Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
E não vá um dia eu chegar ao poder político nacional, quero comunicar desde já, para que fique registado que, quando tinha aí uns 10 anos comprava blocos com formas e desenhos, dos quais emanava um suave odor e trocava as folhinhas dos ditos com outras meninas nos intervalos. Éramos sempre as mesmas e fazíamos encontros secretos para fazer estas trocas. Às vezes, quando outra menina tinha uma folhinha rara e que nos interessava muito, lá a convidávamos para fazer parte do nosso grupo.
Sinto que me saiu um peso do peito.
Impagável é a cara das senhoras e dos senhores das farmácias quando eu pergunto:
- Tem óleo de fígado de bacalhau?
- Sim.
- Mas em xarope. Tem de ser em xarope.
A resposta vem numa cara de quem pensa: Que cabra de mãe tu deves ser...
Explicar que é para a cadela? Soa a desculpa, não soa?
Cheguei a casa com um sorriso de orelha a orelha e não levei nem 30 segundos a partilhar a minha compra com o MQT: um par de leggings a lembrar couro, um desejo antigo de armar em rock star (deixem-se dessas merdas de "Ai, leggings a imitar couro? Não acho que faça o teu estilo..." - vocês sabem lá qual é o meu estilo. Vocês não me conhecem!...). Claro que ninguém chega a casa feliz com a compra de leggings, apenas. Havia também uma túnica que acaba um palmo acima do joelho para completar a indumentária. Faço a mise en scène, preparo-me para ouvir um piropo e, em vez disso, ouço o seguinte:
- Isso é para andares na rua?
- Não, querido, é para quando estiver a aspirar a casa.
- Mas tu estás vestida como as pessoas com quem nós gozamos.
- Não. Essas andam de leggings e sem nada por cima.
- E tu queres andar de leggings e de camisola por cima.
- Túnica.
- Não importa. Andas de meias e camisola.
Inspira...
Expira...
Inspira...
Expira...
Inspira...
Expira...
- Isto são meias?
- São.
- Então espera aí.
... (tempo de trocar a túnica por um vestido)
- Então e agora?
- Agora estás de vestido e calças.
WTF????
Pronto. É assim, o meu MQT. Fácil de entender.
Sou, a partir do dia de hoje, uma pessoa com conhecimentos e autorização para utilizar um desfibrilhador.
Depois de várias horas a tentar reanimar um boneco já sem braços e pernas, ganhei um calo na palma mão, um hematoma nas costas da mesma mão, um joelho esfolado, e um certificado de habilitações. O boneco, esse, ganhou duas "beijocas" por cada 30 compressões e teria saído pelo próprio pé, não fosse dar-se o caso de não ter pernas.
Desta aventura, resta-me recordar o ponto alto, quando alguém me disse: "imagine que é o George Clooney" e eu me vi obrigada a responder "então assim tenho de trocar: são 30 boca a boca e 2 compressões". O formador, com a mania que estávamos a tratar de coisas sérias, decidiu intervir, afirmando que esse seria o fim do G.C. Vi-me obrigada a dizer-lhe o óbvio: "morria, mas morria feliz". há gente que não entende nada.
Desde que, há uns tempos, decidi aceitar que há vida para além do canal 65, os meus olhos têm delirado com o National Geographic e o Discovery Showcase. Ambos HD. A qualidade da imagem é tão boa, as cores são tão vivas, a definição é tão espectacular que, um dia destes, dei por mim com os olhos fixos na televisão, a ver como se faz um Maserati. Não deve haver tema neste mundo que me interesse menos. Prefiro saber como se faz fermento, a saber como se faz um carro. Excepto se for em HD. Porque, nesse caso, os olhos não descolam do ecrã. É hipnotizante.
Nem sempre o que os outros fazem faz sentido. Nem sempre o que vemos vai de encontro ao que somos. Mas, muitas vezes, a luta entre o que nos parece belo e o que sentimos como horrível, faz-nos crescer. A foto é linda. Ao mesmo tempo, do mais feio que há.
Estou velha. O pior é que estou uma velha daquelas velhas que não têm paciência para nada, que chegam a casa e só querem dormir, não é uma velha tipo Lili Caneças, que anda sempre de festa em festa. Ultimamente, se eu conseguir estar acordada às onze da noite, podem ir a correr pôr os cotovelos no parapeito da janela para ver a estrela, que da última vez que ocorreu um milagre deste género só os 3 reis Magos é que deram por ela.
Se trabalho muito, lá no novo emprego? Trabalho mais. Se me desgasto mais? Sim, porque ainda estou com aquela fé inicial de quem vai dar o murro na mesa e pôr aquilo tudo a mexer. Mas nada disso explica esta soneira, esta competência que adquiri com o meu novo emprego, que é a de conseguir adormecer em qualquer canto da casa. Não é que a coisa me saiba mal. A bem da verdade, ando satisfeita com as horas de sono profundo com que tenho sido premiada, mas gostava de, oportunamente, voltar a ter uma vida.
Imaginem que são arrastados pelos cabelos para Coimbra, em nome do amor e das cedências em prol do mesmo e, a certo ponto, enviam um sms ao vosso irmão (aqui é aleatório, pode ser outra pessoa qualquer) que diz:
" Bla-bla-bla-bla-bla-bla, estou a levar a maior seca de todos os tempos..."
E o que é que o universo, esse desgraçado com manias de stand-up comedian vos faz? Não imaginam, pois não? Oferece-vos uma fila de quatro quilómetros de tamanho durante uma hora e meia. Ah, e também vos oferece uma vontade doida de fazer xixi. Só para que aprendam a medir as palavras.
Se acham que me viram só porque viram alguém fazer xixi no meio da A1, não era eu. Eu era aquela que estava a tentar fazer uma espécie de flash mob. Quem acha que o português alinha nessas coisas e é todo "bora lá!", acha mal. Bando de fracos!
Normalmente, nesta coisa das guerras, sou uma espécie de Suíça. Excepção feita quando um dos lados me "exige" uma tomada de posição. Nesse caso, acho sempre que devo estar do outro lado.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!