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Sabem aqueles cortes de papel? Quando estamos ali, papel na mão, uma coisa perfeitamente natural com a qual estamos à vontade e, de repente, por causa de um movimento brusco, vem um corte? Normalmente cortamo-nos naqueles sítios que incomodam. Ou entre dois dedos, ou nas falanges. E ficam-se os cortes por ali. Sangram pouco, não doem muito, mas incomodam. Não nos lembramos sequer deles, até àquela bela altura em que lhes metemos sabão, ou um creme, e aquilo arde. Não chega a doer. Apenas nos lembra que está ali. E incomoda. É assim também com algumas pessoas. Pessoas às quais não damos muita importância. Estão ali porque é suposto, não "aquecem nem arrefecem" e, de repente, desferem um golpe que nos incomoda. Não dói. Só incomoda. Hoje, no burgo, tive um desses golpes. Mais uma folha de papel que está para ali, igual a tantas outras folhas de papel que perfazem uma resma e que, quando menos se espera (ou até nem sequer se espera), lá traz o golpezinho irritante e inconveniente. E é um golpe que nem sequer tem dignidade para se desinfectar com álcool, por ser pequeno demais. Não magoa. Mas incomoda. Talvez por ser inesperado. Talvez por ter sido aplicado numa zona mais frágil. Amanhã já não passará de nada. A pele já tratou de esquecê-lo. De apagá-lo. Mas hoje, enquanto esteve ali, incomodou. Talvez por me ter recordado que, se eu facilitar, lá vem uma folhinha de papel insignificante dar um golpezinho baixo e incomodativo.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!