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Hoje de manhã, antes de sair de casa, esta que vos escreve vai ao jardim e regozija-se com o sol. Comenta, inclusive, algo como:
- Que bom, o calor chegou!
E veio a empregada, a mesma que tem novos sítios para as coisas todas as semanas e que guarda frascos vazios, e diz:
- Ai, menina, calor calor é no Algarve. Ouvi no rádio que vai passar dos 30ºC.
Achar que os outros estão sempre melhor do que nós: portuguese do it better.
Cheguei ao trabalho e regozijei-me, mais uma vez, do regresso do calor. Vem logo de lá a funcionária que diz:
- Pois, mas eu vim a pé e não tenho roupa de Verão passada a ferro, já cheguei aqui toda transpirada.
Always look at the dark side of life - portuguese do it better.
Não sou pessoa de desistir. Por isso, ainda insisti, na esplanada, aquando do café:
- Isto está outra animação, agora que veio o calor.
Resposta?
Resposta?
Evidentemente...
- Dizem que no Domingo já chove outra vez!...
Não importa quão bom é o presente, vamos viver as amarguras do futuro: portuguese do it better.
Está calor! As flores estão a espreitar, os passarinhos a cantar, as carnes andam mais à mostra. Não é preciso guarda-chuva, casacos pesados nem cahecóis. É bom! Será assim tão difícil aproveitar?
Vamos voltar à lesão no joelho, não sei se isto é saudosismo se e só falta de outro assunto melhor.
Se bem se lembram, há três anos atrás eu armei-me em ******* (colocar aqui o nome de uma pessoa que esquie habilmente) e, full of my self, ouvi o meu joelho torcer-se todo, tendo isso tido o final que todos sabemos.
Se bem não se lembram, já que eu não contei (as pessoas ainda têm alguma vergonha na cara), há coisa de uns meses rebentei com quatro painéis do carro num parque de estacionamento que eu usava todos os dias, apenas e só porque a parede se mexeu fiz a mareante subida a "abrir".
Ora há muitas coisas nas quais eu não sou muito brilhante. Esquiar e guiar são duas delas. Esquio o suficiente para chegar do princípio ao fim da pista, bem como guio o suficiente para chegar do ponto de partida ao destino. Esquiar dá-me gozo. Guiar não. Ter 34 anos e não ter percebido ainda que o excesso de confiança é estúpido é... estúpido. Mas, ao que importa: em que se tocam as duas histórias? Simples: faz hoje três anos que eu fui "arranjar" o joelho. Já celebramos no post abaixo. Para comemorar (não foi nada, só me lembrei há pouco) essa efeméride, hoje voltei a usar o parque infernal. Fiz tudo com calma e correu tudo muito bem. A mensagem do universo parece-me muito fácil de interpretar: no próximo Inverno tenho de voltar ao ski.
Três anos, ah? Estás um homenzinho... Ainda me lembro do dia em que te fui buscar ao hospital: vinhas embrulhadinho numa tala, que escondia uma ligadura que, por sua vez, não deixava ver os agrafos. Mas eu senti-te... oh, se senti! Acrescentaste um novo significado à palavra "repuxar".
Sempre que olho para ti não posso deixar de me lembrar das palavras do grande ortopedista, quando me disse que as cicatrizes da operação nem se iam notar. Três anos depois concordo com ele. Apesar de ele se ter esquecido de acrescentar um "às escuras" à frase. Gosto de ti. Que remédio teria eu? Depois de Nívea, Rosa Mosqueta, Aquamed ou lá o que era, sol, sombra e uns anos em cima, percebi que tinhas vindo para ficar. E acho bem. Só percebemos a falta que nos faz um retalho no joelho quando o temos. É exactamente o oposto das coisas boas.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!