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por Bad Girl, em 29.07.14
Há quase vinte anos, uma miúda parva de dezoito disse a um cirurgião plástico de renome que, um dia, quando tivesse dinheiro, havia de ir ao seu consultório e que só de lá sairia um mês depois, quando já estivesse toda arranjada. Ele olhou para ela e, com um sorriso mas em tom sério, disse-lhe que não podia, pois lá no consultório não tratava da cabeça de ninguém. Hoje esse cirurgião morreu. E a miúda nunca lhe agradeceu o tanto que ele fez por ela naquele dia.
Francisco Campos era genial. Generoso. Simples. Mais um dos bons que o cabrão do cancro levou.


Obrigada!

Não será, apenas e só, coerência?

por Bad Girl, em 29.07.14

Noticia-se, com regozijo, o facto de Candice Huffine ser a primeira plus size model a ter fotografias no calendário Pirelli.

Sendo a Pirelli uma marca de pneus, parece-me lógico.

 

Pelo F., pelo Hugo, por nós

por Bad Girl, em 28.07.14
Um dia, há muitos anos, o meu primo F., que não saberia ser outra coisa na vida que não polícia, estava a fazer uma operação Stop. Um condutor decidiu não parar. Melhor. Para pôr a cereja no topo do bolo, o condutor decidiu atirar o carro para cima do colega do meu primo e acelerar estrada fora. Com o colega atropelado, um carro em fuga e uma estrada vazia, o F. atirou para os pneus. O carro, finalmente, parou. No Tribunal, já depois de ter sido brindado com termo de identidade e residência, o meu primo F. ouviu o maior sermão da vida dele por parte do Juiz. Um misto de paternalismo e condescendência, polvilhado com ironias e subjugação. Tudo foi posto em causa, desde a sua competência às suas intenções. O meu primo F., dono de uma resiliência que eu não teria, ouviu, calou, e voltou ao seu trabalho. Nessa altura eu acreditava que a justiça (assim, com letra pequena, que é o que me merece esta merda de justicinha que temos) nos servia a todos. Foi, por isso, com incredulidade que ouvi esta história. E foi com o coração apertado que me perguntei porque é que o F., um tipo enorme com um coração de manteiga, ainda punha em risco a vida dele para depois levar com merdas destas. Talvez por ser um bocadinho como o F., e achar que há uma clara barreira entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, ainda me surpreendo, enojo e indigno com histórias destas. Como com a história de Hugo Ernano, um militar da GNR que atirou para um carro de um ladrão que fugia de um assalto e que estava a aproximar-se perigosamente de um recreio cheio de crianças. Hugo Ernano fez aquilo que eu, com os meus impostos, espero que ele faça: protegeu os cidadãos de bem. No carro do ladrão (é um ladrão, estava em fuga da cadeia, e tinha acabado de roubar) ia o filho. Na cabeça dos bons não passa a ideia de que alguém leva o filho menor (ou não) para um assalto e espeta com ele no carro. Na minha cabeça não passaria. Sei que na do F. também não. A criança morreu, e isso é mau, mas divergimos aqui na ideia de quem o matou. A justiça, essa merda que nós temos e que era suposto defender-nos dos maus, acha que foi Hugo Ernano. Eu acho que foi o pai. A justiça, pouco cega e muito estúpida, acha que Hugo Ernano deve indemnizar o pai, esse enorme animal que levou um miúdo para um assalto. Coisas destas secam-me a alma. E eu, como não tenho a grandeza de espírito de alguns, espero que um dia que este Juiz precise de ser protegido por um polícia, este pense duas vezes no quão complicado se pode tornar o cumprimento do dever. Quanto a Hugo Ernano, desejo que volte a ter paz.

Dear 16 year-old me,

por Bad Girl, em 23.07.14
Tivesse eu um DeLorean e ia ter contigo para te dar uns recados. Talvez te desse um par de estalos, alminha irritante. À falta de um regresso ao passado, ficam aqui os recados, pode ser que a ciência dê um grande salto entretanto...
Minha menina: antes de mais conversas, corta-me esse cabelo. Deixa de ser igual à manada. Pareces a Rapunzel, e isso não tem graça nenhuma. Corta isso, vai ficar bem, acredita em mim. Um dia até hás-de ficar careca e ficarás bem na mesma, mas não vale a pena falarmos disso agora. E não te baldes ao aparelho. Não faças de conta que o usas. Os dentes de vampiro ainda te vão chatear muito, vai por mim. Eu sei que és a dona da razão, mas de ti sei eu, podes (deves) confiar. Atenta nisto, que é das coisas mais importantes que tenho para te dizer: três meses de férias não é uma seca. Repete lá comigo: três meses de férias é bom, muito bom. Um dia, quando tiveres cabelo curto e dentes de vampiro, vais ter saudades de ter três meses de férias. Outra coisa: se pensares bem, duas semanas no meio de três meses não são nada. Por isso, não faças essa cara de frete por ires de férias com os teus pais. Eles têm só um mês de férias e estão a fazer um esforço financeiro para te incluírem nelas. Talvez lhes soubesse melhor irem sem ti. É que é preciso gostar-se muito de ti para querer a tua companhia, pois entre seres parva e teres um feitio de merda, pouco se aproveita. Não seria, por isso, pior pores um sorriso nos lábios e aproveitares. Quando começares a pagar as tuas próprias viagens vais demorar um bocadinho até conseguires ir longe. E as tuas amigas, aquelas com quem estás todo o ano, com quem falas ao telefone todas as noites depois de estares com elas todos os dias, sabes onde é que elas vão estar quando tiveres 36 anos? Pois... Nem eu (mentira: quando tiveres 36 anos vai haver uma coisa chamada Facebook que te cria a falsa sensação de estares em contacto com toda a gente, mas vai ser como se não soubesses, porque não te vais importar). Quem não vai estar num sítio assim muito brilhante são esses cabrões que passam os dias a gozar contigo. Agora isso que eles fazem tem um nome: bullying. Se há coisa que fizeste bem e eles não, foi estudar. Um dia, acredites ou não, vais ser a estrela de um jantar de reencontro ao qual não irás sem hesitar. E, eu sei que não acreditas mas vou contar-te na mesma, não podias estar-te mais nas tintas para essa gente. Nessa altura já vais ter cabelo curto. E uma couraça muito dura. Talvez também se deva a eles. Havia muito para te dizer, mas não posso alongar-me muito mais. Vou só deixar-te mais uma pista: sabes aquele anormal que não te liga nada e que tu amas (quando tiveres 36 anos poder-se-á escrever apenas "LOL" dentro deste parêntesis e tu perceberás que o "amas" é irónico) mais do que tudo? Aquele que goza um bocadinho contigo, porque os tipos daí são assim, muito parvos? Aquele que te faz chorar? Aquele sem o qual até te custa respirar, sem o qual não consegues viver? Olha para ti (mim) aqui viva e feliz...

Está um óptimo dia para....

por Bad Girl, em 12.07.14

... Mercado dos Santos. É hoje. Saibam mais aqui:

 

Chegou o Verão... E antes que comece a debandada das férias, queremos convidar-vos a participarem numa última iniciativa solidária.

A próxima edição do Mercado dos Santos decorre no próximo sábado, 12 de Julho, nos jardins da ESE – entre as 10h e as 19h. Para os mais distraídos, o Mercado dos Santos é uma iniciativa solidária, dinamizada por voluntários com um grande coração e muita força de vontade, e procura promover o espírito solidário, recuperar laços de comunidade e vizinhança e apoiar causas humanitárias. Todos os lucros obtidos com a organização dos eventos revertem para causas previamente identificadas.

Nesta edição, o Mercado dos Santos associa-se ao IPP Solidário e apadrinha três causas solidárias através da angariação de novos dadores de  sangue/medula para a Cristiana Pereira e Vamos Ajudar a Susana e da recolha de fundos para o IPP Solidário.

O que podem esperar deste Mercado?

Muita animação, alegria e confraternização!

Tragam os bolsos recheados porque vamos ter à vossa espera muitas marcas com produtos portugueses – dos têxteis aos petiscos encontrarão um pouco de tudo.

Se quiserem apenas aproveitar o sol e relaxar, venham partilhar connosco uma bebida e relaxar ao som da música!

Podem ainda assistir ao lançamento do livro " As mulheres não sabem estar caladas" às 16h e deixar o vosso donativo, em sangue, com a equipa do CEDACE.

E tragam as crianças porque não faltarão actividades e animação especialmente para elas, incluindo mini-sessões fotográficas com a talentosa Elisabete Family Photo e a querida Mary Poppins!

 

 

Saiba mais em Mercado dos Santos (https://www.facebook.com/MercadodosSantos)!

 

Contamos com a vossa presença solidária!

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por Bad Girl, em 07.07.14
No dia que decides ter um cão, a tua vida, como a conheces, acabou. Independentemente do tamanho do pêlo, ele irá espalhar-se, espetar-se, agarrar-se à tua roupa, aos sofás, aos tapetes. A chegada a casa nunca mais será a mesma, pois entrarás em casa dobrada, para evitar que o cão fuja, enquanto te preparas psicologicamente para os dois minutos (parecem vinte, mas são só dois) de pura histeria em que um animal de quarenta quilos (que devia ter só trinta e dois) salta à tua volta, para cima de ti, ladra, chora e faz outros sons imperceptíveis. Cena que se repete se pegares na trela. Ainda que seja para mudá-la de sítio. Nunca mais poderás comer frango assado sem teres uma cabeça a entrar-te pelo braço (nem poderás comer maçã sem assistir a uma cena de diva). Às vezes não vais poder ir de fim-de-semana porque não tens dogsitter nem hotel. E terás de pensar melhor, se quiseres mesmo um jardim daqueles bonitos e arranjados. Terás de comprar ração que custa os olhos da cara. E gastar dinheiro (bastante) no veterinário. E mandar colocar uma cancela nas escadas que vão para o quarto.
Também pode não ser assim. Podes ter um cão só no exterior da casa, dar-lhe restos, e educá-lo militarmente para que não te ladre, não te salte, nem te pedinche comida. Podes ter um amigo ou um vizinho que te tome conta do cão nas férias ou no fim-de-semana. A tua vida pode mudar menos. Mas muda. Tudo o que se "perde" por ter um cão não pesa um alfinete, comparado com o que se ganha. Mas não é das vantagens de se ter um cão que eu quero falar hoje. É das desvantagens. Puras e duras. A somar ao que escrevi acima, ainda há móveis e sapatos roídos, fugas por causa de trovoada ou foguetes, portas raspadas e corridas para o veterinário porque o cão comeu algo que não devia. Os cães vomitam sempre no tapete. Sempre. E nem sempre fazem xixi e cocó onde deviam. Ter um cão não é para todos. Não se é melhor pessoa por se ter um cão. É-se, certamente, melhor pessoa por se pensar que um cão é tudo isto antes de se comprar/ adoptar um. Porque é uma decisão para a vida. Ninguém é má pessoa por não gostar de cães, por não ter cães, por não salvar cães. Mas é-o por abandonar um.

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por Bad Girl, em 01.07.14
Não tenho a certeza absoluta, mas acho que foi em 99. No Coliseu, nessa altura ainda era no Coliseu. Foi num Portugal Fashion, Carlos do Carmo e o filho Gil subiram ao palco e cantaram "My Way". Foi nesse momento que me "apaixonei" por ele. Nessa altura não havia a coisa do fado moderno. O fado era uma coisa muito séria e um fadista era uma pessoa que se comportava, genericamente, como se tivesse sido chamado à parte por Deus e este lhe tivesse dito que ele tinha sido abençoado com o maior dos dons e que nunca, sob qualquer circunstância, podia ousar desviar-se do caminho sagrado. Todavia, lá estava ele, um fadista, a cantar Sinatra. E eu pensei que sim senhores, estava ali alguém que não era dado a merdas e que era preciso ser-se um homem muito grande, e com muito talento, para estar ali a fazer aquilo tão bem.
Hoje, Carlos do Carmo ganhou um Grammy. O único de Portuga*l.
E eu estou muito, muito feliz. Por isso. Por ele.

(Não é de hoje...http://girls-go.blogs.sapo.pt/409517.html)

* tive nota de alguns leitores sobre este Grammy que, aparentemente, não é o primeiro de Portugal. Fiz algumas buscas mas não encontrei nada. De qualquer forma, fica a nota.


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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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