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Passeava-me eu pelas notícias (!) do país quando soube da novidade: Júlia Pinheiro, a estridente apresentadora da TVI, vai para a SIC. Até aqui tudo bem, consigo perceber que a "carteira de clientes" de Júlia interesse à estação de Carnaxide. Logo a seguir leio que é ela quem vai apresentar o "The Biggest Loser (TBL)". Ora foi exactamente neste ponto que eu sofri um "piripaque" de um tamanho tal que houve pessoas que equacionaram a chamada do INEM. Recuperada que estou do choque, eis-me numa de prestar serviço público, a explicar aos senhores da SIC, como se eles fossem muito burros (a ser verdade a notícia, são mesmo), o porquê da minha insistência:
- Eu gostava de ver a versão portuguesa do programa. Até tenho tias que podiam participar nesse mesmo programa. Era bonito. Mas não vou poder. Não se a Júlia Pinheiro apresentar o programa. Nem eu nem, suspeito, nenhuma das pessoas que assistem ao original. Há algo que parece ultrapassar as pessoas que decidem nos canais de televisão e, a meu ver, é demasiado básico: as pessoas que se interessam pelos formatos originais, no cabo, não são as pessoas que se interessam pelas acompanhantes de luxo da Casa dos Segredos. Viram o que a RTP fez ao "Project Runway" e são anjinhos o suficiente para irem, também eles, meter a pata na poça.
Passo então a explicar de novo, agora do ponto de vista do concorrente: primeiro, se eu fosse uma pessoa com excesso de peso e me enfiassem num fim-de-mundo qualquer onde as únicas coisas que acontecem são mil horas diárias de exercício físico com um treinador aos gritos e privação de comida, não me interessava ter aquela voz a falar comigo. Também não me parece conveniente a abordagem típica de Júlia Pinheiro: "Concorrente azul, você perdeu 4 quilos esta semana e passou a barreira dos 100. Já se sente confiante para convidar a concorrente amarela para o seu quarto?" ou "Concorrente verde, vi-o olhar lascivamente para a concorrente roxa enquanto ela fazia abdominais. Pensa que quando sair daqui e vestirem ambos o 38 poderão casar?". Depois, porque a partir do terceiro mês, já vai haver concorrentes a olhar para a Júlia e a pensar: "mas porque raio é que não vais tu também para a passadeira?". A apresentadora do TBL não pode ser escanzelada. Mas tem que ser "boa". Aquela que as concorrentes querem ser quando terminar o programa. Aquela que os concorrentes acham que vão conseguir com uma melhor figura. A apresentadora do TBL tem que criar empatia. Eles têm que saber que ela sabe o que custa fazer "n" horas seguidas de ginásio. A única vantagem que eu vejo no facto de Júlia Pinheiro apresentar o TBL é que, quando houver aquelas provas de subir e descer a montanha, eles podem ouvi-la na perfeição, independentemente do quilómetro onde se encontram.
Eu já dei a receita para o sucesso. A desviarem-se das minhas orientações, vai haver um "biggest loser". Mas não é concorrente.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!