por Bad Girl, em 04.06.13
Já que falamos no maravilhoso mundo laboral, ocorre-me debitar raciocínios sobre outro assunto que considero pertinente. E sendo este o meu blogue, a pertinência avalia-se pela vontade do proprietário.
Ora, laboralmente e não só, eu já fiz merda. Laboralmente não terá sido muita, mas há merda que foi feita. Por falta de tempo, execsso de trabalho, distracção ou, até, sem razão aparente. Curiosamente, e disso posso gabar-me, nunca atirei as culpas da merda que fiz para ninguém. Nem para cima (que eu não sou tola nenhuma), nem para baixo (que isto de atirar merda para quem reporta a nós é tão estúpido como dar um tiro no pé) e nem para o lado. O lado é confortável. O lado, se for mais fraco um bocadinho que seja, é o patinho ideal para atirar. É ao lado, não nos vai despachar à primeira oportunidade porque não pode, nem nos vai faltar à mesma primeira oportunidade. Está ao lado, eu atirei-lhe a merda para cima, ele foi apanhado de surpresa e, diga o que disser, faça o que fizer, cheira mal e não há nada que possa fazer quanto a isso. A curto prazo, pelo menos.
Mas não podemos ser uma pessoa no trabalho e outra em casa. Não podemos deixar o carácter no carro quando vamos trabalhar. Se somos uns trastes que não conseguem assumir as falhas no trabalho, somo-lo também na vida. E que triste deve ser a pessoa que é tão pequenina, tão pequenina, que não consegue encher o peito, levantar a cabeça e dizer: "Fui eu que fiz. Errei. Como posso fazer para resolver esta situação?". Claro que é melhor não errar. É melhor ser perfeito. Mas as pessoas, porque são pessoas, falham. Erram. Fazem merda. E é mais dignificante não errar ou ter coluna vertebral para assumir que se errou? Eu cá acho que são ambas igualmente dignificantes. Mas que uma delas é impossível.