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Num programa que eu não pretendo ver nunca (a pessoa tem limites e a Casa dos Segredos marca a minha fronteira), Manuela Mora Guedes meteu água. Mas não foi meter água assim um bocadinho, foi meter água em dimensão Oceano Atlântico. A produção inventou um provérbio e Manuela Moura Guedes explicou, em estado de sobre condescendência, à concorrente, o provérbio "Dezembro frio, calor no estilo" provérbio que, por muitas fontes que Manuela Moura Guedes insista em arranjar, não existe. Manuela vai mais longe. Manuela considera que “O que me parece de um ridículo é fazer considerações sobre gaffes e coisas afins partindo do princípio que "estio" não faz parte do vocabulário de qualquer português com uma formação académica normal. Valha-nos esta erudição!”. Ora a coisa da magreza extrema deve ter chegado ao cérebro da Manuela, e há aqui uma coisa que me parece importante de elucidar (alguém tem de o fazer, e eu estou de uma generosidade imensa): as considerações sobre a gafe (eu não fiz, só vi partilhado no Facebook e, como achei que não era grande surpresa vindo de quem vem, nem achei importante opinar sobre a dita, mas a persistência na mesma "aleija-me" a alma) eram sobre a gafe. Eram sobre o facto de a produção ter arranjado um provérbio e da Manuela o ter explicado até à exaustão, como se ele existisse de verdade. Fazer da defesa o ataque é só para quem sabe e a Manuela, claramente, não sabe. Deixa lá, Manuela, o Vítor Pereira também não sabe e safou-se. De volta à explicação, Manuela, as pessoas que falaram da gafe não descobriram a palavra "estio" graças a ti e à produção. Até porque graças a vocês só descobririam a palavra "estilo". A coisa do provérbio popular é isso mesmo: vem do povo. E disparar na direcção da pouca audiência que temos, em vez de assumir o erro e dizer que acontece, que é humano (mas, vai daí, serás tu?),e fechar o capítulo, alimentas a polémica, que, bem vistas as coisas, cada um faz o que gosta, sempre que pode. Aproveitando a onda, gostaria de informar os novos ditados que encontrei (tenho fontes que comprovam a sua existência, sendo um deles este blogue e outra o meu MQT) na minha cabeça, onde existem meses e coisas associadas ao estilo. Nuvens em Setembro: botas em Novembro e galochas em Dezembro. Em Setembro, ardem os montes, secam-se os cabelos. Agosto tem a culpa, e Setembro leva as sandálias. Maio pardo e ventoso faz os saldos virem mais cedo. O hábito não faz o monge estar na moda. Um olho no burro, outro no cigano para comprar pólos Hugo Loss. Quanto à Manuela, e já que parece que ela é erudita e até deve falar línguas, cá vai um em estrangeiro, que faz jus à situação: Denial is not a river in Egypt... A fonte aqui: http://www.noticiasaominuto.com/pais/111395/manuela-moura-guedes-desmente-gaffe-no-facebook#.UknjGee9KSM
A história remonta a Fevereiro do corrente, quando começamos com a história do:
- Está grávida - Não está grávida - Gravidez ectópica - Está na trompa - Não viaja que pode ter uma hemorragia e ir desta para melhor – Se estiver na trompa, sai a trompa – Se a outra trompa estiver marada, tira-se a outra também.
E eu lixada, com aquela bata que deixa o rabo de fora, a reclamar que claro que sim, saem as duas, com a sorte com que eu estava (mal eu sabia) e bebés vai no Batalha (não sei dizer em lisbonês), e MQT a acalmar-me, a dizer que se adoptava, e eu a dizer que se quisesse brincar às Angelinas punha mas era uns lábios à pato, e eu a viajar na maionese e a dizer que se as trompas se fossem, queria um buldogue francês, que eu pudesse vestir e calçar, e andar com ele debaixo do braço, e depois disseram-me que era hora de ir na maca, e adormeci, e quando acordei era uma mulher com duas trompas, e sem um buldogue francês. Aparentemente, também sem um luteoma que ninguém sabia que lá estava, mas como estava no caminho, foi tirado, vá lá para casa engravidar, que você está como nova.
Chegou Maio.
Hemorragias intermináveis – Olha aqui uma lesão – Não me engravide agora – Vamos ver como evolui – Olha, evoluiu assim em grande – Olha, maior – Afinal foi uma gravidez molar – Picas nos braços – Valores a subir – Não operamos que é perigoso – Vamos tentar tudo o resto – Olha, está maior – Bad passa-se e diz que já não lhe enfiam mais nada, se há uma injecção que lhe dêem uma injecção – Olha, não adiantou nada.
Nisto já estamos em Julho
Está maior – Chamemos o Professor (abençoada a hora) – o Professor afinal opera – Marés Vivas? Você não pode ir a lado nenhum onde leve uma pancada, com uma hemorragia interna vai desta para pior – Mas e os 30STM, queria tanto ver o Leto!!! – Você não está boa da cabeça! – Mais uma vez a bata com o rabo à mostra – Assinar consentimento informado – Podemos ter de fazer uma histerectomia – Aviso que se ficar sem útero quero um buldogue francês para vestir e calçar – Ora correu tudo bem, fica o útero sai a massa – Vá descansada para casa – Não se preocupe com a anatomia patológica – Olhe estou a ligar-lhe porque vou de férias e parece que a anatomia patológica afinal não é assim tão jeitosa, mas a minha colega fica com o bebé (que mal aplicadinho aqui) nas mãos – Nisto liga a colega a dizer “venha cá urgentemente” – E eu saco-lhe que sim, toma lá um tumor maligno – E deixam-nos à espera na sala a olhar um para o outro – E eu nunca vi MQT tão furioso com o mundo, o universo e a put@ da sorte – E eu viro-me para ele e digo:
- Já estive mais longe de ter um buldogue francês, não já?
E desatamos os dois à gargalhada.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!