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Às vezes estou num cruzamento, parada atrás de alguém. E, enquanto o condutor que está à minha frente decide esperar o momento certo, eu rogo-lhe pragas. Juro - mas juro mesmo! - que teria passado (pelo menos) três vezes enquanto o pateta não arranca. Por isso não entendo quando, por vezes, há um idiota atrás de mim que buzina ou dá sinais de luzes. A mim! Logo a mim, que espero o momento exacto para avançar. Nem um carro antes, nem um carro depois. Acontece o mesmo quando entro em rotundas. E piscas? Eu cá fico doida com aqueles que dão pisca quando a faixa obriga a ir naquela direcção. TODOS sabemos que é para ali que ele vai. Em todas as outras circunstâncias, é ver-me ligar o pisca. Está bem que estou enfiada numa fila na faixa da direita enquanto o transito flui nas outras faixas. Mas não é garantido que eu queira mesmo sair ali. E aqueles totós que fazem 25 manobras para fazer uma mísera inversão de marcha? Eu? Eu faço o número perfeito de manobras para conseguir fazer inversão de marcha. Está bem que há quem consiga fazer aquilo de uma vez só, mas isso é porque têm carros mais pequenos.
Ora eu não vim para aqui falar de condução (deixei o estacionamento de fora por razões que agora não interessam). Este post, parecendo que não, é sobre a amizade. Porque me custou ter tido de conviver com o P. um destes dias. Imaginar que a L. o perdoou tira-me do sério. Imaginar que a L. o perdoou E voltou a aceitá-lo na vida dela chega a revoltar-me o estômago. Pensar que ia ter de estar com o P. dilacerou-me as entranhas. Eu havia de lhe dizer das boas... ai havia! Depois parei para pensar: talvez a L. prefira entrar na rotunda sem ver o trânsito que vem. Fazer a inversão de marcha de uma só vez. Por muito que me custe engolir, ela escolheu-o. Outra vez. Ela sabe o que ele lhe fez. Ela sentiu o que ele lhe fez. Eu emprestei o ombro. Mas não sofri por ela. Porque as pessoas, por muito que queiram, não partilham a dor com os amigos. Emprestam-lhes os ombros. Sentem outra dor. A dor de ver um amigo sofrer. Mas aquela dor não é nossa. Nosso é o ombro que, sabemos quase certamente, iremos ter que emprestar outra vez.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!