por Bad Girl, em 16.11.12
Já há muito que aqui não partilho episódios insignificantes da minha vida que, por serem descritos de uma forma tão dramática e metaforizada, até parecem interessantes.
Posto isto, vamos lá à história das massagens.
Eu gosto de massagens. É assim que a minha sobrinha começa as suas composições. Ou com um 'era uma vez'. Mas era uma vez uma massagem é desagradável. Para mim, sobretudo, se pensarmos que eu pretendo repetir o evento. Adiante, eu estava a dizer que gostava de massagens. Ao contrário da maior parte das pessoas que têm o prazer de conviver comigo, eu não quero a coisa das massagens das velinhas, e dos cantos tibetanos, e das senhoras com mãos de manteiga a fazerem-me cócegas. Ora considerando o exposto, a minha busca por massagens vigorosas é coisa para nunca ter um fim. Isto porque as pessoas, genericamente, acham que a coisa da massagem tem de ser romântica, para relaxar (leia-se desmaiar de tédio) e sair dali a cheirar a óleos e com os cabelos tão gordurosos que fazem as batatas do McDonald's parecerem bocados de Madeira seca. Adiante, as pessoas querem festinhas, não compram massagens brutas, os sítios da porrada fecham e eu lixo-me. MQT está no meio, qual Humpty Dumpty. Não é a coisa do ser pré idoso (é hoje que ele deixa de me falar). É a hérnia. E a hérnia é um bicho que ataca pessoas de tenra idade também. Ora o meu Humpty Dumpty gosta de massagens vigorosas, mas menos. Se houver algo intermédio entre a porrada de criar bicho e o amassar pão, MQT aceita. E por isso lá marquei eu uma massagem descrita no menu como 'vigorosa' e outra de óleos. E lá fomos nós. Para gáudio dos senhores tailandeses, informamos que a tareia era para mim. E lá nos separamos, cada um na sua marquesa, ambos a achar que saíamos dali a sorrir. E eu lá estava, tão satisfeita quanto expectável, a levar com cotovelos e nós dos dedos, socos e joelhadas, com tareia mais ou menos 'vigorosa', certamente obedecendo a alguma lógica medicinal tailandesa. Aí aos vinte minutos de massagem abro os olhos e deparo-me com MQT querido e seu massagista, um deitado e outro a caminhar concentradamente por cima das suas costas. E só pensei no quão lixada estaria, eu e as minhas ideias 'para ti escolhi uma de óleos, vê lá se não adormeces durante a tua massagem, enquanto eu levo tareia', quando um entrevado MQT saltasse (maneira de dizer) da marquesa. Tamanha preocupação nem me deixou aproveitar devidamente todas as vezes que os meus ossos estalaram. E o MQT? Diz que se sentiu mais alto depois da massagem. Mas como tem 1,80, não pretende repetir.