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Nas saudades, como em tudo o resto, tenho um sentir muito atípico. Não tenho saudades de pessoas que não vejo há anos. Não sinto, lamento. Por vezes lembro-me delas com alguma nostalgia, um sentimento delico-doce, mas não me aperta o peito nem me falta o ar. Não sinto saudades das minhas amigas da Primária, fiéis companheiras de brincadeiras. Não tenho saudades da minha melhor amiga do Preparatório, de quem só me separava para dormir. Não tenho saudades de ninguém que foi outrora importante e que, por alguma razão, saiu da minha vida. Não tenho saudades do meu primeiro namorado, sabe Deus se ainda me lembro da cara dele. Não tenho saudades do meu primeiro emprego. Sinto a saudade na hora da despedida, sinto o aperto no coração e a falta de ar, as lágrimas a bulharem para sair dos olhos. Sei que aquelas pessoas, tão importantes para mim, vão passar a ser irrelevantes dentro de pouco tempo. Sei que vou continuar a gostar das que gosto, da mesma maneira que as gosto, mas não me vão fazer falta. E isso traz-me a angústia que não me trazem as saudades. Gostava de ter saudades de alguém, de algum sítio, de algum sentimento. Mas não. Deixo as pessoas e os sítios para trás com uma lágrima no olho. O tempo que demora a lágrima a secar é equivalente ao tempo que as pessoas e as coisas passam a ser memórias. Não memórias tristes. Apenas memórias. Hoje começou a formar-se uma lágrima. E custa-me, de uma forma asfixiante, pensar que ela durará apenas o tempo da queda.
Como é que uma mulher de 32 anos sabe que ainda não está preparada para ter filhos?
O teste do autocolante:
Hoje de manhã “cruzei-me” com um Nissan Qashqai cinzento. Por fora o carro estava um brinco. Por dentro, numa das janelas de trás, dezenas de autocolantes (daqueles de colar nas cadernetas) a “enfeitá-la”. Imaginei-me dona daquele carro. Imaginei-me a descolar os autocolantes. Imaginei aqueles pedaços de papel ainda colados ao vidro, impossíveis de retirar. Numa questão de segundos, rosnei entre dentes:
- Fosse meu filho, partia-lhe a boca toda.
Depois de um ano atribulado, passado com o coração nas mãos por causa daquela senhora que tanto amo, respiro o que dá para respirar. A mãe não está bem, mas está melhor. A mãe não corre, mas já caminha bem sem necessidade da cadeira de rodas. A mãe já sai com sorrisos das consultas do IPO. A mãe já vai ao shopping, ao café, à praia passear... quando passamos uma temporada cheia de dias inteiros com a lágrima ao pé do olho, com o coração apertado, com medo do telefone, chegamos a este dia, ao da mãe, e ficamos felizes apenas por poder abraçá-la. Que se lixe se é a melhor ou não!
E se este post não me enche de visitas, que vieram cá ter ao engano, então eu entendo zero destas coisas da blogosfera.
Mas a sério, o título não é engodo, eu vou falar do ponto G. Antes de mais devo creditar esta descoberta. Não a do ponto G, essa devo-a a mim, mas da preciosa informação sobre a possibilidade de elevação do ponto G. A descoberta foi da Teresa, que teve a amabilidade de partilhar comigo, talvez por ser demasiado educada para "chafurdar" com o tema, como esta que vos escreve. Voltando ao que importa, o ponto G e a sua elevação: aqui na página da clínica francesa podem saber tudo sobre o assunto. Se não quiserem estar com a maçada, não se aborreçam, eu vou transcrever palavra por palavra:
"O QUE É O PONTO G ?
Essa zona misteriosa, a qual deve o nome graças ao ginecologista Grafenberg, é uma pequena área situada a dois ou três centímetros na parte anterior da vagina. Trata-se de uma zona particularmente sensível a uma pressão prolongada, cuja estimulação é regeneradora de prazer intenso, proporcionando orgasmos."
Primeiro "a qual deve o nome graças ao" é a melhor maneira de os senhores explicarem que aqui se vai fod£r, nem que seja a língua portuguesa. Depois, o horror por ter havido um senhor, ginecologista de profissão (faz-me lembrar um filme que eu vi no SexMachinesMuseum, que datava de 1925, e que relatava, a preto e branco e em mudo, a vida atribulada de um "médico de senhoras"), que descobriu a área no interior da vagina que oferece orgasmos múltiplos às senhoras. Vá, leitoras, pousem as réguas. Dois a três centímetros é na falanginha.
Continuando,
"PORQUÊ SOBRE ELEVAR ESTA ZONA?
Inúmeras mulheres não sentem o prazer sexual desejado durante o acto, outras querem mais prazer, e outras queixam-se, com o passar do tempo, da diminuição da sua sensibilidade. A sobre elevação do ponto G, fazendo-o salientar na vagina, vai aumentar a sua sensibilidade e proporcionar mais prazer devido à pressão feita durante o coito. O parceiro pode assim mais facilmente localizar o ponto G da sua parceira."
Ignorando valentemente a construção frásica da pergunta e partindo para o que interessa, as mulheres nunca estão satisfeitas. Tendo isso em mente, vamos colocar ali uma espécie de cravo, para que o homem, sem grande labor, consiga dar com aquilo de uma vez por todas e pare de ouvir reclamações. Também podíamos pôr néons, mas não tendo a garantia que a senhora está sempre ao pé de uma tomada, para os ligar, não faz grande sentido.
E, finalmente, o cerne da questão:
"COMO SE FAZ?
A intervenção é feita por um médico, com anestesia local. Injecta-se 2 a 3 ml de ácido hialurónico ao nível da zona do ponto G, bombeando este na vagina.
Tempo de intervenção: 20 a 30 minutos.
Duração do efeito: 6 a 12 meses."
Ácido hialurónico não é aquilo que preenche as rugas, quase ao nível do botox? Ah, pois é... fica-se com um pipi todo rejuvenescido. Algumas questões que me passam pela cabeça, até porque eu não sou médica e entendo pouco destas coisas: há alguém que encontra o ponto G para este ser "bombeado" posteriormente. Se este senhor for casado, espero que a senhora dele saiba a preciosidade que tem em casa. E a anestesia? É dada onde? Pipi acima? Mesmo no G? Isso dá orgasmos? E a duração do efeito? É contínua? 6 a 12 meses a gritar como uma doida? Isso é coisa para cansar, ou não?
Para terminar,
" TEM EFEITOS SECUNDÁRIOS?
A intervenção não apresenta riscos. Após a intervenção pode manifestar-se uma ligeira dor durante 2 a 3 dias e/ou um ligeiro sangramento. As relações sexuais podem ser retomadas ao fim de uma semana."
Resumindo, pagas um dinheirão para um gajo te bombear o ponto G, ficas com aquilo prontíssimo para teres orgasmos atrás de orgasmos, mas ficas 1 semana encostada às boxes, a pensar no sexo que estás a perder por teres ido mexer no que, se tivesses mexido antes, podias ter deixado como estava.
Nunca quis saber de ter o melhor pai do mundo. O mundo é tão grande, tão cheio de gente que eu não conheço. Cheio de filhas certamente melhores que eu. E pais que as mereçam. O meu pai, ao contrário dos pais perfeitos e melhores do mundo que eu leio por aí, é carregadinho de defeitos que só desculpo porque tem ainda mais virtudes. O meu pai, que não será o melhor do mundo, tem um feitio desgraçado. É teimoso como uma mula. Não sabe pedir desculpas. Substitui por presentes e mostra-se muito arrependido. O meu pai, esse que não é o melhor do mundo, disse-me "não" tantas vezes e a tantas coisas, que lhes perdi a conta. Nunca me faltou nada. O meu pai, esse que não é o melhor do mundo, não me deixava ver TV a seguir ao jantar. Tinha de ler. O meu pai, que está longe de ser o melhor do mundo, sempre teve um ombro disponível. Nunca deixou que ninguém me fizesse chorar uma segunda vez, e nunca me perguntou porquê, quando lhe pedi coisas. O meu pai não é o melhor pai do mundo. Mas nunca pensei que gostaria de ter tido outro. E isso basta.
Nem 24 horas tinham passado sobre a publicação deste post, e dou com o meu MQT de regresso a casa, vindo da guerra de um jogo de futebol da empresa. A figura seria indescritível, não fosse o dicionário um livro cheio de palavras prontas a serem usadas: abatido, alquebrado, achacado, aflito, adoentado e monossilábico (saltei umas quantas letras...). Sendo que os monossílabos utilizados variavam entre o "ai!" e o "ui!". O joelho esvaía-se em sangue estava arranhado e o coxear dele mostrava que os meus últimos meses não foram passados em vão. Havia alguém muito atento ao meu sensual coxear. Outra coisa bem gira dos homens é a credulidade. Acreditam com todas as forças que há um Messi dentro deles, pronto a revelar-se numa partida de futebol de trazer por casa. Claro que o Messi treina diariamente (ou quase) e tem um talento que lhe permite chegar a casa e não ter dizer, entre "ais!" e "uis!":
- Perdemos por tantos que até perdi a conta.
Resumo: no Sábado de manhã saiu-me de casa um rapaz de idade aceitável, e desde Sábado à tarde que vivo com um senhor de 120 anos.
Recém chegada do bloco operatório, após mais uma interminável cirurgia à coluna, ainda baralhada pela anestesia, foi ouvir a minha mãe "dar na cabeça" do marido da senhora da cama ao lado:
- O senhor tem um ar abatido (não, ela não o conhece de parte alguma). E não pode. Quando estamos doentes precisamos é de quem nos dê apoio, não podemos andar a dar colo aos outros.
E pronto. Sabe mais em recobro do que muita gente acordada.
E sim, este post é sobre mim.
De todas as más alturas possíveis para encetar uma relação, a altura pior é quando temos um joelho completamente estropiado. Isto porque o joelho é individuo para até colaborar numa enorme lista de coisas, mas piruetas e números de circo deixam-no renitente. Assim sendo, vai uma pessoa toda entusiasmada tentar fazer uma coisa mais elaborada e que fuja às duas - vá, três - posições que consegue fazer sem dor, e lá vem a porcaria do joelho lembrar que está ali. Conduzir, podes. Trabalhar, podes. Andar aí de um lado para o outro a fazer recados, podes. Sexo? Querias! Fazes o amor, e à antiga, e não te queixes. Eu juro que sou optimista. Mas acordando constantemente com 20 anos e terminando o dia com, pelo menos, 70, torna-se difícil.
A melhor parte de dormir em X é quando percebemos
o quanto gostamos de dormir em L.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!