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Explicaram-me que eu devia levantar-me para aplaudir os cantores, músicos, actores, bailarinos, ..., se achasse o trabalho deles extraordinário. Se considerasse aquele trabalho tão magnífico que teria de me levantar da cadeira para homenagear quem o fez. Se o trabalho deles é mau, razoável, bom, ou (até) muito bom, devo aplaudir sentada. Ou não aplaudir, no caso do mau. Só assim quem faz um trabalho extraordinariamente marcante sabe que o fez. Com uma ovação em pé. Mas não. Aqui, nesta santa terrinha, é ver um espectáculo acabar para ver o povo levantar-se e bater palminhas. Das duas, uma: ou os padrões de qualidade das pessoas são extremamente baixos, ou há uma crise generalizada de hemorróidas que ataca no final dos espectáculos ao vivo. Ontem, no final do concerto dos Deolinda, na Casa da Música (só um exemplo, no meio de tantos), toca de levantar para aplaudir o concerto. Foi bom? Foi sim senhor. Muito bom? Não creio. Extraordinário? Nã... Mas teve ovação em pé, à altura dos espectáculos extraordinários? Teve. E quando eles forem realmente brilhantes? O povo pendura-se no tecto e bate os pés? Não me parece. Não vai ter nada a acrescentar. Vai continuar a levantar-se e a bater palmas, a pensar que desta vez sim, foi mesmo bom.
É assim, o meu povo. Tão bom a falar mal de tudo, mas fácil, fácil, na hora de ovacionar.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!