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Venha, então, o Natal

por Bad Girl, em 18.12.14

Durante anos, muitos anos, demasiados anos, odiei o Natal. O meu pai não era (ainda não é, mas já melhorou substancialmente) uma pessoa bem disposta. O meu pai era uma pessoa que passava um ano inteiro sem se rir, que exigia muito de nós, para quem suficiente era isso mesmo, bom já não era tão pouco interessante mas ainda não era excelente e excelente, pois então, era a nossa obrigação. Na escola, nos dias, na vida. Ora havia, porém, um dia em que o meu pai sorria. Não conhecesse eu a pessoa em questão e diria que ali estava uma pessoa que levava os seus dias de "taxa arreganhada". Esse dia era o dia de Natal, quando os meus avós maternos vinham da terra e lá em casa era tudo sorrisos, só dentinhos à mostra. Nunca disse ao meu pai, agora já não teria interesse nenhum e eu também lá me resolvi sozinha mais para trás, que talvez essa fosse a razão de eu nunca ter nutrido um sentimento especial pelos meus avós paternos. Sim senhores, eles lá estavam, e eu respeitava-os, mas amor? Não, isso tenho a certeza que nunca tive. Talvez fosse a distância. Geográfica. Afectiva. De personalidades. Talvez fosse o Natal. Ou, se calhar, até era isso tudo e mais algumas coisas pelo meio. Mas, ao que interessa, que os senhores já não se encontram entre nós e eu (já) não lhes guardo mágoa nenhuma... Dizia eu que o Natal era uma treta, e que eu ficava a torcer para que aquilo passasse rápido, e que assim foi durante muitos anos. Depois veio a minha sobrinha, a alegria no Natal, e depois havia sorrisos todo o ano (ainda que de quando em vez, que é coisa que pode fazer mal às pessoas, se usado sem moderação), e eu achei que não havia de voltar a fazer fretes no Natal. Mas depois chegou MQT e nós escolhemos os homens mas não as famílias deles, e agora vamos os dois fazer um frete porque é suposto o Natal ser uma altura de paz e amor e as pessoas têm a mania de confundir isso com hipocrisia e de acharem que os outros vão esquecer num dia a merda que fizeram num ano (ou dois) e eu já lhe disse que tudo bem, havemos de nos sentar no sofá aos beijos porque o Natal pode continuar a ser sobre o amor e as nossas pessoas e que há-de passar rápido e que, no dia seguinte, havemos de ir a casa dos meus pais onde o meu pai o receberá com um sorriso não muito aberto mas sincero e aí sim, o Natal vai ser como deve ser.



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Ao contrário da maior parte das pessoas, não vou pôr-me com falsas modéstias: sou gira, sou inteligente, sou interessante. Mas também sou Má... como todas as mulheres, não é? Como perceberão com as leituras, e como este é um reflexo de mim, naturalmente tenho um blog bipolar!

 

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