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Chegar a menos de 24 horas da ida às urnas, e não saber mesmo em quem votar. Mas, numa adaptação livre do "Cântico Negro" de José Régio, sei em quem não vou votar. Sei que não vou por ali. Não quero votar em branco desta vez, que seria uma coisa que eu já teria decidido há muito. Com a minha cruz não contem Manuela Ferreira Leite nem José Sócrates. Entre os dois males não sei qual poderá ser o "melhor". Talvez vote num dos outros "grandes", ou não. Há 19 partidos neste país, e excluindo a imbecilidade do movimento pró-vida, a ridicularia do PNR e outros dois ou três partidos sem ponta por onde se lhes pegue, todos merecem que eu leia os seus programas e decida em consciência em qual votar. Enojam-me os que apelam ao voto útil, como se lhes fosse conferido o direito de iniciar jogos mentais com os que estão indecisos. O menosprezo pelo direito à escolha de cada um, pela opção livre, é de uma arrogância atroz, só ao alcance dos maiores e piores ditadores de trazer por casa. A Democracia não foi conquistada por um bando de carneiros que decidiu juntar-se à maioria. É lamentável que os políticos ainda tentem esse tipo de chantagem com as pessoas. Mas, verdade seja dita, só o fazem porque sabem que o povinho (esse, desprovido de qualquer senso comum) vai alinhar. Entre os que se galvanizam com o facto de não votarem, vomitando aos quatro ventos "que são todos a mesma merd@", mas que se acham no direito de encher o peito para reclamar do estado das coisas, e os que alinham na conversa de voto útil, os políticos da nossa praça ainda vão apanhar alguns acéfalos que estão longe de saber a importância que tem o voto.
Assim como assim, até já decidi. Não em quem vou votar nestas legislativas, mas em quem vou votar nas próximas (daqui a 4 anos). Em mim. Mal por mal, acredito no que digo, tenho péssimo perder (mas não faço batota) e sou miúda para deitar o Ricardo Araújo Pereira abaixo quando ele me tentar esmiuçar. Dons de oratória não me faltam, e consigo escrever um programa eleitoral. E a bem da verdade hei-de ficar muito melhor nos cartazes. Agora não me ponham é a beijar crianças ranhosas, que isso é coisa para me tirar o blush. E a vontade.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!