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Antes de avançarmos preciso de esclarecer uma coisa: eu simpatizo com o Nuno Markl. Por isso, tudo o que eu vou aqui contar sobre o serão de ontem será imputado, inevitavelmente, a uma entidade suprema que será chamada, a partir de agora, de “Organização”.
Ontem foi o lançamento do livro “Caderneta de Cromos” aqui no Porto. Por motivos que me são quase alheios, dou por mim na Discoteca Twin’s da Foz às 21:30 (também conhecida como “a hora marcada”), para assistir ao evento. Exactamente uma hora e quinze minutos depois, o evento começa (só para não haver dúvidas: às 22:45). Os pés já me doíam (não me sentei no chão como 50% das pessoas que lá estavam) e o joelho começava a doer. Para evento que se esperava ser “de humor”, a coisa estava a ter pouca piada. Não sei quem foi o culpado disto, mas imagino que tenha sido a “Organização”. Uma hora e um quarto são setenta e cinco minutos. É quase um jogo de futebol. Fazem-se filhos em menos tempo. Matam-se pessoas em menos tempo. Talvez seja possível escrever livros do tamanho do livro que foi apresentado num período de tempo equivalente. E não, eu não fui embora. Porque não podia e é tudo o que posso dizer. Vinte minutos depois de ter começado a apresentação, esta acaba (novamente para não haver dúvidas, às 23:05). Tanto mau preliminar para uma “queca” apenas razoável. Farta daquilo e com o dever cumprido, apresso-me para a caixa para pagar. Na fila, a coisa roçava o mercado do peixe: um senhor, que tinha recebido um convite para o evento (acho que o ganhou num passatempo da Rádio Comercial) reclamava com: a menina da caixa, alguém que não consegui identificar e um segurança. Estávamos todos parados numa fila a assistir à reclamação do senhor e NINGUÉM fazia nada para o puxar para o lado e resolver duas coisas: minorar a sensação de escândalo e dar andamento à fila. Pois logo ali eu fiquei a saber que as pessoas que tinham um convite se viram obrigadas a pagar € 10,00 para assistir a vinte minutos de puro humor. Se foram avisados? Cito a senhora da organização que foi chamada a resolver a situação: “Eu não estou aqui para enganar ninguém. Diz aqui no convite: “Consumo obrigatório com direito a uma bebida”.”. Uma editora (de livros) faz convites e o melhor que consegue é dizer às pessoas que elas são obrigadas a consumir, mas que têm direito a uma bebida. Têm, portanto, direito à bebida que foram obrigadas a consumir. Ainda assim, têm que pagar € 10,00 pela “entrada”. Resumindo, mais quinze minutos na fila para assistir a uma péssima demonstração de gestão de reclamações, que (aposto) foi apenas a primeira da noite. De salientar o cérebro iluminado da senhora da tal “Organização” que, cereja no topo do bolo, vai de dizer ao senhor que reclamava furiosamente: “Eu até tenho aqui umas senhas para dar aos meus amigos”. Ah, bom... algo me diz que isso não ajuda em nada o teu caso. Mas isso sou eu.
convite
s. m.
1. Pedido de assistência ou concorrência de alguém a determinado acto!ato.
2. Banquete, festim.
3. Fig. Brinde (em paga de algum serviço).
4. Dádiva, favor, obséquio.
in Priberam
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!