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As palavras são de Mário David, deputado europeu pelo PSD. E é tamanha a minha estupefacção perante tais escritos que não sei se choro ou se procuro a câmara dos apanhados. Para ver se eu entendo: Mário David tem vergonha de ser compatriota de Saramago. Por isso acha que o mesmo deve levar avante a sua ameaça de deixar de ser cidadão português. E acha ainda que a liberdade de expressão deve ser delimitada. Imbecilidades e impropérios não. E se eu achar que o que Mário David escreve é uma imbecilidade? Ele tem também de renunciar à cidadania portuguesa? E depois vem a parte do impropério, onde o tal deputado escreve: “(...) confissões religiosas, valores que certamente desconhece mas que definem as pessoas de bom carácter.”. O senhor Mário David deve estar a comer comida estragada lá pelo estrangeiro. O pior é que aquilo lhe deve estarb a causar um desarranjo tão grande que agora lhe chegou ao cérebro sob a forma de uma ideia de merda. É possível que alguém no seu perfeito juízo e que viva no presente acredite mesmo que o que define uma pessoa de bom carácter é o facto de ter religião? Que nós, os hereges, este bando de gente que não reza em coro, somos maus? Que o facto de ir a um templo de fé me põe do lado das boas pessoas? Então e quem professa uma fé? Devem ser pessoas de um carácter extraordinário, não? Como o padre Francis de Luca ou o bispo de Wilmington. Isso é que é boa gente. É a liberdade de expressão que permite que o senhor deputado escreva aquilo que, a meus olhos, não passam de imbecilidades e impropérios sobre o que o senhor deputado considera serem imbecilidades e impropérios de Saramago. A ser a gosto do senhor deputado, talvez fosse melhor fazermos uma coisa assim do género de “fechar” a democracia por uns seis meses.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!