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Nature's first green is gold,
Her hardest hue to hold.
Her early leafs a flower;
But only so an hour.
Then leaf subsides to leaf.
So Eden sank to grief,
So dawn goes down to day.
Nothing gold can stay.
Robert Frost
Deixa-me ser a tua amiga, Amor,
A tua amiga só, já que não queres
Que pelo teu amor seja a melhor
A mais triste de todas as mulheres.
Que só, de ti, me venha magoa e dor
O que me importa a mim? O que quiseres
É sempre um sonho bom! Seja o que for,
Bendito sejas tu por mo dizeres!
Beijá-me as mãos, Amor, devagarinho...
Como se os dois nascessemos irmãos,
Aves cantando, ao sol, no mesmo ninho...
Beija-mas bem!... Que fantasia louca
Guardar assim, fechados, nestas mãos,
Os beijos que sonhei pra minha boca!
Florbela Espanca
Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He Is Dead,
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last for ever: I was wrong.
The stars are not wanted now: put out every one;
Pack up the moon and dismantle the sun;
Pour away the ocean and sweep up the wood.
For nothing now can ever come to any good.
W.H. Auden
O dia em que eu nasci, moura e pereça,
não o queira jamais o tempo dar,
não torne mais ao mundo, e, se tornar,
eclipse nesse passo o sol padeça.
luz lhe falte, o sol se [lhe] escureça,
mostre o mundo sinais de se acabar,
nasçam-lhe monstros, sangue chova
o ar, a mãe ao próprio filho não conheça.
as pessoas pasmadas de ignorantes,
as lágrimas no rosto, a cor perdida,
cuidem que o mundo já se destruiu.
Ó gente temerosa, não te espantes,
que este dia deitou ao mundo a vida
mais desgraçada que jamais se viu!
Luís Vaz de Camões
Marcas da vida.
Diz-me o Sr. D., homem simples na casa dos 50, casado há mais de 20 com a mesma mulher:
- Sabe, menina, não há coisa mais bonita do que nós encontrarmos alguém para partilhar a nossa vida. Viver com alguém que se ama é a coisa mais bonita que pode haver.
Para mim isto é o espírito de São Valentim. Só espero que ele se lembre de dizer em casa aquilo que anuncia fora dela.
Gosto de pessoas resilientes. De pessoas que dão a volta por cima. Gosto de pessoas que põe o "ser" à frente do "ter", que enfrentam as dificuldades. Gosto de pessoas que nem sempre são as aparentemente fortes, mas que vivem cheias de garra.
Parêntesis: raramente comento em blogues. Fiel a uma postura que se quer coerente, não faço comentários do que leio, porque também não os aceito. Vezes há em que uma ou outra excepção tem lugar. Também não leio comentários, regra geral. Leio tudo via reader e raríssimas vezes quero saber o que dizem os outros, aqueles que eu não escolhi ler, sobre o que está escrito por quem eu quis que fizesse parte da minha escolha.
Quis o acaso (e alguma curiosidade) que eu quisesse saber o que tinham as pessoas a dizer sobre este post do Pipoco mais Salgado. Dei de caras com um dos comentários mais honestos, mais livres de preconceito e mais assumidos que vi nos últimos tempos:
"Tenho 25 - pouco ou nada sei da vida - sou professora (sempre tive trabalho) e este ano a vida trocou-me as voltas. Como tinha arriscado viver sozinha, tive de me orientar! Levanto o rabinho da cama às 6h da manhã e vou fazer limpezas!! É a vida...depois regresso e trabalho até às 8.30/9h da noite...como vês, mexo-me (e até doente o faço)...e no fim de contas era fácil: dormia mais um bocadinho, regressava para a casinha dos pais, poupava o corpo e uns cobres!"
A nobreza de carácter da pessoa que escreveu este comentário tem mais valor do que qualquer música que esteja feita "à medida" desta geração. Não vou fazer paralelos óbvios. Também não vou explicar o que é "começar por baixo". Obviamente sei que é mais fácil ser o "coitadinho", o doutor que andou uma catrefada de anos a estudar e que agora só vê abrirem-se as portas das oportunidades fracas e que estão muito aquém dos seus sonhos, do que ser a empregada da limpeza. Arregaçar as mangas não é para todos. Há muita gente que confunde postura com compostura, orgulho com dignidade. Há gente que arregaça as mangas e outros há que usam essas mesmas mangas para limparem as lágrimas. Sempre foi e sempre será assim. Mas não acho que a história deva ser feita apenas desses, dos que se acham subvalorizados pela sociedade, sem sequer, muitas das vezes, terem mostrado o seu valor. Acho que é preciso valorizar os outros que, por saberem o que valem, não se importam com esta ou aquela finta da vida. Bem hajam!
De acordo com informação recente da PETA, a Unilever acedeu a terminar com os testes em animais para todos os seus chás e produtos feitos à base de chá.
Será que este passo apaga os furos que a Lipton fez nos intestinos de ratos? Passa uma borracha por cima do facto de terem infectado leitões com toxinas? As cabeças cortadas aos coelhos e os pescoços partidos aos ratos em testes que não só não eram obrigatórios como não serviam, per se, para provar a segurança alimentar dos produtos? Na minha cabeça, não. Mas eu sou uma pessoa rancorosa. De qualquer forma, o facto de terem acordado, verificado que estamos no século XXI e terem mudado a sua posição é mais do que algumas empresas conseguirão fazer nos próximos 100 anos. E isso merece ser uma referência.
Claro que eu podia pôr-me aqui a debitar brilhantes opiniões sobre os Globos de Ouro. Mas, verdade seja dita, aquilo não são os Óscares e eu sou uma pessoa que trabalha e só guardo um dia de férias para coboiadas do género. Trocando por miúdos, não vi. Claro que isso não seria nada que me impedisse de falar dos vestidos e dos penteados, fosse isso coisa que tornasse o meu serão mais prazenteiro. Mas não é. O que eu posso fazer, estava para aqui a pensar para os meus botões, é falar de quem não esteve (original, ah?). E porque é que não esteve? Porque tem coisas mais importantes para fazer. Há pouco mais de um ano o mundo parou, olhos postos no Haiti. Gritaram-se palavras de compaixão, ofereceram-se ombros para chorar. Foram feitos concertos, especiais de televisão, Hollywood mudou-se para o Haiti, uma mão no coração, outra a retocar o blush, para não ficar mal na fotografia. Um ano depois, Sean Penn continua lá. Um ano depois Sean Penn vive numa tenda no Haiti. Penn pede dinheiro, reúne víveres, freta aviões do próprio bolso, expulsa milícias, dá tudo por um povo que não é o seu. Lembro-me de ter visto Penn remar um barco em Nova Orleães, à procura de cadáveres, na esperança de encontrar vida. Lembro-me de ter visto a verdadeira estrela que é Sean Penn. Muito mais do que o actor para quem eu pedi um Óscar. O homem que eu vi quando ganhou a estatueta dourada. Certamente teria sido muito divertido ir aos Globos de Ouro. Mas não me parece que Sean Penn ligue a essas merdas. Ele tem outra agenda. Normalmente, em Hollywood, a consciência limpa-se adoptando-se uma ou duas crianças de países pobres, para lhes garantir um futuro risonho. Penn tenta criar condições para que todas as crianças de países pobres tenham um futuro.
"There is no exit for me until there is more life than death. I can always see light in any situation"
May the force be with you, Sean.
Um dos melhores programas que 2010 trouxe foi "Portugueses pelo Mundo". Dinâmico, descontraído, despretensioso e interessante. O formato é simples: conhecer portugueses que vivem fora de Portugal. Longe da imagem do emigrante que partiu apenas com a sua mala de cartão e vive "guetizado", o programa apresenta-nos pessoas genericamente felizes e integradas na sociedade que os rodeia. Como não há bela sem senão e nada me saca assim um elogio de caras, o chato é estar sempre a tentar adivinhar a que horas dá o programa que, pelo que me apercebi, nunca conquistou dia e hora fixos na programação da estação pública, e parece saltar sempre que dá jeito.
Ainda assim, não deixa de ser um belo exemplo de serviço público. Dos poucos, devo acrescentar.
Ide ver a Maria e o gato. Que giros que são.
Aproveitam e licitam qualquer coisa.
Hoje cruzei-me com o Madjer.
Quase chorei.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!