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Da estreia da segunda edição da Casa dos Segredos veio uma coisa boa: todos os ex-concorrentes de todas as edições do Big Brother e até os concorrentes da Casa dos Segredos 1 me parecem, agora, pessoas extremamente sofisticadas e moderadamente inteligentes.
O país está em crise e basta ligar a TVI para perceber porquê.
Pelo segundo dia consecutivo dou por mim a ouvir pessoas convidadas do Telejornal daquelas que, aparentemente, têm inside information sobre os mais variados temas. Ontem o senhor convidado da TVI bramia palavras de indignação e de incredulidade quando confrontado com o facto de Londres ainda não ter canhões de água na rua. Não sei sequer o que faz o dito senhor, mas imagino que seja o melhor na sua área, pois hoje lá estava ele, outra vez, a apontar o dedo, a criticar o governo britânico, a insinuar que aqui, neste jardim à beira-mar plantado, nada daquilo era passível de acontecer. E nem era só ele. O jornalista da SIC, munido de microfone e tempo de antena, inventou um novo conceito de reportagem: o de transmitir os acontecimentos com a parcialidade que se quer, tecendo comentários, alvitrando sugestões e deixando conjecturas no ar. Somos todos muito bons, faz-nos impressão a mediocridade dos outros, prisioneiros da sua incapacidade. Mandamos bocas do "alto da burra" e, assim de repente, enquanto cuspimos para o ar, vamos esquecendo episódios como os do Bairro da Bela Vista ou da Quinta da Fonte. Sentemo-nos então, seguros da nossa superioridade, diagnosticando falhas aqui e ali nos outros. Já diz a minha avó: enquanto estão à janela a estudar a vida dos outros, estão de costas para a bagunça que lhes vai em casa.
Este post só serve para quem via o "Último a Sair" (saudade!).
A partir do momento em que o Damião bateu com a cabeça, perdeu o sotaque açoriano e começou a balbuciar cenas alucinadas, parecia que os diálogos (?) dele tinham sido escritos pelo tipo que escreve as letras dos GNR.
Espadarte poeta monta-te outra vez na tua mota e regressa para Santarém.
Tenho algum esquentador nos dentes?
Baguete mista de semáforo para levar.
Queres leite? Não posso, porque só calço o 42.
Alguém que faça os arranjos, ainda ganhamos um disco de ouro!
Eles estão de volta. Pesados à séria, treinadores dos bons, sem Comandos ridículos, apresentadoras histéricas, sem fitinhas nem mariquices.
Já ouvi dizer que a apresentadora da segunda série do Biggest Loser português vai ser a Bárbara Guimarães. Estou, neste momento, a abanar a cabeça e a fazer tststs...
Quem é que sabia, ainda no embrião, que isto não ia resultar?
Primeiro, a ideia do "Comando" não é má, mas está mal aplicada. E pessimamente incorporada. O moço diz "evidenteménte" e "constanteménte". Em termos de dicção, é do pior que se ouviu em TV.
A treinadora também tem ali qualquer coisa "sopinha de massa" e debita um texto nitidamente decorado... se era para pôr pessoas a imitar os americanos, arranjavam actores.
Obrigar pessoas a chafurdar na lama com a própria roupa não é bonito. Dá assim um ar de "essa merda que vocês trazem vestida serve perfeitamente para estragar". No formato original as pessoas estão com roupas "oficiais" desde o início.
Ver Júlia Pinheiro a falar doucement é o mesmo que ver José Sócrates dizer a verdade. Não combina.
O nível de metade dos concorrentes que lá está é muito rasteirinho*.
Eu sei que ontem foi o primeiro programa e que ainda há muito para ver. Mas, meus amigos, ninguém tem uma segunda oportunidade de causar uma primeira boa impressão.
*Por "nível rasteirinho" entenda-se pessoas que, aparntemente, estão dispostas a passar por cima de quem quer que seja para ganharem o prémio final e não pessoas que não são "como nós"...
Gosto desta sensação de espanto que ainda toma conta de mim aquando da percepção da palermice alheia. Por um lado, estou sempre à espera de ver onde é que as pessoas vão falhar. Por outro ainda me espanta a capacidade que as pessoas têm de o fazer. A RTP, por exemplo, quer à viva força que adoptemos o Acordo Ortográfico. De tal forma que não hesita em mudar o nome de uma peça de teatro (apesar de usar aspas para citar esse nome). Quando a olhar de frente para a dúvida (será que respeito o nome original da peça ou "traduzo" para o novo português?), a RTP toma a decisão óbvia, que é mudar o nome à peça. E o Victor Baptista? Será que vai passar a chamar-se Vítor Batista, só para fazer o jeito à RTP?
Os canais de televisão não param de anunciar a descoberta de novos idosos mortos em casa. Ora, partindo do principio de que não se trata de um fenómeno recente, de uma praga ou uma epidemia, sobra-me pensar que estas criaturas se estão perfeitamente a cagar para os velhinhos que são encontrados mortos em casa. Quantos mais, melhor, desde que o carro deles seja o primeiro a chegar ao local. Não tarda, começam a noticiar a existência de velhinhos que ainda não morreram sozinhos em casa mas, com a gripe que apanharam, daqui a três dias hão-de estar mortos. E vão estar sozinhos. E eles vão ser os primeiros a chegar ao local.
Isto não é jornalismo, é uma pantominice pegada.
Hoje, à hora do almoço, a curiosidade dos meus colegas só conseguiria ser extinta com a minha resposta à seguinte pergunta:
- Que séries vês tu agora, com o mesmo interesse com que vias o "Lost"?
- Nenhuma. O "Lie to me" seria o único a poder encher este vazio que há em mim.
- E então? O que é que lhe falta?
- Ter pessoas presas numa ilha.
Um dos melhores programas que 2010 trouxe foi "Portugueses pelo Mundo". Dinâmico, descontraído, despretensioso e interessante. O formato é simples: conhecer portugueses que vivem fora de Portugal. Longe da imagem do emigrante que partiu apenas com a sua mala de cartão e vive "guetizado", o programa apresenta-nos pessoas genericamente felizes e integradas na sociedade que os rodeia. Como não há bela sem senão e nada me saca assim um elogio de caras, o chato é estar sempre a tentar adivinhar a que horas dá o programa que, pelo que me apercebi, nunca conquistou dia e hora fixos na programação da estação pública, e parece saltar sempre que dá jeito.
Ainda assim, não deixa de ser um belo exemplo de serviço público. Dos poucos, devo acrescentar.
Passeava-me eu pelas notícias (!) do país quando soube da novidade: Júlia Pinheiro, a estridente apresentadora da TVI, vai para a SIC. Até aqui tudo bem, consigo perceber que a "carteira de clientes" de Júlia interesse à estação de Carnaxide. Logo a seguir leio que é ela quem vai apresentar o "The Biggest Loser (TBL)". Ora foi exactamente neste ponto que eu sofri um "piripaque" de um tamanho tal que houve pessoas que equacionaram a chamada do INEM. Recuperada que estou do choque, eis-me numa de prestar serviço público, a explicar aos senhores da SIC, como se eles fossem muito burros (a ser verdade a notícia, são mesmo), o porquê da minha insistência:
- Eu gostava de ver a versão portuguesa do programa. Até tenho tias que podiam participar nesse mesmo programa. Era bonito. Mas não vou poder. Não se a Júlia Pinheiro apresentar o programa. Nem eu nem, suspeito, nenhuma das pessoas que assistem ao original. Há algo que parece ultrapassar as pessoas que decidem nos canais de televisão e, a meu ver, é demasiado básico: as pessoas que se interessam pelos formatos originais, no cabo, não são as pessoas que se interessam pelas acompanhantes de luxo da Casa dos Segredos. Viram o que a RTP fez ao "Project Runway" e são anjinhos o suficiente para irem, também eles, meter a pata na poça.
Passo então a explicar de novo, agora do ponto de vista do concorrente: primeiro, se eu fosse uma pessoa com excesso de peso e me enfiassem num fim-de-mundo qualquer onde as únicas coisas que acontecem são mil horas diárias de exercício físico com um treinador aos gritos e privação de comida, não me interessava ter aquela voz a falar comigo. Também não me parece conveniente a abordagem típica de Júlia Pinheiro: "Concorrente azul, você perdeu 4 quilos esta semana e passou a barreira dos 100. Já se sente confiante para convidar a concorrente amarela para o seu quarto?" ou "Concorrente verde, vi-o olhar lascivamente para a concorrente roxa enquanto ela fazia abdominais. Pensa que quando sair daqui e vestirem ambos o 38 poderão casar?". Depois, porque a partir do terceiro mês, já vai haver concorrentes a olhar para a Júlia e a pensar: "mas porque raio é que não vais tu também para a passadeira?". A apresentadora do TBL não pode ser escanzelada. Mas tem que ser "boa". Aquela que as concorrentes querem ser quando terminar o programa. Aquela que os concorrentes acham que vão conseguir com uma melhor figura. A apresentadora do TBL tem que criar empatia. Eles têm que saber que ela sabe o que custa fazer "n" horas seguidas de ginásio. A única vantagem que eu vejo no facto de Júlia Pinheiro apresentar o TBL é que, quando houver aquelas provas de subir e descer a montanha, eles podem ouvi-la na perfeição, independentemente do quilómetro onde se encontram.
Eu já dei a receita para o sucesso. A desviarem-se das minhas orientações, vai haver um "biggest loser". Mas não é concorrente.
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!