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A internet indignou-se (surpresa!!!) ontem, ou anteontem, ou num passado recente por causa de uma cadela.
Tadinha da bicha, trataram-na mal? Não, vai-se a ver e não foi isso.
Adoptaram-na e devolveram-na? Nops.
Já sei! Estava acorrentada! Errado.
A cadela morreu. Eu costumo dizer que foi para o céu dos cães, mas neste momento julgo que é melhor dizer que morreu, que eu tenho medo de levar uma solha digital. Marta Melro, actriz que eu não conheço, tem uma página, como qualquer figura pública, algumas lojas e muitos bloggers. Também tinha uma cadela, que morreu esta semana, julgo. A notícia foi dada com dor, como deve ser dada a notícia da morte de um elemento da família (solha digital na outra face). Mas a Marta ficou por aqui? Não, a Marta abusou da sorte. A Marta teve a distinta lata de usar a SUA página de Facebook para partilhar a sua dor e terminou dizendo, a abusada, que tinha perdido o seu anjinho. E foi o fim do mundo, pois foi, mas onde é que a Marta pensa que está? Na sua própria página? A escrever o que sente? Mas que é isto, agora vivemos em liberdade, queres ver? Um dia destes a Marta acorda e ainda acha que pode votar, ou conduzir. Pois que há pessoas revoltadas, claro que há, as pessoas com pouco chão para lavar revoltam-se muito, mas agora uma cadela é um anjinho (ou 'anginho' como cheguei a ver), onde é que nós estamos, afinal? Diz o Decreto de Lei n. 27/1965, artigo mesquinho, alínea imbecil, que a palavra "anjinho" está reservada apenas e só para crianças, com idades não superiores a 3 anos, e só em situações aprovadas pelo comité da preservação da utilização de palavras várias que estão guardadas num baú e reservadas para ocasiões que só um punhado de eleitos sabe quais são. Nós, os mortais, só sabemos se usamos uma delas quando o comité nos bater à porta e: 1 - insultar
2 - ameaçar de morte
3 - desejar a morte
4 - insultar a cadela morta
5 - insultar a mãe
6 - desejar a morte de pessoas como nós
7 - decretar que é por causa de gente como nós que o país está como está
Há mais possibilidades, que isto é gente que nunca pára de criar, havendo um computador para se esconder, a coragem desta gente afrontada não tem limites. Pronto, mas serve este post não para comentar o quão surpreendente é haver computadores na Idade Média e os comentários virem cair nos dias de hoje, mas para submeter uma lista de nomes que eu chamo às minhas cadelas. Se alguém do comité quiser dar uma vista de olhos e passar já o lápis azul, eu agradeço. Sei que há dias que vivo no limite: Chata, gorda, badocha, docha, pateta, cabra, nhonhas, sonsa, macaquinha, princesa (lixei-me), saltitona, micas, lola, fófi (no limite), riqueza (porrada, tanta porrada), porquita, pequenita, interesseira. Não me lembro de mais. Há mais, eu sei, não estou a tentar safar-me. Desculpem...
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!