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por Bad Girl, em 28.04.14
Adoro a minha avó. A minha avó criou-nos, ao meu irmão e a mim, e foi (claramente) bem sucedida. A minha avó dedicou-se a nós de uma forma altruísta, intensa, ternurenta. Ia buscar-nos à escola. Dava-nos almoço. Brincava connosco. Partilhava dos nossos segredos. Dona de uma paciência infinita, estava sempre lá, dedicada a nós de corpo e alma. Criou-nos, ou ajudou a criar-nos, tão bem como sabia. E fez um óptimo trabalho (não sei se já tinha insinuado isto). O meu irmão e eu somos boa gente. Gente de garra, gente fiel aos seus princípios. Antes de nós, já tinha sido bem sucedida com a minha mãe. Hoje em dia, a minha avó, que eu continuo a adorar, é uma lembrança do que era. A idade foi violenta para ela. Tratou-a mal. Primeiro o corpo, que se move com dificuldade. Depois a cabeça. A memória que vai aos poucos. A lógica que já não se constrói. A minha avó criou-me. E, antes disso, criou a minha mãe. Se eu tivesse um filho, hoje, queria que ele tivesse uma educação como a que eu tive, mas já não o poderia confiar à minha avó. Seria uma missão que ela já não seria capaz de levar a bom porto.

Se este post fosse uma analogia, daquelas que eu gosto, eu podia ser trocada (na história) pelo FCP. Mas não é. Ou será que é?

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por Bad Girl, em 23.04.14
Não tenho nada contra polícias. Dito isto, acrescento que também não tenho nada a favor. Tenho amigos polícias, dos quais gosto, apenas porque são meus amigos e não porque são polícias. Tenho respeito pela profissão, não na medida do extraordinário, apenas na medida do normal. Terei precisado de polícias umas três ou quatro vezes em toda a vida. Nem sempre estiveram à altura das minhas expectativas. E as expectativas não eram por aí além. Apresentado o 'disclaimer' inicial, devo dizer que não sei se ria, se chore com esta nova decisão dos polícias portugueses. Na dúvida, vomito. Sempre é calorias que me abandonam. Então os polícias lusos decidiram reclamar dos cortes e da política do governo. Não podia estar mais de acordo, isto está uma merda, todos merecemos melhor, vamos lá reclamar, senhores agentes de autoridade. O que vai ser? Uma subida das escadas do Parlamento? Não, parece que não. Os polícias tiveram a brilhante ideia de dar panfletos a turistas que chegam a Portugal. Brilhante, não é? Oh NASA, anda cá ver isto! Em recapitulando: Portugal está na merda. Estamos todos a pagar por isso. Os polícias também. Há algumas coisas que correm bem em Portugal, que até podem contribuir para a recuperação económica. Assim de repente, lembro-me do turismo. E o que queremos fazer aos turistas? E responde o senhor do sindicato dos polícias: assustá-los! Eu cá diria que essa é a resposta errada, mas eu não sou especialista nisso das manifestações. Mas vamos lá por partes, que isto tem de ser dissecado tanto quanto possível: diz Luís Paz (nome curioso ao nível das ironias) que "Os panfletos vão estar escritos em várias línguas e o que pretendemos é que os estrangeiros saibam as graves dificuldades pelas quais os polícias portugueses estão a passar. Aliás, queremos que saibam a forma como tratam por cá os polícias que é bem diferente da forma como os policias dos países deles são tratados e queremos que saibam ainda que isso, inegavelmente, poderá colocar em causa a qualidade do serviço prestado e da segurança interna”. Os polícias vão para o aeroporto entregar aos turistas (eu estou em crer que é preciso uma licença para dar merdas no aeroporto, mas certamente não terão dificuldades em tê-la. O sonho de qualquer administrador de um aeroporto é ter gente a afugentar-lhe a clientela) uns panfletos. Para informar os turistas da forma como os polícias são tratados em Portugal. Que é diferente da forma como são tratados nos países desses turistas. "Oh Zé, guarda os panfletos, que este voo vem da China!". E que mais? Que eles, os senhores dos panfletos, não se responsabilizam por não fazerem o seu trabalho. Que se alguém os esventrar, aos turistas, durante a sua estadia em Portugal, temos pena, mas ganhamos pouco, não podemos fazer melhor, só porque é o nosso trabalho. É isso que eu entendo, é isso que vão entender os turistas. Vai ser muito agradável.
Assim em comparando, imagino um piloto de avião a entregar, à entrada para um voo, um panfletos onde se explica descontente com as suas condições de trabalho e que, tendo isso em conta, não se responsabiliza por não o fazer da melhor forma que sabe e pode. Um "boa viagem" no fundo dos panfletos era querido.
Para além de incoerente parece-me um tiro no pé, mas disso dos tiros também não sei nada.


Mais aqui: http://www.publico.pt/sociedade/noticia/policias-vao-avisar-turistas-nos-aeroportos-que-politicas-dos-governo-colocam-em-causa-seguranca-do-pais-1633243

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por Bad Girl, em 18.04.14
Estou farta. Farta destes assassinos em potência que a "justiça" deixa à solta para se transformarem em assassinos de verdade. Estou cansada de juízes que assobiam para o lado, e que deixam estas bestas à solta para matarem quem os deixou porque já não aguentava viver ao lado de um espancador. Estou enjoada de ler estas notícias em jornais, de os saber por aí à solta, porque a merda da justiça deste país assim o permite. Manuel Pinto Baltazar, o anormal que ontem matou duas pessoas, foi para casa com uma pulseirinha electrónica. Imagino que também lhe tenham recomendado (vivamente, talvez com um indicador em riste, para dar um ar austero) que não chegasse perto da mulher que, até ali, tinha sido o seu saco de pancada. A justiça não é cega, é estúpida. Porque apela à consciência que um cabrão de um tirano não tem. Por isso está a levar com a tal "recomendação". Infelizmente não há quem proteja estas mulheres. E casos destes só lhes dão menos confiança para denunciar os abusos de que são vítimas. O nosso país não protege ninguém e ainda faz vista grossa a modelos neandertais de relações. Já aqui disse, conheço uma mulher que denunciou o homem que lhe batia à frente dos filhos de ambos. Na esquadra, o polícia disse-lhe que, fosse ele o homem e ela lhe tivesse trocado a fechadura de casa a ele, ele não se ia ficar por deitar a porta abaixo. Já a juíza achou inacreditável que ninguém desse uma segunda oportunidade ao anormal. Verdade. Tenho muita pena destas mulheres. Porque vivem num país que, quando elas ganham coragem para se libertar da tortura, lhes garante apenas o direito de começarem a viver um inferno.

A blogger sente-se vaidosa, pois sente

por Bad Girl, em 08.04.14

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por Bad Girl, em 06.04.14
Manuel Forjaz morreu hoje e, com ele, um bocadinho da capacidade de ter esperança de alguns de nós. Num mundo perfeito, como que por milagre, a doença desaparecia do corpo de Forjaz sem explicação. No fundo, nos últimos tempos, todos torcíamos por isso. Porque Manuel Forjaz nos entrou pelas casas e pelas vidas dentro e fez-nos soldados na sua guerra. Mas o mundo não é perfeito e o que sabíamos que, mais cedo ou mais tarde, havia de acontecer, aconteceu. Multiplicam-se os posts, os comentários e as homenagens a Forjaz. Eu não o farei de forma diferente, de forma original. Não tenho um momento partilhado com Manuel Forjaz, uma foto de um encontro breve, não conhecia Manuel Forjaz além da imagem pública, mais intensa nos últimos meses. Não sei como era o homem antes da doença, interessa pouco para isto. A seguir a António Feio, que eu me lembre, foi a pessoa que deu a cara para dizer que tinha cancro, mas que ia dar luta. Que não ia baixar os braços. A atitude de Manuel Forjaz é uma lição para todos. Que a morte dele não a faça cair no esquecimento.

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por Bad Girl, em 01.04.14
Então era um almoço de negócios, havia bufete (odeio a palavra, mas é a palavra em português, o que fazer?), e o que eu gosto de bufetes, que nos bufetes há uma maior possibilidade de haver rissóis, e eu gosto mesmo muito de rissóis (sim, pobre, já sei). Adiante, eu lá vou aos rissóis, e a entradas que enchiam um boi, a minha colega também, uma das clientes mais comedida, a magra, e outra com um monte de alface, feita grilo. E blá, blá, blá, nas entradas fala-se de trivialidades, no prato principal discute-se o negócio, encontramos dois ou três pontos de afinidade, e na sobremesa fecha-se, que barriga feliz é meio caminho andado para assinar contrato. Round 2 no bufete, eu peixe a colega e a magra carne e a outra, o grilo, levou um prato. E eu pensei se a avisava que o prato estava vazio, mas deixei-me estar calada, que ia começar a falar do negócio e não queria animosidades. Então sentamos-nos e ela abre a carteira, tira de lá uma embalagem prateada, 'descasca' e escarrapacha uma bolacha como as bolachas de baunilha dentro do prato. E eu moderna, olhei para aquilo como quem achava normal, e ela pega na faca e divide aquilo (uma bolacha de baunilha, senhores, uma bolacha de baunilha), e eu ali cheia de mundo, a fingir que ela tinha esparguete no prato, e ela a pegar nos quadradinhos minúsculos que resultaram da chacina da bolacha e a levá-los à boca, e eu a pensar que podia não levar dali negócio mas levava a barriguinha cheia, e isso era uma grande coisa, ainda assim falei no negócio e, por alturas da sobremesa (minha e da colega, a magra e o grilo não comeram) já estava tudo fechado. Ainda que eu tenha comido pudim abade de Priscos para provocar. Uma bolacha? A sério?


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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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