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Bando de caguinchas, pá!

por Bad Girl, em 20.02.14

Ai, que chove! Ai, que está frio! Ai, a crise! Ai, os preços! Ai, que está em trânsito! Ai, que vai chover mais! Ai, que vai estar mais frio! Ai, que a Zara já não tem aquela saia! Ai, que está muita gente no shopping! Ai, que está muita gente na fila! Ai, que não está ninguém a atender! Ai, que me cortei com papel! Ai, que me dói aqui! Ai, ai, ai, ai.

 

Foda-se, estou farta de queixinhas. Deve ser moda, agora. Olhem, amigos, estrelinha que vos guie.

Era isto.

No fundo, um desabafo (não uma queixa dos queixinhas).

Parecem bandos de anormais à solta...

por Bad Girl, em 13.02.14
... Os putos.

Ando agastada com os adolescentes. Não tenho adolescentes, não sou adolescente, mas ultimamente dou por mim a não querer crer nas coisas que vejo sair dos adolescentes.
Antes de mais, faço um parêntesis para esclarecer que não fui uma adolescente "normal". Não alinhava no que não queria, não me dava com quem não me agradava, não ia em carneirices. Era válido para tudo: para a roupa que era suposto toda a gente usar, para os comportamentos que era suposto toda a gente ter, para os círculos que toda a gente devia frequentar. Isso custou-me muita coisa, mas nunca me custou a dignidade. Sempre fui mais dada aos meus princípios do que à integração social. O percurso nem sempre foi fácil, mas foi sempre coerente. Posto isto, voltamos aos adolescentes de hoje. Chama-se "social beer challenge" e anda por aí, para quem quiser ver, nas redes sociais. Eu vi pela primeira vez no Facebook da filha de uns amigos. É transversal a idades, sexos e condição social. E é simples: um idiota aparece num vídeo a beber meio litro de cerveja de golada. Depois nomeia três amigos, com tags no Facebook, e esses são obrigados a fazer a mesma figura acéfala. Obrigados não, dirão vocês. E eu digo que vocês sabem muito pouco sobre adolescentes, se acham isso. Os adolescentes de hoje em dia (ou os de sempre, sei lá bem) não estão preparados para não ceder a pressões sociais. Dá muito trabalho. Carece de muita estaleca. E os putos não têm estaleca. Têm telemóveis, Facebook e acesso a cerveja para beber ao litro, mas não têm estaleca. Alguns de vocês, se calhar até com filhos adolescentes, dirão que não tem mal. Alguma investigação no tal desafio e vê-se filhos a desafiarem pais e pais a alinharem. Eu, por acaso, acho que tem. Acho que um idiota fazer algo só porque pares o mandam fazer está errado em toda a linha. Alinhar no "social beer challenge" ou em qualquer desafio deste género é meio caminho andado para, mais tarde, se achar normal ser chamado de besta, rolar em merda de vaca ou entrar em coma alcoólico só porque um idiota o mandou. E agradecer, pois é uma lição de vida.

(Os putos são todos mentecaptos? Certamente não. Há por aí bons miúdos, cheios de personalidade e estaleca. Parece-me é que são poucos).

:-)

por Bad Girl, em 13.02.14

Cenas da vida dos outros

por Bad Girl, em 10.02.14
Senhora da Farmácia: Tem aqui Brufen, vai querer de marca ou genérico?
Cliente: De marca.
...
Cliente: Qual é a marca?
SdF: A marca é Brufen. O genérico é Ibuprofeno. Qual vai querer?
C: De marca, quero de marca.
...
...
...
SdF: Este tem tomar de 12 em 12 horas. E tem de tomar a caixa até ao fim.
C: É antibiótico?
SdF: Sim.
C: Mas eu não fui operada...

As pessoas são giras, não são? Os clichês, os preconceitos, a lógica...

Drama de faca e alguidar... Sem alguidar.

por Bad Girl, em 06.02.14
Ora estava um frio do caraças e o cãozito lá andava, com um ar perdido e coleira solta. Olhamos em volta e não havia vivalma que reclamasse a posse do cão. Chamamos e ele veio, cachorro, a querer brincar, aos pinotes e guinchinhos. Tinha um ar bem tratado, o que reforçou nas nossas cabeças a ideia de fuga. Estávamos ao lado de casa, eu segurei-o e MQT foi buscar a trela da nossa cadela, que ficou numa depressão que só visto. Ficamos cinco minutos a olhar para ele.
Casa não, ela vai passar-se.
Canil não, ficam lá com ele.
Veterinário, para ver se tem chip? Boa ideia.
Restaurante da rua, para ver se o conhecem. Ideia melhor ainda.
A senhora do restaurante, conhecedora de tudo o que se passa por estes lados, exclama, num misto de surpresa e pena:
" É o ski!" (Adivinhem lá, o cão tem olhos azuis e parece um lobo e é um... Husky)
" É da vizinha aqui do lado... Mas eles foram todos para o hospital. O bicho deve ter fugido quando a polícia saiu."
?
" Ai, menina, nem sabe o que foi para aí. Ele esfaqueou-a a ela, ela esfaqueou-o a ele, agora foi tudo para o hospital, mas ainda vêm hoje de certeza. Peça ali na senhoria para ela lhe abrir a porta e mete o bichinho lá dentro. Eu batia lá, mas não falo com aquela mulher há vinte anos...".
E tu ficas a pensar:
Não conhecer os vizinhos, decisão certa. Não vender bilhetes para um lugar privilegiado na varanda, decisão errada.

O cão está bem, parece que gostam mais dele do que um do outro, das facadas não soube mais nada, nem quero, o meu pai (a meio da história) mostrava claramente a esperança de que lhe fossemos pedir que ficasse com o cão, e é isto. Já disse a MQT que isto de apanharmos cães do meio da rua só tem tendência para piorar e que um dia vamos dar connosco com um cão e sem solução imediata, e que o melhor é ele esperar que eu fique boa para me deixar, a mim e à minha mania dos resgates, mas parece que agora é a nossa mania, por isso...

Cancro 1on 1 - Lição II

por Bad Girl, em 03.02.14
O cabelo (ou a ausência dele)

Entre Agosto e Outubro, que foi o tempo que durou o meu tratamento com MTX, um dos meus confortos (além da ausência de sintomas secundários em geral) era a não queda do cabelo. De alguma forma, sentia que controlava isto tudo. Contava a quem eu queria, ninguém precisava de saber nada se eu não quisesse. Aos que me perguntavam, quase com o coração nas mãos, se eu estava bem, eu puxava o cabelo e, do alto da minha 'arrogância' dizia que sim, que a minha quimio era tão "fofinha" que nem sequer me caía o cabelo. E depois chegou aquele dia em Outubro, em que me informam que MTX já não resultava e eu, pessoa que tinha lido e relido tudo o que havia para ler e reler sobre protocolos para coriocarcinomas, sabia que atrás deste vinha o EMA-CO e que com ele viria a queda do cabelo. E perguntei à médica, acho que foi a única coisa que lhe perguntei, o resto eu já sabia, afinal já tinha lido e relido tudo o que havia para ler e reler sobre o tema. E ela respondeu laconicamente que podia cair, e poder não é cair de certeza, e eu tinha lido e relido que havia 70% de possibilidade de queda de cabelo e achei que podia muito bem estar ali nos 30% que sobravam (as contas não eram bem assim, mas na altura dava-me jeito). Ainda assim fui cortar o cabelo mais curto, era uma coisa que eu andava para fazer há algum tempo, e já estava a começar a encaixar que talvez - mas só talvez - me fosse cair o cabelo, mais vale prevenir. Ironicamente foi no exacto dia em que publiquei este post (http://girls-go.blogs.sapo.pt/819054.html), aliás, no exacto momento em que tirei esta foto que MQT me disse:
- Está a cair-te imenso cabelo.
E eu passei a mão pela cabeça (uma e outra vez) e, de cada vez que o fazia, saía meia dúzia de cabelos. E depois passou a uma dúzia, a duas dúzias, a incontável... Acordar era um martírio, sacudir almofadas, pijama, pentear para o lavatório... O cabelo era muito, mas era cada vez menos. O stress matinal era quase insuportável. Pentear-me era uma experiência dolorosa. Tirar qualquer peça de roupa, carregada de cabelos, era uma tortura. O cabelo nunca me saiu em tufos. Nem me caiu todo ao fim de um tratamento, como aconteceu à minha mãe e à minha amiga M. Não sei o que será menos mau. Não deve haver menos mau. É mau. É muito mau de qualquer maneira. É assumir ao mundo: tenho cancro. É perder um (aparente) controlo. A partir do momento em que o cabelo te cai, ficas à mercê dos olhos dos outros. E isso revolta. Não me venham com tangas, cabelo é só cabelo, volta a crescer, o importante é a cura. De acordo. Eu também disse isso. À minha mãe, à minha amiga M., à minha outra amiga M. E é verdade. Mas, digo-vos eu, que também são tretas. O cabelo é o cabelo, e dói muito ficar sem ele por isto. Claro que é um pequeno preço a pagar pela cura, mas é o maior pequeno preço que se paga pela cura. A minha opção, após um mês a sofrer com a queda, foi rapar. Numa sexta-feira saí do trabalho com um cabelo de rato de corte curto, na segunda-feira seguinte cheguei de longos cabelos fartos. A palavra correu sozinha, não tive de dar grandes explicações. Ainda hoje deve haver quem ache que eu fiz extensões. O cabelo cresce, é verdade, e este já começa a aparecer. Fraquito, inconstante, branco (Oh, meu Deus, estou velha!!!). Mas confirma-se: ele volta a crescer.


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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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