por Bad Girl, em 29.10.13
Gostava de voltar aos posts irónicos e refinados, cheios de inuendos e de um humor salpicado de ironia mas, lamentavelmente, o tema que hoje me traz aqui não o permite. O facto de haver este tema em cima da mesa diz-me que vivo num país governado por gente medíocre que cospe as suas ideias aspirando a uma ditadurazinha de trazer por casa. Há por aí gente iluminada que quer dizer quantos cães EU posso ter. A sério, se vocês são extraterrestres e aterraram neste país à beira mar plantado agora mesmo, eu vou explicar: uma pessoa, ou um conjunto de pessoas, diz que eu só posso ter dois cães. Ou quatro gatos. Peixes e pássaros é o que eu quiser, o que deita por terra a história da higiene, e isso. Posso ter 50 pombos em casa, certo? Cães é que é dois.... Mas como, meu Deus, como se atreve esta gente a dizer-me quantos elementos eu posso ter na minha família? Talvez a ministra não saiba que é disso que se trata, de família, apesar do focada que está em trazer crianças ao mundo (Deus a abençoe por isso). A senhora ministra, "democrata" "cristã" esquece-se que, lá longe, na China, também houve um déspota que decidiu multar quem tivesse mais do que um filho. Não há diferenças quando o princípio é o mesmo. A ministra acha que eu não devo ter três cães. Na China alguém acha que as pessoas não devem ter dois filhos. E não é justo. Porque não é o governo que sabe o tamanho do meu coração, o amor que eu tenho para dar, a capacidade que eu tenho de acarinhar um, dois ou vinte animais. O que sugere a ministra que se faça, caso a sua brilhante lei passe? Escolhemos o cão que está a mais? E qual é esse? O mais novo? O mais velho? O mais feio? O mais bonito? E depois? Deixamos na rua? Levamos ao canil? Mandamos abater? Entregamos ao Estado, que já não sabe o que há-de fazer sequer com as pessoas? O que faria a ministra se, agora, um déspota qualquer viesse lá da China e dissesse que a política do filho único é para aplicar aqui também? Como é que ela escolhia? Claro que um filho é um filho, um cão é um cão, e nada disto é a mesma coisa, é certo, mas é tudo família. E eu tenho muita pena de quem acha que estamos a falar de outra coisa...