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História I - quão Xexé é preciso ser-se?
No passado Sábado liguei para a minha amiga "X". Não falava com ela desde Janeiro, tirando uns "likes" e uns comentários no Facebook.
A conversa foi mais ou menos assim:
- Estou?
- Olá, X! Quando é que vais parir?
- Na segunda.
Bla-bla-bla-bla-bla-bla....
Desligo o telefone, e digo ao MQT:
- É verdade, a X. está quase a fazer anos... deixa-me lá ir ao Facebook ver quando é.
No Facebook, a surpresa: o aniversário da X. era.... no Sábado. Dotada de um jogo de cintura que só eu, volto a ligar para a X.
- Então, ligo para te dar os parabéns, começamos a falar do puto e eu esqueço-me?
Surpresa 2, a resposta:
- Não te esqueceste. Deste-me os parabéns logo no início da conversa.
Moral da história I: os meus amigos podem não ser melhores do que os vossos, mas são certamente mais xexés (proporcionalmente a mim, deverá dizer-se).
História II - a visita
Hoje fui ver a X. mais o seu pimpolho, mas a criança perdeu todo o interesse quando vi as instruções do telefone da (preparem-se, isto vai ser legen...wait for it... dário*) Celestial Ordem Terceira da Santíssima Trindade (que data de mil nove e noventa e seis, que isto nada mudou no mundo das telecomunicações desde então):
A imagem não está grande coisa, porque o flash podia incomodar a criança...
Portanto, a coisa processa-se assim:
1 - Levantar o auscultador e não desatar a fazer coisas. Esperar pelo sinal de falar. Com calminha, que aquilo pode levar um nanossegundo, e não estamos aqui para aturar a pressa de ninguém.
2 - Marcar o 9 e ouvir tocar. Nada de começar a falar para o boneco, ou para o sinal de chamada. Até porque isso seria um bocadinho estúpido.
3 - Quando a chamada for atendida, converse. Não seja mal-educado. Se já chegou até aqui, completando com sucesso os dois primeiros passos da tarefa, faça o favor de dar à língua.
4 - Quando a conversa acabar, desligue o telefone. Não deixe o auscultador colado à orelha, porque, entre outras coisas, não dá jeito nenhum para dormir.
Moral da história II: os meus amigos podem não ser melhores do que os vossos, mas estão mais bem preparados para comunicar telefonicamente.
* Só para quem vê How I met your mother.
Mario Vargas Llosa ganhou hoje o Nobel da Literatura. Por cada blogger que enalteceu o momento, há um ranhoso de um blogger que acha que isto é um bando de carneiros, umas marias-vão-com-as-outras, uma tropa de gente que nunca leu nada e só fala por falar.
O problema de muita gente é ver os outros à sua medida. "Se eu sou um "analfabruto" (que é uma coisa bem pior do que ser analfabeto), porque é que os outros serão diferentes?". Enfim, não sou eu que vou dizer às pessoas que têm de sair da caixinha pequenina onde vivem. Concordam? Aplaudam! Não concordam? Digam-no. Mas o contrário de se estar contente porque Mario Vargas Llosa ganhou o Nobel não é achar que quem ficou contente nunca pegou num livro dele. Isso é só ser um bocadinho básico.
Para o governo do Canadá, as 65.000 focas assassinadas brutalmente este ano parecem não ter sido suficientes. Vai daí, acrescentaram 2 semanas à época da matança. Mais duas semanas para os senhores assassinos poderem matar animais indefesos à pancada. Resumindo: um homem com um taco na mão vs uma foca bebé. Nada mais justo, certo?
Petição aqui.
Um dos disparates que ouço com mais frequência é o do título. Que os homens italianos são fantásticos, cheios de estilo, um sonho. Quem diz isto, obviamente, terá visto italianos apenas e só em filmes. Representados, é certo, por actores de outras nacionalidades. Cá estão alguns do mundo real, só para perceberem o disparate em que acreditaram toda uma vida.
Claro que há italianos giros. E interessantes. E com estilo. Não são é muitos. Nem estes.
Acordamos cedo. Reclamamos com o despertador. Tomamos banho, vestimo-nos, metemo-nos no carro. Zangamo-nos com o trânsito. Reclamamos mais um pouco. Não encontramos lugar para estacionar. Ficamos zangados com tudo. Passamos o cartão de ponto com raiva. Odiamos o nosso trabalho, os dentes rangem, a vida é estúpida. Havemos de mudar de emprego, de vida, não gostamos da que temos. Achamo-nos subaproveitados, subvalorizados. Sentimo-nos furiosos. Queremos dar o grito do Ipiranga, mas hoje não. Temos problemas gigantes. A vida é um caos. A NOSSA vida é um caos. Vocês sabem lá. Não podem saber, vocês não têm problemas como os meus.
Apresento-vos Nick Vujicic. “No arms, no legs, no worries”. Olho agora para os meus problemas e sinto-me pequenina. E inspirada.
Deixem-se de merdas, de "ai que aflição" e vejam os vídeos.
Obrigada, Alf, por me teres apresentado o Nick.
Vê-se melhor se clicarem na imagem, parece-me
[AVISO: Pedimos desculpa pelo incómodo, mas por questões de segurança/ anti-pirataria, informamos que solicita a Miramar Films que procedamos com um apertado controlo de segurança em relação à antestreia deste filme.
Assim, gostaríamos desde já de alertar para o facto de estarem presentes seguranças contratados, munidos de aparelho de leitura óptica, não permitindo a entrada na sala com qualquer telemóvel com câmara, material diverso de filmagem, de gravação áudio, bem como aparelhagem eléctrica ou electrónica que de alguma forma permita captar imagens ou sons.
Para este efeito, solicitamos, por favor, que entregue qualquer material deste tipo à entrada da sala da antestreia, sendo que o mesmo será cuidadosamente guardado e devolvido no final da sessão.]
Só se o bicho for desdentado...
Supondo que são mais ou menos 21 horas e estão a chegar a um centro comercial para levantar uns convites gentilmente cedidos por uma entidade que patrocina a antestreia de um filme. Sabendo que o tal filme se antestreia às 21:30.
A senhora da bilheteira entrega o papel (apresentado ali em cima) e pede atenção ao “Aviso” no final do mesmo.
Foi procurar a câmara dos apanhados até perceber que aquilo não era brincadeira.
Chegados à porta da sala, uma fila digna de um balcão de embarque de um aeroporto movimentado. Gosto muito de pessoas que não concordam com coisas (as que concordam tanto se me dá, cada um pensa como quer) e reclamam muito para a pessoa do lado. Naquele tom que não é suficientemente alto para ser ouvido por quem está a recolher os telemóveis e não é baixo que chegue para ser apenas ouvido pela tal pessoa do lado. Chegados às autoridades (os senhores da SECURITAS), entregam de forma ordeira e silenciosa o tal aparelho, “encarneirados” com o resto da fila. As reclamações ficaram lá atrás.
Ao verificar que o “cuidadosamente guardado” significava “enfiado dentro de um saco plástico daqueles de meter a carne a congelar, junto com uma senha numerada, tudo amontoado (mas ordenadamente) numa caixa de cartão” eu decidi perguntar aos senhores quem é que se responsabilizava pelos aparelhos. A única senhora da “brigada do telemóvel” (tinha de ser gaja, os gajos nestas merdas são muito mais serenos) salta para os tamancos e apressa-se a dizer, num tom que oscilava entre o estridente e o aborrecido:
- Ninguém a obrigou a trazer o telemóvel.
Há um complexo umbiguismo na parte dos funcionários de determinadas empresas que os faz acreditar que as perguntas são personalizadas, dirigidas a eles, com o único propósito de os atacar. Depois de ter explicado arrogantemente à senhora que a conversa não era com ela, e sim com a empresa que ela representava, informei-a que não era assim que ela podia falar comigo, e ameacei represálias, no caso de haver um único arranhão nos telemóveis pelos quais eu não nutro qualquer tipo de carinho. Ainda lhes foi questionado pelo cavalheiro que me acompanhava porque é que não faziam as coisas como nos sítios normais e não tinham alguém a tomar conta dentro da sala. Mas tinham. E também tinham um senhor a tomar conta da entrada, com detector de metais e tudo, não fosse um de nós levar uma bomba e rebentar com a Meryl e o Philip assim de uma assentada. A experiência acabou por ser boa, porque já não ando de avião vai para mais de um mês, e aquilo foi coisa para me lembrar Heathrow num dia mau.
Agora a ver se eu entendo: existe mesmo a forte possibilidade de alguém ter um telemóvel tão bom que grave um filme com qualidade cinematográfica? E que essa pessoa se preste à triste tarefa de estar mais de uma hora de braço levantado a gravar um filme inteiro? E, mais importante: porque é que essa pessoa ia fazer isso, se o filme já roda na internet há semanas?
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!