Bad girls go everywhere

Ora vamos por partes, eu estou sossegada a trabalhar, tão sossegada quanto se pode estar a trabalhar naquele rebuliço, e liga-me a senhora empregada e a conversa vai mais ou menos assim:
- Oh, menina, desculpe estar a incomodá-la, mas era para lhe dizer que a bichinha está no armário e não quer sair.
A bichinha. É assim que a senhora da limpeza se refere a uma pastora alemã adulta. Tudo o resto foi ininteligível.
- Dona Senhora Empregada, desculpe mas não estou a entender.
- Oh, menina, está a ver o armário da entrada? Aquele dos casacos? Então, a bichinha gosta de ir lá para dentro, mas hoje não consigo tirá-la de lá...
Portanto, informações importantes:
1 - esta não é a primeira vez que a "bichinha" se enfia no armário, é apenas a primeira vez que a senhora não a consegue tirar de lá.
2 - eu já desconfiava. Era muito pêlo sem explicação naquele sítio.
3 - a cadela é maluca de todo.
Compreenda-se lá isto: a "bichinha" tem, por sua conta, enquanto está sozinha em casa, dois halls - um deles com colchão -, uma sala inteira (com sofá incluído), duas casas de banho e só não tem o jardim porque não gosta dele. Mas não. Ela quer um armário. Um armário cheio de casacos. "Ela gosta de ir lá para dentro", ao que parece. Não foi hoje, num acto curioso, "deixa lá ver o que está cá dentro...". Não... É uma escolha. Uma coisa de "sendo eu um cão com 35 quilos, onde é que eu hei-de passar a tarde? Olha aqui um armário!".
Alguém conhece um bom psiquiatra de cães?