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Nas saudades, como em tudo o resto, tenho um sentir muito atípico. Não tenho saudades de pessoas que não vejo há anos. Não sinto, lamento. Por vezes lembro-me delas com alguma nostalgia, um sentimento delico-doce, mas não me aperta o peito nem me falta o ar. Não sinto saudades das minhas amigas da Primária, fiéis companheiras de brincadeiras. Não tenho saudades da minha melhor amiga do Preparatório, de quem só me separava para dormir. Não tenho saudades de ninguém que foi outrora importante e que, por alguma razão, saiu da minha vida. Não tenho saudades do meu primeiro namorado, sabe Deus se ainda me lembro da cara dele. Não tenho saudades do meu primeiro emprego. Sinto a saudade na hora da despedida, sinto o aperto no coração e a falta de ar, as lágrimas a bulharem para sair dos olhos. Sei que aquelas pessoas, tão importantes para mim, vão passar a ser irrelevantes dentro de pouco tempo. Sei que vou continuar a gostar das que gosto, da mesma maneira que as gosto, mas não me vão fazer falta. E isso traz-me a angústia que não me trazem as saudades. Gostava de ter saudades de alguém, de algum sítio, de algum sentimento. Mas não. Deixo as pessoas e os sítios para trás com uma lágrima no olho. O tempo que demora a lágrima a secar é equivalente ao tempo que as pessoas e as coisas passam a ser memórias. Não memórias tristes. Apenas memórias. Hoje começou a formar-se uma lágrima. E custa-me, de uma forma asfixiante, pensar que ela durará apenas o tempo da queda.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!