por Bad Girl, em 18.08.13
Antes de mais é muito importante que eu diga que estou bastante satisfeita com a minha limitada experiência em nome próprio no IPO. Claro que a Bad é a Bad, e é importante que se refira que enquanto houver um pingo de humor e sentido crítico, cá estarei eu para contar as minhas coisas.
Não vou sequer referir as longas esperas, que essas serão inevitáveis, mas vamos lá a uma ou outra coisa gira. À consulta da especialidade, que abre o processo e dá seguimento ao protocolo, segue-se a consulta de grupo, onde nos é comunicado o tratamento proposto no nosso caso. Na consulta de ginecologia perguntam-me: "É uma pessoa saudável?". E eu, que não estava ali para uma consulta de rotina, franzi a testa e disse: " Se excluirmos o facto de eu estar aqui...". Depois vem a consulta de oncologia. Não sei se não é suposto estarmos com boa cara, sorridentes. Não sei se há uma regra que eu não li (nunca fui boa a ler instruções...) que diz que é necessário que a cara se mostre consternada de forma proporcional à situação. A verdade é que à terceira consulta, a tal de oncologia, e logo a seguir ao "Bom dia!", a médica pergunta-me se eu sei porque estou ali. E eu por acaso não sabia, ora estava ali no IPO, numa consulta de oncologia, estava à espera que me dessem as pipocas para o filme começar. Afinal parecia que não, começou-me logo a falar de um tratamento e ao meu "3 ciclos" ela responde "Para começar. Podem ser necessários mais. Tenho uma senhora que está a fazer tratamento há dois anos.". E eu percebo, porque estava a sorrir e nada me estragava o humor, talvez ela achasse que eu precisava de um 'reality check'. Para mim já chega lá estar para 'checar' a realidade. A cara que eu ponho é cá comigo. São coisas minhas. Ainda assim, pesadas as coisas, sempre prefiro um médico que me entre a pés juntos do que um que ande ali a rodear a situação, Ah e tal, vamos ter uma atitude expectante...
Enfim, férias estragadas, lista de "não pode" maior do que a lista de compras do Benfica para esta época, vamos lá a isto, que dos fracos não reza a história. Estão aqui as minhas veias. Espetem-nas!