Bad girls go everywhere

Bad Brother - Preciso de ajuda para comprar o presente da mãe. Já compraste?
Bad - Já comprei todas, só falta a tua.
Bad Brother - O que compraste?
Bad - Uma carteira.
Bad Brother - Uma carteira? A sério?
Bad - Sim, porque é que não havia de ser uma carteira?
Bad Brother - Porque ela já tem carteiras...

Ah, pronto. A pessoa já tem algumas carteiras. Não se dá mais. Toda a gente sabe. O mesmo com sapatos, cuecas e camisolas. Já tens, gasta até ao fim antes de teres direito a mais.

Vá, todos a gastar €100 em compras online, que os senhores do El Corte Inglés oferecem um bolo-rei. INTEIRO. É de aproveitar.


(Adoro bons negócios)

Não tinha percebido, até este ano, que se escolhiam as palavras do ano. Não sei bem as regras do jogo, já vi palavras que não (re)conheço, suponho que tenham surgido este ano, e já vi palavras que marcaram o ano de algumas pessoas. E eu também quero alinhar nesta - não sei se será bem aplicado aqui - tradição.
A minha palavra de 2013 é "amor". Podia ser cancro, tivesse o cabrão do bicho direito a honras de pódio. Mas não é, porque não tem. O cancro foi uma coisa que me aconteceu. O amor é uma coisa que está sempre aqui, e que eu aprendi a valorizar mais, graças, também, ao cancro. O amor dos meus pais, incondicional, que deixam a minha mãe esquecer o seu próprio cancro para abraçar a minha guerra, e que deixam o meu pai com aquela cara de quem sofre mais com tudo isto do que eu própria. O amor de MQT, o melhor homem que se pode ter, que ignora as minhas crises e as minhas birras, que vira o mundo para me ver feliz, e que não me larga a mão nunca. O amor da minha sobrinha, que ainda que não saiba bem o que se passa gosta de mim até careca. O amor dos meus amigos, que não me largam desde que sabem (nunca me largaram, na realidade). Da minha amiga E., que se recusa a ver-me careca porque "não está preparada", mas que me levou a escolher perucas. Da minha amiga C., que me leva todas as semanas às análises só para eu não ir sozinha. Do meu amigo C., que se recusa a falar do cancro em si e muda muito de assunto, quando me liga para saber se está tudo bem. Da M., que nunca se esquece de ligar a perguntar resultados, semana após semana. E da A., que faz a mesma coisa. Da outra M., que me proíbe de sair de casa e de respirar o ar das outras pessoas, pois estou com as defesas em baixo. De todos vocês, que estão desse lado a torcer por mim. Estou a esquecer-me de alguém, eu sei. Posso culpar os tratamentos, a porra do Omeprazol, que li hoje que pode provocar demência. Mas não, não me estou a esquecer de alguém porque estou xexé. Estou a esquecer-me porque é tanto o amor que me rodeia, que dá para sentir, mas não para nomear sem falhas. Mas é isso, a minha palavra de 2013 é "amor". E é graças a ela que palavras como "cancro" ou "quimioterapia" passam para segundo plano. Por isso, para 2014 (é cedo para isto, não é?), tudo o que posso desejar a quem tanto me deu é isso mesmo: muito amor.

Então a pessoa dormiu até às tantas, o que foi bom. Perdeu uma série de chamadas porque tem dois telefones e só uma boca para falar com quem está do outro lado da linha, o que foi menos bom. Não teve um buldogue francês, a desculpa da cadela e suas depressões e isso, leva sua mãe para uma tarde de compras de Natal, não compra presentes para ninguém e farta-se de estourar dinheiro em causa própria (by the way, € 145 por umas calças, Sacoor? A sério?), chega a casa e faz o bonito, jantar, bolo e isso, assiste à derrota do Porto com a indiferença de quem já está habituada a levar porrada em silêncio, e agora encontra-se prostrada no sofá, cheia de dores nas costas por causa do que andou e do que carregou.
Em suma, foi isto.
11.12.13 - o meu dia

BOM DIA!

Também há estagiários.
Que escolhem esta fotografia para ilustrar aquele título.


Barbara Guimarães encontrou o sorriso e, pelo que podemos ver na fotografia, decidiu guardá-lo no bolso. Não vá ele desaparecer outra vez. Detalhes, caramba, já ninguém tem brio profissional?

A sério. É das coisas que mais gosto. Olhar para uma coisa e pensar: "Olha lá estes queridos a fazerem-me de burra! Que fofos!".
Então, desta vez foi o Corte Inglés, que teve a amabilidade de me oferecer um desconto de 50% em todos (excepto PS4 e seus apêndices) os brinquedos. Só tenho de lá ir este fim-de-semana. Mas caramba, 50% é bom. Quer dizer que se eu quiser comprar um brinquedo de €50, na realidade só pago €25, certo? ERRADO! Ganho o desconto num talão. Pronto, está bem, sempre dá um jeito para comprar as coisas de Natal e dar um upgrade a alguns presentes mais especiais, certo? MAIS OU MENOS. Eis a lista do que NÃO se pode comprar:
. Coisas de supermercado
. Coisas gourmet
. Também não dá para almoçar ou jantar
. Electrónica e informática
. Videojogos e consolas
. Grandes electrodomésticos
. Marcas de luxo de acessórios
. Relojoaria
. Joalharia
. Cartão presente

Em não bastando de restrições, fique-se sabendo que também não dá para listas de casamento, cabeleireiro, sapateiro, lavandaria, noivas, precision, lavagem de automóveis, florista, bilhetes, jogos da Santa Casa, tabaco, medicamentos, viagens e seguros.

Em suma, gastas o dinheiro em brinquedos, damos-te um talão para garantir que voltas para comprar mais brinquedos, perfumes, sapatos ou roupa. E tem de ser pessoalmente. Online não dá. Pessoalmente quero agradecer ao ECI esta fantástica oportunidade, mas não posso ir para sítios com muita gente. Só por isso é que não vou usar o meu vale. Mas vou guardá-lo. Gosto sempre de ver exemplos do que os estagiários conseguem fazer quando os deixam sozinhos na primeira semana de trabalho.

Afilhado querido, 6 anos de gente, ganhou uma mania que já tem a sobrinha querida, 9 anos de gente, vai para 3 anos: escrever postais de Natal. Valha-nos as criancinhas para termos direito a alguma coisa mais "calorosa" na caixa do correio, que não as promoções "exclusivas" das marcas cujos cartões vamos acumulando ao longo dos anos. Mas dizia eu que afilhado lindo da sua madrinha informou a sua mãe que, para a madrinha, precisava de dois postais. E a mãe quis saber porquê. E ele explicou que havia de ser um para desejar Feliz Natal e outro para desejar as Melhoras. Convém comunicar-vos agora que nunca ninguém informou o afilhado lindo da Bad que esta está doente, pelo que sugiro que tenham cuidado com as conversas que têm à frente das crianças pequenas. É que parece que elas estão a ver TV ou a brincar, mas aquilo do burro e do cigano não há-de ter sido inventado por razão nenhuma.    

Meus queridos,

É entre vergastadas psicológicas que me coloco à vossa mercê e assumo que (ainda que sem intenção) vos induzi em erro.

 

Neste post eu termino com: "A minha cadela é o Paulo Fonseca.". Mas não é verdade. Porque até a minha cadela, bicho irracional e pouco dado à lógica, percebe quando fez merda e recolhe, cabeça baixa, ao seu cantinho. Diz que se chama dignidade, vergonha na cara, ou isso.