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Alguns homens tendem a acreditar que precisam de munir-se com histórias de vida semi-trágicas ou sobredotadas de interesse para levar uma mulher para a cama.
Ai que nunca te devia ter trocado pela minha actual mulher que, por mero acaso, é a mãe dos meus filhos.
Acabo de regressar de uma missão no Ruanda. Foi complicado, vi a minha vida em perigo muitas vezes. Principalmente quando fui resgatar aquele menino de 3 anos da tribo de canibais...
Ouvia-o já com algum desinteresse a relatar uma destas ou uma parecida. Não esperava ansiosamente o fim do jantar mas, honestamente, ele estava a léguas de me poder voltar a ter na sua cama. Foi então que tudo deu uma volta e um simples gesto conseguiu o que a vida amarga originada por um casamento tortuoso ou mil órfãos do Camboja nunca iriam conseguir: olhou para mim, aproximou a mão direita do meu rosto e afastou um fio de cabelo que se tinha colocado estrategicamente no meio da testa. Só isso. Foi o suficiente para eu perceber que, apesar da verborreia egocêntrica, do "eu" constante, dos esquemas, dos malabarismos, a atenção se concentrava... em mim.
Escrito num dia qualquer do Verão passado. Há tanto tempo, que já não me tortura.E há tão pouco tempo, que não deixa de fazer sentido.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!