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Antes de começar, quero informar que este post irá por partes, tal como faria Jack, o Estripador.
Parte I: A CASA - Centro Avançado de Sexualidade e Afectos merece-me todo o respeito.
Parte II: Pedir a figuras públicas para darem a cara por uma campanha anti-bullying, falando na primeira pessoa, parece-me uma belíssima ideia.
Parte III: Tenho o maior respeito por toda a gente que sofre de bullying. No meu tempo, apesar de não se chamar bullying, também eu tive a minha parte. Adorava que todos os filhos da put@ dos bullies, dos 4 aos 100 anos, tivessem em dobro aquilo que infligem aos outros.
Parte IV: Não tenho, nunca tive grande respeito pelas aparições em vídeo de José Castelo Branco. Por muito nobre que seja a causa, Castelo Branco tem aquele dom de... wtf?
Parte V: O vídeo em si. Não vejo exactamente em que pode ajudar o discurso de Castelo Branco. Tudo bem, dou de barato. O meu bullying foi mais por ter tido um atraso no aparecimento de protuberâncias mamárias e não usar roupas de marca. Não sei nada sobre bullying por opções sexuais. Por isso vou (tentar) implicar com o vídeo sem analisar o conteúdo. Mas não há conteúdo que me demova de fazer uns quantos reparos. Vamos lá, então.
Procedamos com o visionamento do vídeo:
Ricardo Quaresma está detido. Quaresma estava numa sessão do julgamento do caso em que foi assaltado e, ali à porta, sua mãe foi assaltada. Quaresma pensou: "Ora está bem visto que isto é gente que não resolve nada" e meteu pés ao caminho, correndo atrás da ladra. O Correio da Manhã acha importante referir que esta é de etnia cigana. Tal como o filho da senhora que ela assaltou. E que largou a audiência do caso que julga o seu próprio assalto. No meio disto tudo, quem levou nas trombas foi o polícia e quem foi dentro foi o assaltado. O que me parece o desfecho expectável para o enquadramento da coisa.
Pela Bia, por todas as Bias, vão à porra do centro de histocompatibilidade dar uma picada e tirar um bocadinho de sangue. Não custa absolutamente nada, digo-vos eu. As mariquices de "ai, tenho tanto medo de agulhas" são merdas quando comparadas com coisas um pouco maiores, tipo salvar vidas. A Bia, amanhã, posso ser eu. Podem ser vocês. Os vossos filhos. Os vossos pais. O vosso melhor amigo. Não há, neste mundo, uma boa desculpa para alguém de perfeita saúde se dar ao luxo de não estar na lista de dadores. Nem uma.
Mais sobre o movimento aqui.
Da minha parte poderá sempre contar com o habitual contributo à porta do supermercado. É o pouco que faço. É o nada que vale, quando comparado com o que a Isabel tem feito. Também irei ignorar, com repudia, o circo que montaram à volta das suas palavras. Sinto-me apenas no direito de a acusar de falta de eloquência. De pouca destreza com as palavras. Se isso lhe serve de consolo, acho que provavelmente não terá uma carreira política de sucesso. Subscrevo o conteúdo de tudo o que disse e que está a ser autopsiado até à exaustão por legistas de sofá. É com pesar e um pouco de náusea que assisto a estes acontecimentos lamentáveis. Deixe lá. Está a ser crucificada pelas mesmas pessoas que louvaram a miúda que abraçou o polícia e que vibraram com a outra miúda de mamas ao léu. São os mesmos que quiseram boicotar a Cacharel, por causa da campanha do rapaz que perdeu a rapariga. Pior. São os que caíram na história do rapaz que perdeu a rapariga.
Deixe lá isso. Eu, pessoalmente, até conheço uma pessoa que se queixa recorrentemente da ginástica orçamental que faz para meter comida na mesa mas que deu à filha adolescente um bilhete para um concerto em Maio. Percebi perfeitamente a sua mensagem. Já ela, se calhar, também está contra as suas palavras.
É entrar numa loja a falar com uma amiga e sair de dentro dos provadores uma outra amiga - que já não via há 4 meses - e que nos diz:
- Ouvi-te falar e pensei logo que só podias ser tu.
- Estás a dizer que eu falo alto? (Antes beijei-a convenientemente, que eu sou pessoa bem educada)
(Silêncio)
(Mais silêncio)
(Outro silêncio)
- Alto? Não... é que... bem, a tua voz é... inconfundível.
- Em bom ou em mau?
- Em alto.
Posto isto, vou só ali matar-me e venho já.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!