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Com o Natal a chegar, nada mais apropriado do que abordar um tema que me irrita solenemente (olha, mais um!!!): pinheiros.
"Ah, queres ver que a gaja até com os pinheiros de Natal implica?"
Não, não queres ver. Os pinheiros com os quais esta gaja implica não levam bolas, e fitas, e neve artificial, e luzes pisca-pisca, e mais uma parafernália de adornos que, na maior parte das vezes, fazem esquecer que por debaixo de todo aquele mar de cor e brilhantes, existe, efectivamente, um pinheiro. Os pinheiros com os quais eu implico solenemente são outros. Usam-se durante todo o ano. E são tão lindos quanto agradáveis: pinheiros que se penduram no retrovisor do carro. Conhecem coisa mais deliciosa do que entrar no carro de outra pessoa (um gajo que até ali era razoavelmente interessante) e sermos inundadas por um agradabilíssimo odor a pinheiro? Não, claro que não é UM pinheiro. Isso seria aceitável. São, pelo menos, 12.000 hectares de pinhal. Concentrados num pequeno pedaço de cartão, cuja estética obrigou uma equipa de criativos à clausura numa sala (sem janelas) durante 27 meses. Ainda hoje os livros de História relatam, num dos mais apreciados capítulos, o momento da descoberta:
- Já sei: e se fizermos isto num cartão, em forma de pinheiro?
O resto da equipa riu-se. Abanaram a cabeça com desdém.
- Tu deves querer ser despedido. Tens noção do que nos pode arranjar essa tua ousadia?
- Sim, deves achar-te um da Vinci, não?
- Desculpem... se calhar vocês têm razão... mas eu acho que podia resultar.
- Olha o gajo deve estar maluco...
Bem, depois (se eu tivesse paciência para estar para aqui com delírios) entrava alguém, dizia que a ideia era estapafúrdia, despedia toda a gente, roubava a ideia e transformava-se no maior inovador de todos os tempos.
Resumindo e concluindo, vamos ver se nos entendemos:
Homens deste meu Portugal, ponham lá uma coisa na cabeça: pinheirinhos ambientadores pendurados no retrovisor do carro: NÃO. São pirosos e cheiram mal. Não, não cheiram a árvores bonitas, e não nos transportam para a natureza. Cheiram a detergente da casa de banho. E escondê-los noutro sítio? Tipo debaixo do banco. Ninguém sabe, certo? ERRADO. Não ver é uma coisa, não ser invadido por um milhão de pinheiros em concentrado já é mais difícil. Até eu, EU, que em 90% do tempo só tenho 30% da capacidade olfactiva, quase morro na presença de um destes exemplares de mau gosto. Mesmo quando estou no trânsito, encaixotada numa fila, e vejo um destes pinheiros pendurados no carro da frente. Até nessas alturas eu me sinto mal. Um aperto no peito. Quanto a vocês não sei. Mas prefiro entrar num carro que cheire a tabaco/ charros/ pêlo cão que esteve à chuva/ leite derramado em dia de compras, do que num que cheire a pinhal. Podem fumar merdas? Podem sim senhor. Mau gosto é que não, por favor!
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!