!!!
(O que vale, aqui entre nós, é que não representa assssiiiiimmmmm muito bem.....)
A única coisa boa que se tira deste episódio é eu poder dizer por aí:
“Tive que levar o meu pai ao Hospital. Nem se aguentava em pé. Estava com uma pedra...”
Eu vejo o Porto Canal. Verdade. Às vezes, quando estou aborrecida a olhar para a televisão, sou possuída pelo espírito havaiana (vulgarmente conhecido pelo "fugir o pé para o chinelo") e lá mudo eu para o 14, onde encontro coisas como:
Dias Felizes: programa apresentado por uma Barbie com um sotaque medonho, que visita os noivos no dia do casamento. Vai à casa da noiva, à casa do noivo, à igreja e à festa. Não sei se aquela gente ganha mais do que aparecer no programa (deve ser o sonho de uma vida concretizado), mas há poucas coisas piores do que aquilo. E estão todas no Porto Canal.
Apetites: programa apresentado por um cromo com um sotaque medonho, que visita restaurantes da área metropolitana do Porto. Normalmente repete o que os anfitriões dizem, mas sempre cantando um "inho".
Exemplo: "Então, Dona Gertrudes, o que temos aqui no Restaurante Agarra a Burra?",
"Temos bacalhau à Brás"
"Bacalhauzinho à Brás"
"Coelho estufado"
"Coelhinho estufado"
(...)
O Mendonça termina sempre o programa sentado à mesa e com a assinatura (que ele próprio inventou): "Depois não digam que não há profissões mesmo muuuuuito difíceis."
Romaria do meu coração: Nunca vi. Com pena. Parece que acompanha as festas e romarias deste nosso Portugal.
La vie en rose: desconhecidos abrem revistas e falam sobre as vidas dos outros como se eles próprios fossem figuras públicas. Sandra Sá (que se aproveita) faz-se acompanhar de Bebé Moreira (quem?), Cristina Ramirez (quem?) e outra criatura que veio substituir o Tozé Santos e Sá (quem??). Vejam aqui um antigo, se tiverem paciência.
Toca a cantar: Desconheço o local onde decorre a acção deste. O apresentador (que não tem um sotaque medonho) entrevista a custo os "cantores" de karaoke que vão a concurso numa danceteria do Porto.
Há uma razão para eu não saber muito sobre os programas do Porto Canal: tudo bem que é divertido, mas aquilo é como os choques eléctricos: ao princípio faz cócegas, mas depois incomoda.
Para terminar, vou abrir-vos o apetite. Cá vai disto:
Foi voçe que pediu um belo canal?
De entre as coisas divertidas que se podem fazer nos finais de tarde de Verão, não se destaca aquela que me “brindou” o dia de ontem. O enquadramento ficará para mais tarde (isto fica assim ao jeito de um filme do Tarantino, começo pelo meio, arranco para o início e depois, se me apetecer, lá virá o final onde se vê a Bad a sair do Hospital dizendo ao porteiro: “Boa noite e as melhoras!”. Já era tarde, o porteiro estava ali, e foi o que me saiu. Por engano, é certo, mas posso sempre alegar que o porteiro estava com má cara. E razões não lhe faltam para isso, tal é a misantropia a que é relegada a criatura que tem que levar com aquilo todos os dias. A minha posição quanto ao serviço de urgências em Portugal é que não tenho uma. Primeiro, porque conto apenas com uma experiência, quando usufruí pessoalmente de uma negligente visita ao Hospital de Faro vai quase para 12 anos em que uma abantesma de bata branca quase me insulta por eu levar um calcanhar acabado de atropelar e com 76 centímetros de diâmetro às urgências. Alegadamente o gelo resolveria. Na prática foram precisos vários tratamentos que se estenderam por 6 meses. Uns bons anos mais tarde levei a minha avó às urgências e correu muito bem e ontem lá fui eu com o meu pai que, desta vez, não tinha aqueles super-poderes do costume que lhe fazem passar tudo quanto é dor, doença e fanicos vários. Tudo menos ir ao Hospital. E porquê? Ora, porque o Hospital está cheio de doentes!... Chegada ao Hospital, fato de Verão com o branco como cor principal, sapato de salto agulha, olho em volta e a única palavra que me ocorre é “overdressed”. Sim, porque eu posso estar no meio de gente estranha (e feia, em geral...), mas não tenho de reduzir o vocabulário à língua-mãe. Se bem que, logo a seguir pensei em vernáculo, já mais ajustada à ocasião, e saiu-me, só em pensamento, um “fod@-se”. O meu querido pai fez jus à fama de super-herói e foi contemplado com uma pulseira laranja (ou é para estar doente ou não é...) e um encaminhamento imediato para o médico. Eu? Eu fui condenada a passar três horas e vinte e quatro minutos na sala de espera onde estavam misturadas as pessoas com pulseiras azuis, as pessoas com pulseiras amarelas e os acompanhantes. Comum a todas elas os decibéis acima do suposto, a vontade de reclamar as duas horas de espera previstas e a sede de insultar médicos, enfermeiras, porteiros, seguranças, auxiliares e administrativos. Todos. Tudo uma vergonha. Este país é uma vergonha. Havia de lá estar a SIC ou a TVI, que elas queriam ver se se esqueciam delas daquela maneira. Um ultraje. Pessoas cheias de dores (não na língua e nos braços, tal era a força com que bracejavam aleatoriamente) para ali relegadas ao esquecimento, maltratadas pelo pessoal do hospital. Se fossem elas a mandar, olarila, era sistema FIFO* (isto sou eu a colocar a coisa num patamar mais elevado), não havia cá pulseiras! Ora eu quero aqui dizer que estou solidária com TODAS as pessoas que recorrem ao serviço de urgências. Partindo do princípio que é um mau sítio para entreter, aceito e acredito que todas as pessoas que lá vão tenham um problema que tem mesmo carácter urgente. Imagino que um dia, se eu tiver necessidade de ir lá, o meu caso será o mais urgente de todos. Porque somos todos um pouco parciais em causa própria, há uma coisa chamada triagem. A tal coisa das pulseiras com cores. E não, não é como nas séries de televisão americanas em que, por cada paciente que entra, há quatro médicos à volta (há toda uma explicação para isto, não criada por mim, que desenvolverei mais tarde). Nas cenas dos próximos capítulos é ver-me rumar para junto do meu pai (já com muito melhor cara e quase sem dores), deixando para trás os gritos de reclamação para dar de caras com os gemidos de dor das pessoas espalhadas pelos corredores. Tudo isto, relembro, em cima de uns saltos agulha altíssimos. Se houvesse um prémio para a pessoa mais bem vestida daquele hospital, as finalistas seriam a vossa Bad e uma outra acompanhante, que trajava leggings amarelos, top justo preto e havaianas lilás, e que gritava a cada cinco segundos: “Eu vou processar-vos a todos!”
To be continued (se quiserem...)
* FIFO (First In First Out)
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!