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Apesar de conseguir tirar os caroços e as pevides à minha fruta, eu também sou dada a algumas burguesias. À falta de senhoras brasileiras que me descasquem as uvas, nunca digo não a uma tarde de SPA. Desta vez, lá foi de experimentar um banho em leite de burra. E que bom que foi. Já sei o que estão a pensar:
"Ah, parece nhanha."
So what? É bom e recomenda-se. O leite de burra, claro...
... e apesar da merd@ de tempo que cá vim encontrar, as minhas noites são melhores que os vossos dias. Quase aposto.
Conduzir durante uma estupidez de horas pouco tempo depois de termos sido operados ao joelho não é, sequer, uma ideia peregrina. É uma ideia estúpida. De Oviedo para o mundo blogosférico, um saludo quase a definhar. Para já, a promessa de um final feliz na história do baptizado, quando eu voltar ao mundo dos vivos. E apenas um desejo: uma noite descansada.
Um príncipe tenho eu e mais não conto, ou vocês ficavam a saber tanto como eu.
Quase 3 meses volvidos da data de uma cirurgia ao joelho, o que é que uma pessoa normal pergunta numa consulta de ortopedia?
Eu não sei, porque eu não sou uma pessoa normal e aqueles quatro minutos e meio que eu passei dentro do consultório estão longe de perfazer UMA consulta inteira... agora o que EU pergunto depois do doutor me dobrar o joelho em quatro nos trinta e sete segundos que disponibiliza para analisar a dita parte da minha anatomia é...
“E quando é que eu posso usar saltos altos?”
... mas começa a ser demasiado óbvio:
Bad, a tentar domar a fera de quatro anos:
- Se te portares bem esta semana, no Domingo levo-te à neve. Vamos de manhã e voltamos à noite.
- E vamos de avião?
Eu, que por acaso estava a pensar na Serra da Estrela ou em Manzaneda (pindérica!), respondo:
- Não, vamos de carro.
- Oh... gosto mais de andar de avião.
... do que ir às compras. Por caso tenho ideia de uma ou duas coisas melhores mas, ainda assim, ir às compras está ali no Top 3. Ou no Top 5, vá.
É um belo par de botas? Ah pois é.
E tem coisas bastante úteis? Ah pois tem.
Por exemplo, supondo que eu, esquiadora exímia como sou (sinta-se a ironia...), me arredo da pista, rumo ao desconhecido. E dou de caras com uma avalanche. Supondo que não vou desta para melhor com o tombo e que não sou comida por um urso (eu sei que não há ursos nas estâncias de ski espanholas (ou nas outras...)). Vai de activar o meu localizador e não há quem se livre da Bad.
Outra coisa muito jeitosa é o interruptor. Para cima, "ski", para baixo, "walk" (ou o contrário, já não me lembro). Diz que deixa de ser f*d*do caminhar com botas de ski para passar a ser apenas deveras lixado.
Diz que também é o modelo mais quentinho da colecção, o que não deixa de ser agradável. É ver os pés dizerem ao nariz, enquanto este luta para se manter agarrado à cara: "Chiça, que já não se pode com este calor!".
Mas acima de tudo, e o que justifica o facto de serem estupidamente mais caras do que todas as outras que estavam na loja: fazem pendant com o fato. Que é coisa que não se pode desprezar. Não bastasse o frio, o ar de sofrimento, as nódoas negras, o acordar de madrugada, o carregar com skis aos ombros montanha acima, o carregar com sete toneladas em cada pé durante mil horas, ainda tinha umas botas que não davam com o fato? Era só o que me faltava!...
Uma pessoa sai de casa com o objectivo único de comprar um par de botas castanhas.
Essa pessoa chega a casa com dois pares de sapatos (um deles castanhos, vá).
Essa pessoa não é volátil. Nem é volúvel [E conheço a piada, essa pessoa também não é (sempre) a outra coisa].
Essa pessoa sou eu. O que explica muita coisa.
... é giro. Foi por isso que troquei o PDA por ele. Não foi porque tem GPS, câmara de 5MP, agenda, rádio, vídeo, MP3, internet, MSN, jogos, e uma panóplia de outras utilidades que eu não saberei usar nem por alturas do meu 50º aniversário (diz que até faz e recebe chamadas, veja-se lá a extravagância)... Comprar coisas porque são giras é bom, se estivermos a falar de roupa, sapatos ou carteiras. Gadgets é diferente. Se não temos pachorra nenhuma para ler livros de instruções, não será pior ideia comprar coisas simples. Giras, mas simples. Não coisas que nos acordem às 7 da manhã a dizer (em inglês!) o tempo que está em Lisboa (could I care less?). Ou que comecem a ler, com sotaque "abifalhado", as mensagens à medida que elas vão chegando, independentemente de quem está a ouvir... Mas como é que se desliga a gaja? É que o meu desejo de ter um tamagotchi é nulo, e ter de andar constantemente a carregar nos botões porque o simpático aparelho se lembra de dizer que não encontra rede WLAN, ou porque está a chover em Lisboa não é uma coisa que faça muito o meu género.
Nota mental: se te parece complicado, é complicado. Não compras, tá?
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!