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Conheço um médico que alegou objecção de consciência para não realizar IVG. Está no seu direito. Parece-me que agora querem que ele, e outros como ele, dediquem parte do seu dia a massacrar pessoas que têm uma difícil decisão já tomada no sentido de ver se essa decisão está mesmo tomada. Mas mesmo, mesmo? Tipo, de certeza? Dos outros não posso falar, certamente muitos deles têm sibilares magníficos e vão todos os Domingos à missa, mas posso perfeitamente falar deste homem cheio de princípios que tem uma consciência com objecções.
Esta maravilha de pessoa arranjou uma amante enquanto a mulher se debatia com um cancro. Parece que lhe faltava a paciência para aturar as crises dela, apesar de chegar a casa e lhe fazer juras de amor eterno. Passados os tratamentos e de frente para a retoma de uma vida normal, organizou-lhe uma bela festa de anos, cheia de amigos, onde leu um interminável discurso sobre o amor dos dois e o bom que era terem ambos sobrevivido a tão difícil provação. No dia seguinte “fez urgência”. Pouco mais de uma semana depois, confrontado com a descoberta das “urgências”, ele sugeriu uma coisa boa para todos: ficavam todos lá por casa, ele no quarto de hóspedes e ela no quarto deles, e mantinham as aparências. Ele pagava as contas e ela não lhe perguntava onde é que ele tinha “feito urgência”. Ela não quis e ele mudou-se para casa da outra senhora. Temo que essa casa, tão fora de mão, não veja reunidas as condições, geográficas e físicas, para receber o filho dos dois em fins-de-semana alternados. Assim, raramente vê o filho, a quem já disse que a casa dele (filho) não era aquela, que a casa dele era a da mãe.
E será (também) esta pessoa que, sentada num cadeirão, com a sua imaculada bata, vai alvitrar sobre a vida de outras, cheio de si e da sua abjecção de consciência.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!