por Bad Girl, em 28.04.14
Adoro a minha avó. A minha avó criou-nos, ao meu irmão e a mim, e foi (claramente) bem sucedida. A minha avó dedicou-se a nós de uma forma altruísta, intensa, ternurenta. Ia buscar-nos à escola. Dava-nos almoço. Brincava connosco. Partilhava dos nossos segredos. Dona de uma paciência infinita, estava sempre lá, dedicada a nós de corpo e alma. Criou-nos, ou ajudou a criar-nos, tão bem como sabia. E fez um óptimo trabalho (não sei se já tinha insinuado isto). O meu irmão e eu somos boa gente. Gente de garra, gente fiel aos seus princípios. Antes de nós, já tinha sido bem sucedida com a minha mãe. Hoje em dia, a minha avó, que eu continuo a adorar, é uma lembrança do que era. A idade foi violenta para ela. Tratou-a mal. Primeiro o corpo, que se move com dificuldade. Depois a cabeça. A memória que vai aos poucos. A lógica que já não se constrói. A minha avó criou-me. E, antes disso, criou a minha mãe. Se eu tivesse um filho, hoje, queria que ele tivesse uma educação como a que eu tive, mas já não o poderia confiar à minha avó. Seria uma missão que ela já não seria capaz de levar a bom porto.
Se este post fosse uma analogia, daquelas que eu gosto, eu podia ser trocada (na história) pelo FCP. Mas não é. Ou será que é?