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Ontem ganhamos o segundo troféu mais importante do futebol na Europa. Para terminar em grande um digno e brilhante trajecto, a taça veio para o Dragão. Eu não sou de ir para a rua celebrar, mas vá quem gosta. E não sou de ir para a rua receber a equipa, mas vá quem gosta. Compreendo isso. O que não compreendo e não aceito, por ser digno de um bando de gente frustrada e com sentimentos de inferioridade é que os cânticos, que deviam parabenizar a equipa que ganhou, se transformem em insultos a uma equipa que nem sequer jogou nesta final. É triste, é indigno e chega até a ser merecedor de pena que gente que devia estar contente e a celebrar os feitos da sua equipa dedique tempos que deviam ser de alegria a demonstrar que não estão à altura do troféu que a sua equipa trouxe para casa.
Ao F.C.P. os meus parabéns e o meu agradecimento por esta alegria.
Ao Braga os meus parabéns também. Chegaram tão longe quanto podiam.
A todos outros... quando houver confrontos directos, logo terei alguma coisa para lhes dizer.
Claro que eu podia pôr-me aqui a debitar brilhantes opiniões sobre os Globos de Ouro. Mas, verdade seja dita, aquilo não são os Óscares e eu sou uma pessoa que trabalha e só guardo um dia de férias para coboiadas do género. Trocando por miúdos, não vi. Claro que isso não seria nada que me impedisse de falar dos vestidos e dos penteados, fosse isso coisa que tornasse o meu serão mais prazenteiro. Mas não é. O que eu posso fazer, estava para aqui a pensar para os meus botões, é falar de quem não esteve (original, ah?). E porque é que não esteve? Porque tem coisas mais importantes para fazer. Há pouco mais de um ano o mundo parou, olhos postos no Haiti. Gritaram-se palavras de compaixão, ofereceram-se ombros para chorar. Foram feitos concertos, especiais de televisão, Hollywood mudou-se para o Haiti, uma mão no coração, outra a retocar o blush, para não ficar mal na fotografia. Um ano depois, Sean Penn continua lá. Um ano depois Sean Penn vive numa tenda no Haiti. Penn pede dinheiro, reúne víveres, freta aviões do próprio bolso, expulsa milícias, dá tudo por um povo que não é o seu. Lembro-me de ter visto Penn remar um barco em Nova Orleães, à procura de cadáveres, na esperança de encontrar vida. Lembro-me de ter visto a verdadeira estrela que é Sean Penn. Muito mais do que o actor para quem eu pedi um Óscar. O homem que eu vi quando ganhou a estatueta dourada. Certamente teria sido muito divertido ir aos Globos de Ouro. Mas não me parece que Sean Penn ligue a essas merdas. Ele tem outra agenda. Normalmente, em Hollywood, a consciência limpa-se adoptando-se uma ou duas crianças de países pobres, para lhes garantir um futuro risonho. Penn tenta criar condições para que todas as crianças de países pobres tenham um futuro.
"There is no exit for me until there is more life than death. I can always see light in any situation"
May the force be with you, Sean.
Hoje, numa singela mas sentida homenagem a mais um dos bons que a put@ da doença roubou, este é o único post que será publicado neste blogue.
António Feio (1954-2010) perdeu a luta.
Dalai Lama não tem direito a abertura de notícias. Não faz as capas dos jornais. Não tem homenagens grandiosas um pouco por todo o planeta. Não ilustra o cabeçalho do Google.
O dia do 75º aniversário do Dalai Lama é celebrado de forma singela e discreta. Melhor assim.
Parabéns, Dalai Lama.
Foi com "O Homem sem Nome" que eu aprendi a ler. Não esse ler irresponsável de juntar as palavras sem delas tirar todo o sumo. Não. Um ler calmo. Um ler comprometido. Foi com esse livro de João Aguiar, que ontem nos deixou, que eu senti, pela primeira vez, o prazer de degustar as palavras que outros nos oferecem, num dos maiores actos de altruísmo que alguém pode ter. Porque o exibicionismo de escrever esvai-se na primeira obra. Quem deixa um legado como deixa João Aguiar não o faz por egoísmo ou exibicionismo. Fá-lo pelo amor que tem às palavras. Que descanse em paz, onde quer que esteja. E muito obrigada. O mundo agora só está mais pobre porque ele o tornou mais rico.
Há vinte e três anos atrás trouxemos a Taça dos Campeões Europeus para casa.
É antigo? É. Mas é a cores. E não foi a última (a outra tem seis anos e um dia, by the way).
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!