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Há dois ou três dias que não me apetece escrever sobre nada, não quero namorar palavras umas atrás das outra. Não sei sobre o que escrever e, lamentavelmente, sou péssima a escrever sobre nada. Dói-me horrores cá dentro, é uma faca que crava o peito e se aloja junto ao coração. É um aperto, uma sensação de impotência. Faço log in e fico a olhar para para o écran em branco. A distância a percorrer parece-me desumana, impossível de fazer. Lembro-me das vezes em que as ideias queriam correr desenfreadas pelo écran. Lembro-me de não conseguir fazer os dedos acompanharem a velocidade do pensamento. Lembro-me bem de alturas em que anotava no telemóvel as coisas que queria escrever. Esses dias parecem-me cansados, gastos, longínquos. Busco a inspiração em sítios que não lembram a ninguém, agarro-me a ideias que não consigo explanar. Deambulo pelas notícias, regozijo-me com coisas que leio, murmuro para o lado opiniões curtas e e assertivas sobre o que me rodeia. Sou incapaz de escrever mais do que duas frases sobre o que quer que seja. Não ando deprimida, oprimida ou obstipada. Não ando farta nem cega para os assuntos. Ando cansada (e como eu escrevo melhor cansada!!) o suficiente para poder escrever um livro. Não sei o que me deu. Apetece-me brindar-vos com uma desculpa de macho impotente, que olha para a mulher deitada ao seu lado, exposta aos seus olhos e exclama, às vezes num tom recheado de acusações: "isto nunca me aconteceu antes".
Até me voltar o tesão, ficamos por isto mesmo. Talvez passe, talvez não.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!