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Urge que alguém mande uma caixa de preservativos ao Alberto.
Ainda por cima se há crianças que não se querem com a carinha do pai são estas....
Deve ser lixado teres descoberto o blogue, teres guardado o segredo para ti, para usares quando mais conveniente te fosse e agora... o segredo já não te servir de nada. Deixa lá. É só mais um plano frustrado. Na tua vida é somar e seguir, não é?
Desculpem-me os leitores habituais, mas este tinha mesmo de ser...
Das cidades que importa conhecer (que são todas), já se sabe, as instruções são básicas:
1 - Se querem ver (apenas e só) coisas bonitas, deixem-se ficar pelo centro.
2 - Os guias têm tudo. O que não está nos guias, está no TripAdvisor.
3 - Falar ou compreender a língua que se fala nesse país é meio caminho andado para nos divertirmos menos.
Rudas Baths, 4º dia de viagem. Já nos havia chegado aos ouvidos que ir a Budapeste e não visitar um dos seus SPA termais era como ir a Roma e não ver o Papa, mas em mau. Como nunca calhei de ver o Papa, não quis ficar para trás também nesta coisa de ir a banhos. Não sendo dos mais famosos, o SPA termal Rudas era um dos mais pontuados no TripAdvisor, e foi lá que decidimos ir ultrapassar barreiras. Linguísticas, odoríficas e, atrevo-me a dizer, morais.
Chegada: a senhora vende bilhetes e não está para coisas esquisitas, tipo falar inglês.
- Can we also have a massage?
- Yes. We have oil massage and soup massage.
- Soup massage?
- Yes, with soup.
- ?
Senhora simpaticamente aponta para écran onde passam imagens de uma relaxante massagem com sabão.
- Ah, soap!
Espertinha, esta que vos escreve vai logo de dizer que óleos há cá na terra, o que ela quer mesmo é sabão. O MQT ficou-se pelos óleos. Como se isso tivesse sido uma boa ideia...
A senhora dá-nos a pulseira que indicava o que tínhamos incluído, o senhor recebeu-nos à porta dos balneários para dizer:
- Oh, portuguese. Io parlo un poco portuguese...
Claro que sim.
As piscinas interiores estão numa moldura absolutamente espectacular. Vá-se lá saber como, os perdulários dos húngaros conseguiram manter uma cúpula otomana. Uma dica: apreciem a vista. O cheiro a enxofre que se vai sentindo um pouco por todas as piscinas, não sendo intenso, não é propriamente agradável. Mas nada disso nos podia incomodar. Nós tínhamos uma massagem espectacular marcada para dali a nada. À nossa espera no corredor estavam dois senhores que tanto podiam estar ali como no talho a cortar carne. Minto. Podiam mais estar no talho a cortar carne do que estar ali.
- Massage?
- Yes we have a massa....
- Put watch there.
E pronto, a pulseirinha lá disse que eu devia seguir o senhor gordo de bigode e cujas partes estavam apenas cobertas por uma espécie de lençol e que o MQT devia seguir o outro, que era uma espécie de gémeo deste, mas sem bigode.
Lá fui eu atrás do senhor, que arranjava pacientemente o lençol, para uma sala com três marquesas, duas delas devidamente ocupadas por homens que estavam já a ser massajados por outros dois senhores, atenção focada apenas no motard de dois metros de altura que massajava o senhor na marquesa ao lado. O meu viking dos tempos modernos aponta para a marquesa e eu, misto de medo e curiosidade, lá fui. Velinhas? Mariquices? Ah, e tal, vamos dar-lhe tempo para relaxar enquanto ouve os Pan Pipes em fundo... Nada disso: baldada de água quente por mim acima, sabão a passar por toda a pele disponível para vista, aperta, aperta, bate, bate, pressiona, pressiona, massacra, massacra, cheirinho a sabão Clarim, toca-me no ombro, manda-me virar de costas para cima, desaperta a parte de cima do biquíni, repete o processo, bate ainda mais, mais cheiro a sabão Clarim, duas palmadas no rabo (mesmo!!) e porta da rua é a serventia da casa. Meus amigos, aquilo está ao nível das melhores massagens que experimentei. Desapareceram-me os quilómetros acumulados nas pernas, as dores nos pés. Está bem que também desapareceu metade da minha dignidade, mas porra, valeu a pena.
Antes de avançarmos preciso de esclarecer uma coisa: eu simpatizo com o Nuno Markl. Por isso, tudo o que eu vou aqui contar sobre o serão de ontem será imputado, inevitavelmente, a uma entidade suprema que será chamada, a partir de agora, de “Organização”.
Ontem foi o lançamento do livro “Caderneta de Cromos” aqui no Porto. Por motivos que me são quase alheios, dou por mim na Discoteca Twin’s da Foz às 21:30 (também conhecida como “a hora marcada”), para assistir ao evento. Exactamente uma hora e quinze minutos depois, o evento começa (só para não haver dúvidas: às 22:45). Os pés já me doíam (não me sentei no chão como 50% das pessoas que lá estavam) e o joelho começava a doer. Para evento que se esperava ser “de humor”, a coisa estava a ter pouca piada. Não sei quem foi o culpado disto, mas imagino que tenha sido a “Organização”. Uma hora e um quarto são setenta e cinco minutos. É quase um jogo de futebol. Fazem-se filhos em menos tempo. Matam-se pessoas em menos tempo. Talvez seja possível escrever livros do tamanho do livro que foi apresentado num período de tempo equivalente. E não, eu não fui embora. Porque não podia e é tudo o que posso dizer. Vinte minutos depois de ter começado a apresentação, esta acaba (novamente para não haver dúvidas, às 23:05). Tanto mau preliminar para uma “queca” apenas razoável. Farta daquilo e com o dever cumprido, apresso-me para a caixa para pagar. Na fila, a coisa roçava o mercado do peixe: um senhor, que tinha recebido um convite para o evento (acho que o ganhou num passatempo da Rádio Comercial) reclamava com: a menina da caixa, alguém que não consegui identificar e um segurança. Estávamos todos parados numa fila a assistir à reclamação do senhor e NINGUÉM fazia nada para o puxar para o lado e resolver duas coisas: minorar a sensação de escândalo e dar andamento à fila. Pois logo ali eu fiquei a saber que as pessoas que tinham um convite se viram obrigadas a pagar € 10,00 para assistir a vinte minutos de puro humor. Se foram avisados? Cito a senhora da organização que foi chamada a resolver a situação: “Eu não estou aqui para enganar ninguém. Diz aqui no convite: “Consumo obrigatório com direito a uma bebida”.”. Uma editora (de livros) faz convites e o melhor que consegue é dizer às pessoas que elas são obrigadas a consumir, mas que têm direito a uma bebida. Têm, portanto, direito à bebida que foram obrigadas a consumir. Ainda assim, têm que pagar € 10,00 pela “entrada”. Resumindo, mais quinze minutos na fila para assistir a uma péssima demonstração de gestão de reclamações, que (aposto) foi apenas a primeira da noite. De salientar o cérebro iluminado da senhora da tal “Organização” que, cereja no topo do bolo, vai de dizer ao senhor que reclamava furiosamente: “Eu até tenho aqui umas senhas para dar aos meus amigos”. Ah, bom... algo me diz que isso não ajuda em nada o teu caso. Mas isso sou eu.
convite
s. m.
1. Pedido de assistência ou concorrência de alguém a determinado acto!ato.
2. Banquete, festim.
3. Fig. Brinde (em paga de algum serviço).
4. Dádiva, favor, obséquio.
in Priberam
... a história da amiga que se afastou quase trezentos quilómetros de um divórcio que a deixou de rastos e que nunca entendeu. Para vos falar disso tenho de falar-vos da vontade que ela tinha de afastar a confusão da sua vida. E da inconsolabilidade do seu estado de alma. Mas depois, para vos contar mesmo, vou ter de vos falar do seu envolvimento com um homem casado (descobriu depois, claro, só se descobre depois que eles são casados). E da descoberta da relação ilegítima por parte da legítima. E não vos vou contar de choros, de cenas tristes, de escândalos, de ameaças. Para vos contar tudo, tenho de vos contar a proposta. A proposta que a legítima fez à minha amiga, de serem felizes os três. E talvez ainda vos conte da fuga assustada da minha amiga, após a proposta. E tenho de, não pode faltar esta parte, contar-vos que ela foi parar outra vez aos braços do ex. Para fugir de toda a confusão em trono da sua vida, claro. Mas hoje não me apetece contar-vos nada disto. Porque há coisas que só vistas, contadas ninguém acredita. E preciso de, antes de vos contar tudo isto, preparar uma versão mais trabalhada dos acontecimentos. A realidade tem destas merdas, chega a parecer ficção no seu estado mais absurdo.
(Esta é a história da minha amiga, ou de como algumas pessoas têm propensão para vidas complicadas)
... de resposta a um mail que me enviaram aí em Julho, ou Agosto, ou isso, não estranhem. Estou a pôr o mail em dia e ele estava muito mais atrasado do que eu pensava.
Shame on me, I'm so lazy busy.
Roupas? Tem tudo. Brinquedos? Tem tudo. Conta no banco, libras de ouro, you name it, he has it. Muito do que o dinheiro pode comprar e do que os pais querem dar, ele tem. Mas o que é que ele não tem tinha? Pelas razões óbivas, uma bateria. Bateria de instrumento musical, não bateria de telemóvel, ou isso. E as razões óbvias são: os pais podem comprar uma bateria para o puto, mas obviamente a ideia nunca lhes causou outro sentimento que não medo. E então pronto. Apesar de atrasada lá chegou a madrinha, com o embrulho que iria mudar a vida da criança. Foi vê-lo de baquetas nas mãos a dar por terminados todos os diálogos que estavam a decorrer. E ainda o hei-de ver, quase a entrar para a Universidade, a dizer-me:
- Oh madrinha, eu tenho aqui guardada uma memória que envolve o meu segundo aniversário e uma bateria. Lembro-me que adorei, e que me diverti imenso. Mas depois daquele dia nunca mais a vi. Ela existiu mesmo?
Quase vencida pelo sono, decido verificar o meu mail pessoal, aqui no meio do open space. Portrait of me, sempre a viver no lado perigoso e proibido da vida. Radicaaaaaaaaaaaaaal. Menos, Bad, menos. Isso.
Ora estava eu a verificar o mail e decidi aceitar um daqueles convites do Facebook (a partir de agora designado por coisinho).
Primeiramente, escrevo o meu nome: Bad Girl.
Ah, e tal, o sistema do coisinho não vai aceitar esta merda de nome.
Porra, pá! Que querem que eu faça?BG.
Ah, e tal, verifica o nome (burra!) que o coisinho diz que está mal.
Menina Má (tenho sono, que querem?)
Yes, very well, o coisinho aceita, abre lá um profile e não digas que vais daqui.
Passada esta fase deveras complicada, tento mudar o dito nome para Bad Girl. Mas não. O coisinho diz que aquilo não é nome que se apresente, que o mais certo é que eu ainda vá presa por usar um nick e sei lá mais bem o quê, que os senhores doutores gerentes do coisinho não gostam nada de gente a usar nomes que não sejam verdadeiros. Mas pensas que isto é o Hi5? Aqui as pessoas têm dentes!... Aconselharam-me a manter o tal nome verdadeiro (Menina Má) e apresentaram-me, no passo seguinte (que eu deveria ter isolado num novo parágrafo começado com "Segundamente") uma panóplia de pessoas que me tinham mandado convites ao longo dos tempos. Aceitei todos, que eu sou Má, mas uma menina...
Terceiramente dou de caras com as minhas novidades, sendo elas:
"Menina e **** agora são amigos". Lindo. Dava para um disco pimba, fosse eu gaja para poder andar em cima de sapatos brancos de verniz com plataformas.
Isto tudo para dizer que estou no Facebook, coisinho que eu não entendo, usando um nick, coisa de dar cadeia. Se eu deixar de escrever durante muito tempo, passem ali por Custóias e levem-me Toblerones. E Louboutins, pronto...
Sossegadinha na minha bicicleta que se recusa a ir a qualquer lugar, dou de caras com um inédito episódio: um JB novo nas lides das fisioterapias aparece lá de namorada a tiracolo. Isso não é tão estranho. Desocupadas como elas só, as WAG dos ditos lá vão aparecendo com os seus decotes e as suas fartas cabeleiras loiras. Mas esta não "apareceu". Esta chegou, colou-se à cabeceira da cama como se estivesse a velá-lo, e ia controlando os exercícios pelo rabo do olho direito, enquanto o olho esquerdo sonhava com promessas de um futuro cor-de-rosa ao ver uma dessas revistas do social. Fazia-lhe uma ou outra festa no braço de cada vez que uma fisioterapeuta se aproximava. Mas isso não teve graça. O que teve graça foi a breve ausência dela para ir à entrada, de onde surgiu com: o pai, a mãe, uma avó, um puto que podia ser irmão mais novo, e um adolescente que podia ser primo ou irmão do meio. Sim, irromperam por uma clínica de fisioterapia adentro seis pessoas que não estavam lesionadas (o cérebro não conta). Ora depois de sei lá bem quantas anestesias gerais, e há quase dois meses de baixa, já dou por mim a dizer coisas que só devia estar a pensar... mal vejo a entourage deste JB, lá me sai um:
- Chiça, mal o apanhou preso a uma cama foi logo buscar a família. Ainda aparece por aí o padre...
Pronto, não foi bonito. Mas com aquele ar, duvido que ela tivesse entendido à primeira.
Ups, agora que penso nisso, acho que também disse isto em voz alta na altura...
Na bicicleta, eu.
Numa marquesa, um JB que joga na terra do Drácula.
Bla, bla, bla, que eu até estou muito bem, já ele está lá há seis meses e ainda vai ter muito para andar, e a vida na terra de Ceau§escu, bla, bla, bla... e toca-lhe o telefone.
Ele atende e fala numa língua estranha. Desliga e eu tenho uma coisa anormalmente simpática para lhe dizer:
- Pelo menos adaptou-se bem à língua.
Ele olhou para mim. Primeiro com ar inquisidor. Depois com estranheza. Responde:
- Agora? Eu estava a falar inglês...
Lição do dia: não sabes ser simpática, não vale a pena tentares...
Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!