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Tenho vergonha do meu país. Não é uma vergonha enraizada, não é uma vergonha manienta, nem sequer é uma vergonha crónica. Neste momento eu tenho vergonha do meu país. Das pessoas que o (des)governam. Das pessoas que nos atiram areia para os olhos (são as mesmas). Destas pessoas que atropelam quem for preciso para levar a sua avante. De pessoas que não param mediante o caos. De pessoas que mentem. De pessoas que são o Sócrates e o seu governo. Tenho muita vergonha de explicar porque é que o desemprego sobe, os impostos também, porque é que nós pagamos a factura da crise enquanto o governo "megalomanamente" aposta em TGV e 3ª travessia. O povo diz que "quem não tem dinheiro não tem vícios". O povo, como todos sabemos, é estúpido. Não sabe o que diz. Não sabe em quem vota. Não sabe o que quer. O povo, esse, vai levar os dias um a um, a puxar o cobertor cada vez mais curto para o pescoço, deixando a descoberto cada vez mais perna. O povo, esse, vai queixar-se. Vai choramingar que isto está mau, nunca esteve pior. O povo não quer saber do TGV. Espanha também não. Mas a obra de estado tem de ser feita. Um dia os filhos do (quase) ditador vão apontar aquela linha que vai de Caia para não sei onde e vão dizer: "Foi o meu pai quem mandou fazer. Havia de chegar a Espanha, mas os espanhóis, esses cabrões, roeram a corda...". E aí odiamos todos os espanhóis. Fica resolvido. Enquanto a culpa puder ser dos outros, nunca haveremos de assumi-la. É assim que achamos que somos como as árvores, que morrem em pé. Estamos todos tão enganados....
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!