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As pessoínhas

por Bad Girl, em 06.06.12

Hoje saí com a cadela. Fomos dar um pequeno passeio pelas redondezas. Pequeno porque, apesar de tentar aplicar todos os truques de passeio explicados por Cesar Millan sinto que, a precisar do braço por mais alguns anos, os passeios não podem ser assim coisas muito grandes.

Embora eu sonhe acordada com um buldogue francês, digo-vos (ainda que me assuma como suspeita e parcial neste caso), que o raio da cadela é das coisas mais bonitas que por aqui passeia e que pelo menos uma em cada três pessoas, crescidas ou pequenas, sentem o impulso de lhe passar a mão pelo pêlo enquanto justificam o "abuso" com um "É mesmo igual ao Max, da TVI". E limpinha que ela só, só não vos mostro as toalhitas usadas porque ela, tendencialmente, as come. Ora esclarecida que está esta parte, conto o final do passeio: uma criaturinha pequena aponta para ela e diz:

 - Morde?

Eu respondi, pela quinquagésima vez naquele passeio:

 - Não, não morde.

 - Mas ferra!

(Não perguntem. Eu também acho que o estado da educação no país não é dos melhores)

 - Não, não ferra.

Vai daí, estava o miúdo de mão já esticada para fazer festas à cadela quando, a correr lá de longe vem uma senhora loira (se bem que com umas enormes raízes a puxar para o preto), com as mamas a saltar ferozmente dentro de um decote demasiado ousado e, conseguindo não cair naqueles saltos brancos, grita:

 - Não mexas no cão!

O puto assustou-se, eu olhei (incrédula) e ela continuou a correr. Tivesse eu processado a coisa como devia e teria percebido que tinha acontecido ali um milagre: a vaca gaja senhora conseguiu que nenhuma das mamas (pareciam ser aí umas quinze!) saísse do top. Quase em cima de nós, voltou a gritar:

 - Não mexas no cão. Os cães têm doenças!

 

É agora a melhor altura para informar que esta que vos escreve é hoje uma pessoa mais serena. Muito mais calma e ponderada. Esta que vos escreve hoje não respondeu, como poderia ter feito no passado:

 - Eu é que não deixava que o seu filho tocasse na minha cadela!

Ou então:

 - Antes ter doenças do que parecer uma puta meretriz!

Até porque isso ia apenas ofender/ chocar a criança que, coitadinha, só peca por não saber o que são sinónimos.

Como estou mais calma, um autêntico poço de serenidade, olhei para a senhora, de cadela em riste (dá tanto jeito), e lá lhe disse:

 - Pode haver aqui quem tenha doenças, mas não há-de ser a cadela. Não tem doenças e, pelo que vejo, tem o pêlo mais bem tratado.

 

Mas porque é que aquela vacarrona vem aos gritos dizer que os cães têm doenças? Eu percebo a finalidade: evitar que o puto seja mordido (ou pior!) ferrado por um cão qualquer. Compreendo que nenhuma mãe queira ver os filhos a mexer em tudo quanto é cão. A minha mãe não queria. Nunca lhe correu muito bem mas, felizmente (e com muita sorte, eu sei) , sempre me correu bem a mim. Mas é mesmo necessário dizer que os cães têm doenças? Que mais dirá aquela mãe ao puto? Que a masturbação provoca cegueira? Que o chocolate faz cair os dentes? Que roer as unhas provoca apendicite? E que tal a verdade? Dá muito trabalho, não é? Alguns cães, eventualmente, têm doenças. Tal como algumas pessoas têm cabelo pintado e usam tops sem ficarem a parecer prostitutas de beira de estrada. Só não era o caso, ali. 



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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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