Bad girls go everywhere

... acho que o Facebook é para meninos.

Coisas bonitas que fazem parte do meu inventário de mensagens do Badoo.

"Olá!" x 7

"Se disseres olá eu prometo k n mordo!"

"Oi tudo"

"Oi" x 3

"***** quer conversar" x 8

"Ola posso conhecer-te?"

"Tas na webcam?"

A sério, há todo um submundo na internet que eu preferia não ter tido que conhecer.

"Vê lá que tenho facebook há uma semana e já fui convidado para um evento!"

Cromo muito cromo que dissertava alegremente sobre a panóplia de alegrias que as redes sociais oferecem.

Esta moça já. E tem menos stress, tensão e jet lag, essa condição psicológica do dia-a-dia. Ontem caiu-me café nas calças novas e - juro - fiquei com um jet lag que só visto. O MQT teve que ligar de urgência para o psiquiatra que prescreveu logo uns comprimidos. Ao que parece, nestes dias de calor, as pessoas ficam com muito jet lag. É dos nervos.

Não ficam é com correctores automáticos no computador. Para isso, toda a gente sabe, é preciso Aspirina.

Olha, não é que tive um "friend request" de um tipo que anda no engate?

Não, não é MAIS um tipo que anda no engate. É O tipo. O tipo que está deitado na cama, trajando apenas boxers. O tipo que está interessado em mulheres. O tipo que só tem "amigas" e que se descreve assim: "ola meninas sou uma pessoa simples e sem muitos rodeios eu querro o que querrem, pretendo encontros osasionais com discriçoes e segurança.....". O tipo que não tem corrector ortográfico nem papas na língua. O tipo que assume. Que não anda ali às voltas a chamar "pequeninas" às miúdas. O tipo que, apesar de ser O tipo, vai com os porcos, como os outros. Mas com pontos extra, pela honestidade.  

44 friends like Grey's Anatomy.

5 friends like Cristiano Ronaldo.

Está bem que ninguém é perfeito, mas admitam: eu sei escolhê-los (quase) muito bem...

Eu admito, sou uma voyeur do Facebook. Há gente que gosta de reality shows. Há gente que abranda para ver acidentes. Há gente que visita o zoológico. Eu tendo a encontrar cromos no Facebook. O processo não é demorado e nem sequer requer muita técnica. De quando em vez há gente que, provavelmente por comentar brilhantemente um ou outro status de um amigo comum, me desperta a curiosidade. De clique em clique lá vou descobrindo algumas pérolas. A maior parte guardo para mim, mas há algumas que não são resistíveis. Como o exemplo abaixo:

Making a long story short, uma moça cuja foto é um decote, está triste porque achava que ia ter um iPhone só para ela. Não é um daqueles a dividir por muita gente, que é preciso fazer uma escala para utilização, nada disso. É um mesmo só para ela. Mas não pode, porque só lhe apresentam uma réplica. E as réplicas não têm 3G, para ela se entreter a postar coisas deste género no Facebook. A legião de admiradores não tardou em responder ao desabafo, e lá vai de sugerir a óbvia ida à loja. Excepto o senhor cheio de boa vontade que tem pena de estar longe, ou poderia, ele próprio, oferecer o dito iPhone. Quem ler o comentário acha que ele está a gozar, certo? Ninguém escreve assim, e nem sequer escreve iPhode sem estar na tanga. Pois, meus amigos, não podiam estar mais errados. A pessoa que teria "emenso prazer em ofereçer o iphode" descreve-se assim no seu perfil:

Obrigada, Facebook, por existires. E obrigada, cromos, por deixarem as walls à vista de pessoas como eu. Mal intencionadas.

Há tanto tempo no Facebook e nunca me ocorreu fazer um vídeo de boas-vindas. Estúpida, estúpida, estúpida!....

O Crixtiano fex um, e sai já um Oscar para o CR9, faça-se o favor. Alguma vez a Academia vai conseguir resistir aos olhos do Cristiano, por vezes a dar ares de Pedro Emanuel, fixados no teleponto? Juízo, senhores, mandem lá fazer a estatueta para o criaturo.

30 segundos de puro entretenimento, onde podemos ouvir as palavras:

Soute Africa; tú tausan ten; esperience; "click on the facebook like the bottom"; aupe to see you soon; e há coisas que eu, pura e simplesmente, não atinjo.

Divirtam-se. Não digo que tenha feito o meu dia mas, caramba, o que já me ri hoje com isto....

Da Grande Reportagem de hoje, intitulada "Vidas em Rede" retive algumas coisas. Mas levei um soco no estômago com a frase final, dita por um dos entrevistados (Daniel Pedogram), que coloco entre aspas, apesar de não ser ipsis litteris, porque conto apenas com a minha memória: "tenho três mil e quinhentos amigos virtuais e nenhum amigo real".

Vou só ali repensar uma série de coisas e já volto.

Num momento de excepção, decido aceitar uma sugestão do Facebook e adicionar o João Gil, que considero um dos últimos cavalheiros vivos (eu cá sei porquê), a par com o meu MQT. O cabrão do FB, depois de me ter sugerido o João, replica-me que ele já tem demasiados amigos e por isso não me pode aceitar. Fod@-se, não se faz. João, se me estás a ler (pois claro que sim), despacha um dos cinco mil que tens e adiciona-me. Thanks.

É certo e sabido: o Facebook obrigou-me a escolher outro nome que não "Bad Girl". Numa tradução livre e não muito inspirada, saiu-me um "Menina Má". Obviamente o nome é sujeito. Principalmente ao "ataque" dos que estão convencidos de que aquilo é o Fuckbook. Há alguns pedidos de amizade que aceito, por cumprirem os mínimos, mas sempre com a sensação de que eles irão com os porcos ainda antes de eu conseguir dizer "Supercalifragilisticexpialidocious". E há outros que têm ar de quem não parte um prato e depois... bem, depois é isto: o Luís (vou poupar o apelido porque o Luís é apenas ridículo, não é mal educado nem ofende) mandou-me este e-mail no passado dia 11:

"ola pequenina má. Tudo bem contigo? Es donde? Beijos xxl"

E desenganem-se. O Luís não tem 15 anos. Não. O Luís tem 32. E também não tem um avatar, tem uma fotografia própria (ninguém quereria usar aquela foto para engatar gajas). Começamos bem, porque o Luís desconhece a existência de acentos. A pressa de brindar todas as novas amizades com um texto tão elaborado deve deixar o Luís sem tempo para os detalhes. A abordagem é uma coisa que me encanta. Quem não gosta de ser chamada de "pequenina"? É coisa para uma gaja ficar mais derretida do que uma colher de manteiga numa frigideira quente. E o Luís é um gajo que se preocupa. Quer saber se está tudo bem comigo. Não vá eu precisar que ele me traga uma canja, ou isso. Caso não esteja tudo bem comigo, ele quer saber de onde eu sou. Se eu for de longe o Luís não está para se desgastar. A despedida começa de forma inversa à saudação: com beijos XXL.

A bem da verdade eu recebo alguns mails destes no Facebook. Normalmente ignoro e "desamigo". Desta vez, como estava a ver tudo pelo telemóvel, achei que o "desamigar" podia esperar. Mas o Luís é um tipo que não tem tempo para perder e, no dia seguinte... 

"toc toc toc a pequenina má está por cá?beijos xxl"

Parem de rir imediatamente!

O Luís é um tipo que se faz à vida, e vocês estão a rir-se dele? Tenham vergonha!

O Luís é um gajo educado. Bate à porta, "toc toc toc"... insiste no "pequenina", o que me começa a parecer um estigma e deixa no ar uma pergunta que me deixa absolutamente baralhada: o Luís quer saber se eu estou por lá. Seja lá isso onde lá for. Dou de barato e presumo que ele quisesse saber se eu estava pelo Facebook. Depois, o Luís  remata com a sua "trade mark", a cena dos beijos xxl. Oh, Luís, obviamente que vais com os porquitos, mas caramba, se arranjares UMA gaja que caia nessa conversa, tu agarra-a como se não houvesse amanhã. É que quer-me parecer que só se estraga uma casa...